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quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

VIVA A DEMOCRACIA! (3)

Hackear documentos, ligações telefônicas alheias, extrair seja o que for das pessoas é crime.
Em qualquer país democrático é garantido ao jornalista o direito de preservar suas fontes.
O que aconteceu no episódio envolvendo o ex juiz Moro e membros de sua equipe (Lava Jato), é caso que se enquadra no item hackeamento.
Ninguém tem o direito de roubar ninguém, seja qual for o produto do roubo. O furto.
Mas tudo isso é muito delicado, naturalmente.
A liberdade de expressão e opinião é um direito que nos garante a Constituição de 1988.
Não é de hoje que autoridades constituídas procuram barrar o trabalho dos jornalistas profissionais.
O Imperador Pedro II fez uma Constituição que opunha no mais alto pedestal do seu tempo.
A primeira Constituição Republicana também dava mais garantias aos poderosos do que ao povo, propriamente.
O presidente Vargas escapou das acusações que lhes eram feitas, mas não escapou do seu destino que foi disparar um tiro em seu próprio peito. E por aí segue a história.
Armando Falcão (1919-2010), que foi ministro da Justiça do último Governo Militar (1964-1985), não gostava de jornalistas nem de boca fechada e à eles a qualquer pergunta sempre respondia: "Nada a declarar".
O Collor, mais do que Sarney, fugia de jornalistas como o Diabo foge da cruz.
E o que dizer, então, do atual Presidente?
Bolsonaro não costuma conversar com jornalistas, prefere agredi-los, ironizá-los. Todo dia quando passa diante dos jornalistas abre a boca para proferir ironias na forma de opiniões ou novidades que soltam aos poucos.
O recente caso de hackeamento envolvendo Moro e integrantes da equipe Lava Jato é, repito, gravíssimo por se situar na linha invisível do correto e garantido pela Constituição com o submundo pegajoso dos crimes de roubo e furto, por exemplo.
No começo dos anos de 1980, fui processado pelo Estado depois de publicar uma reportagem denunciando a irresponsabilidade e omissão do Governo de São Paulo que, à época, deixou de acudir os apelos da população de um bairro pobre de Ribeirão Pires. Recebi ameaças de morte, o escambau. Fui absolvido, mas comi o pão que o Capeta amassou.
 Antes desse caso (furo), eu tive muitas matérias censuradas no suplemento literário do jornal carioca Tribuna da Imprensa.
A censura também me pegou no próprio matutino FSP, quando durante o mês desenvolvi reportagem sobre o Esquadrão da Morte. Essa matéria terminei publicando no extinto semanário Pasquim. Clique: "ATÉ TU, JAGUAR?"

NAMOROU, NOIVOU... VAI CASAR?

O nosso mundo cultural está vivendo momentos de extrema ansiedade e angústia pela possível aceitação da atriz Regina Duarte para o cargo de secretária deixado por um tal Alvim. Caso aceite, será que a atriz vai ter a liberdade ou o poder de trocar os seguranças do Alvim nos postos que ele deixou? Tem nazista como o Diabo, por aí. A propósito, o Presidente chegou a dizer que nazismo era coisa da esquerda. Eu hein.