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segunda-feira, 22 de julho de 2019

O TRISTE CASO SEVERINA

Carlos Mira, Giovana Arruda, Mirtes Nogueira, Aiman Hammoud e Maria Siqueira em ação no palco no Galpão de Folias, na capital paulista


Meia dúzia de grandes atores dá o lustre necessário à peça O Caso Severina. Esse caso ocorreu no agreste pernambucano, mais precisamente num distrito de Caruaru. Foi há poucos anos.
Severina Maria da Silva nasceu da união de um casal de agricultores, que teve vários filhos. O pai de Severina, Severino Pedro de Andrade, manteve relação incestuosa durante duas décadas, desde quando ela tinha apenas 9 anos de idade. Essa relação resultou em doze filhos com a filha dos quais sete morreram.
A história é terrível sob todos os aspectos e incrivelmente verdadeira. Severina foi presa e se não fosse a advogada Natália de Queiroz, certamente estaria ainda presa. Detalhe: Severina, após descobrir que o pai iria violentar uma filha-neta, contratou dois assassinos de aluguel para dar cabo ao tarado. O que foi feito.
O julgamento que livrou Severina da cadeia ocorreu em 2011, na capital pernambucana. Se ocorresse em Caruaru ela poderia ter sido condenada. Esse caso foi amplamente divulgado pelos jornais de Recife e chamou especialmente a atenção do diretor de teatro Ednaldo Freire que, com ajuda do roteirista Alex Moletta, levou o drama ao palco com os atores: Mirtes Nogueira, Aiman Hammoud, Maria Siqueira, Giovana Arruda e Carlos Mira. Os atores, que integram a Fraternal Companhia de Arte e Malas-Artes, interpretam quase todos mais de uma personagem. A belíssima trilha sonora trás a assinatura do craque Luiz Carlos Bahia. A direção musical é de Luiã Borges, também competentíssimo nessa tarefa. Emocionei-me com o que se passou no palco. O Caso Severina estreou no ultimo dia 5 e permanecerá no palco do Galpão de Folias (Espaço Reinaldo Maia) até o dia 18 de agosto, sempre ás sextas e sábados ás 21h e domingos, às 19h. 
O teatro fica ali na rua Ana Cintra, 213, Santa Cecília. (fone: 3361-2223).