Não
é de hoje que penso como era a vida humana no passado remoto.
Como era a fala do homem, da mulher, das pessoas?
Será que a fala do povo antigo, quando nem povo era, era apenas um gruído? Um
som diferente vindo lá de dentro?
Muito tempo passou até que as ínguas passaram a se entender. Isto é, o povo
passou a se entender verbalmente.
Até chegar aqui muita água passou debaixo da ponte.
Penso essas coisas todas por lembrar da importância da fala: eu falo, tu falas,
ele fala...
Hoje é o Dia do Dublador.
O que esse dia tem haver com o que falei até aqui?
O cinema é uma invenção de fins do século 19. Era mudo. As cenas, os
movimentos, as paisagens... Tudo era mudo, até as pessoas fazendo graça.
Meu amigo, minha amiga, você assistiu algum filme do Chaplin? Se sim, é certo
que já imagina o ponto em que quero chegar.
Há anos perdi a luz dos olhos. E não adianta procura-la porque a mim não voltará. Pois bem, é aqui o ponto: os dubladores são pra mim, e pra todos os cegos, de importância fundamental. O dublador e o narrador, com sua voz, são os olhos de quem não enxerga. Daí a importância tão grande que é a figura de um e de outro na minha vida, na nossa vida.
Nestes tempos impositivos de Corona e Covid-19, respirar é um perigo.
Mas é preciso respirar. É preciso rir. É preciso viver, sem abraço, beijos etc.
O mundo está mudando, mas tem gente que nem tchum!
O número de infectados pelo novo Coronavírus já passa de dez milhões. No
Brasil, já são um milhão e tarará.
O número de pessoas tornadas almas pela Covid-19, já passa de meio
milhão. No Brasil, o número está na casa dos 60 mil.
E nas ruas, nas avenidas, praças, logradouros no geral, está assim de
gente sem máscara, sem proteção nenhuma. Essas são pessoas potencialmente
candidatas à respirador, caixão e cova.
Mas, claro, tem há quem se cuide e pense no bem dos outros. Exemplo?
Anna da Hora, estudante de Artes Visuais, é uma dessas pessoas cientes
do mal que ora grassa no mundo.
Como ela tem os artistas famosos e desconhecidos enchendo a telinha do
celular, ou PC, com apresentação ao vivo. Quer dizer, fazem entradas ao vivo, lives.
Muita gente está em casa coçando a paciência.
Tenho conversado com muita gente boa, por telefone.
Vandré está rindo, mas com medo do vírus. Vital farias também. Oliveiras
de Panelas idem. E por aí vão tantos e tantos.
Darlan Zurc está dando ponto final à um livro de contos, cujo o título
guarda a sete chaves. Aguardem!
O jornalista e escritor de mancheia José Antônio Severo, que abastece
quatro blogs diferentes, está com a cara enfiada em uma montanha de
livros. Nunca vi alguém gostar tanto de ler.
Oswaldo Mendes jornalista, autor, ator, diretor, parou de fazer pão e
começou a escrever uma peça.
Soraya e Maurício estão aproveitando a quarentena pra desenvolver
projetos pra TV e Cinema. Foi o Maurício o diretor/produtor da série Brasil
toca Choro. Curta um dos capítulos:
O cantor e violinista Luiz Carlos Bahia está aprumando a garganta e se
amostrando na Internet.
Mirianês Zabot inventou de dar aulas de música e cantar.
Vito Antíco anda às voltas com TCC que apresentará quarta-feira a uma
banca na PUC.
No Piauí, Wilson Seraine está preparando mais um livro sobre o Rei do
Baião e, em Pernambuco, o radialista cantor e compositor Ivan Ferraz continua apresentando
programa forró verso e viola (Rádio Universitária FM 99.9). Voltarei ao
assunto.
A jornalista Cilene Soares está dando uma caprichada na sua rede social.
Ali na baixada do Glicério, cá em Sampa, o repentista Sebastião Marinho,
não para de afinar a viola. O cabra é bom.
Daqui a pouco, ali pelas 20h, o radialista Carlos Silvio apresenta ao
mundo o baita poeta, compositor e cantador Bule-Bule. Ao vivo, pelo Instagram.
Antes disso, às 17h, as maravilhosas Célia e Celma mostrarão sua visão
sobre cultura popular a partir dos anos de 1950. vão mostrar o que aprenderam
década a década, até o ano 2000.
Santo Antônio, São João e São Pedro.
Esses santos, mais São Paulo, fazem
as festas do povo no mês de junho.
Principalmente cá, nessas bandas.
Santo Antônio era português, intelectual,
descendente de família rica; deixou tudo para os pobres.
Tinha pouco mais da idade de Cristo quando morreu, na Itália.
São João, figura especial, nasceu na Galileia e morreu com
pouco mais de 90 anos. Foi um sabidão, muito inteligente,
teólogo.
São Pedro, o mais simples dos apóstolos, ganhava a vida
pescando no mar.
Foi São João que fez a ponte entre Pedro e Jesus.
Quando Jesus viu Pedro, teria exclamado: “Tu és pedra!”.
Em 29 de junho de 1906, nasceu em Santa Catarina um
menino que ganharia o nome de Pedro. Pedro Raimundo foi
tudo na vida, inclusive sanfoneiro.
Em 1943,
Pedro Raimundo gravou o primeiro disco. De um
lado, o choro Tico-Tico no Terreiro. Do outro, Adeus, Mariana.
Esse Pedro gravou pouco mais de 50 discos de 78 rpm,
alguns compactos e LPs.
Pedro Raimundo,
sanfoneiro de qualidade,
foi quem induziu o
pernambucano Luiz
Gonzaga a mostrar-se ao
público com a indumentária
característica do mundo
nordestino. Mais não fosse,
Raimundo compôs e
gravou muitas músicas com
a temática junina (na foto).
A igreja apresentou para festejos juninos Antônio, João e
Pedro. Antônio e João foram grandes intelectuais, pensadores.
E São Paulo?
Paulo, nascido Saulo, foi o apóstolo desgarrado que
enriqueceu o catolicismo com o seu saber e belíssimos textos
no Novo Testamento.
No acervo do Instituto Memória Brasil (IMB) está preservada,
em boa parte, a história dos festejos juninos. As danças
também integram os festejos.
Escute também Raízes do Brasil: https://www.youtube.com/watch?v=-OBOTZWZ1e4&feature=youtu.be
E Sem Balão no Céu: https://www.youtube.com/watch?v=K3tUl0zEUvk