Foi a perda do celular nestes tempos amalucado de Coronavírus.
Quer dizer: de uma hora pra outra vi-me isolado, perdido, pois já não conseguia ligar pra ninguém. O telefone endoidou, de repente.
A sensação foi, de fato, de perda. Fique agoniado, angustiado. Que coisa!
Através do interfone, contei a um funcionário, Genival, do prédio o que ocorrera. Lembramos de David, um pernambucano morador do prédio onde moro há muitos anos. É um cabra legal, solícito, brincalhão. Toma umas biritas e é torcedor do Corinthians.
O filho de David chama-se Junior. Craque das questões relacionadas à informática. De internet, sabe tudo e muito mais. Solidário como o pai, logo prontificou-se a dá um jeito nesse aparelhinho de fazer doido, que é o celular. Mexe aqui e acolá, fez o danado obedecer minhas ordens. E cá estou. Uso-o com voz de comando, que é assim que nós cegos fazemos.
Até o mês passado havia cerca de 230 milhões de celulares funcionando nas mãos de brasileiros. Loucura, não?
A conclusão a que cheguei é que o celular já é parte natural da vida que vivemos. Sem celular parece que algo muito importante nos falta.
Sem celular estaremos condenados ao passado sem futuro. Horror, mas é verdade. Sentir um pouco disso.
Celular parece complementar e dá sustâncias nossas pernas, mãos, ouvidos e pensamento.
Sem celular estaremos lascados, é o que a realidade indica. É ou não é?
É o que acho.
Ah, sim. Hoje o amigo David Completa 64 anos de vida. Meus parabéns, rapaz! Que essa data se repita por mais umas 100 vezes.
Na foto: Assis Ângelo, David e Júnior.