Nas origens, o São João existe antes de Cristo.
Séculos antes de Jesus Cristo nascer, o povo comemorava as
boas safras no campo. Para tudo sempre houve motivo de comemoração, como hoje.
Só que na antiguidade não existiam nem forró de Gonzaga nem humorismo de
Ludurego, nem quadrilha de dança nem mais um monte de coisa.
Ali pelo século II, depois de batalhar contra os festejos
pagãos, a Igreja rendeu-se aos encantos dos hereges e incluiu essa festa no seu
calendário. E mais: incluiu Santo Antônio, São João e São Pedro. São Paulo faz
parte da festa, mas pouca gente sabe disso talvez porque São Paulo foi o cara
que virou santo depois de perseguir e matar cristãos.
A quadrilha junina teve início na França do século XVIII,
por ai. Era dança de salão. A nobreza adoravam, mas ai essa dança chegou ao
Brasil e tudo mudou. E é isso que há ai.
A música do chamado ciclo junino, no Brasil, data do século
XIX, no Rio de Janeiro.
Em disco, as primeiras gravações datam do início do século
passado.
O gênero musical mais marcante do chamado ciclo junino é
chamado de marcha.
O primeiro compositor a compor nesse referido ritmo foi o
baiano Assis Valente (1911-1958). É dele Cai, Cai Balão, uma obra prima. Ouçam:
As festas juninas de espalham de norte a sul do País.
Um detalhe une os sotaques das festas juninas: sanfona e
fogueira.
Ai a acima, na foto, mostro discos do pernambucano João Silva
(1935-2013), do gaúcho Pedro Raimundo (1906-1973), do carioca Lamartine Babo
(1904-1963), paulista Raul Torres (1906-1970) e a potiguar Ademilde Fonseca
(1921-2012). Ademilde foi a mais importante interprete do chorinho. Ela deu
voz, literalmente, ao choro. Ficou conhecida como a Rainha do Choro.
No acervo do Instituto Memória Brasil, IMB, se acham
centenas de discos com músicas sobre São João e os outros santos da época.