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domingo, 26 de julho de 2020

HÁ 90 ANOS JOÃO PESSOA ERA MORTO

Oficialmente, suicidou-se numa cadeia de Recife, PE.
Em 1935, às 17h, um touro pegou o toureiro Ignacio Sanches Megía.
Em 1930, às 17h30min, três balas pegaram o Governador da Paraíba, João Pessoa.
O rolo na Paraíba começou no dia da posse de João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque, no dia 29 de julho de 1929. Em 29, o mundo entrava em depressão com a queda da Bolsa de Valores de Nova York.
Ao virar governador por obra e graça do primo Epitácio, à época presidente da República, João Pessoa encontrou o Estado quebrado e decidiu fazer uma Reforma Tributária.
Os coronéis enlouqueceram. Um deles, José Pereira Lima, virou líder. Armado até os dentes, botou pra quebrar e logo transformou o município paraibano de Princesa num território livre, por não reconhecer o governo recém empossado.
Encurtando a história: pego de surpresa numa confeitaria da capital pernambucana, Pessoa tombou instantaneamente atingido pela fúria e pelas balas de advogado João Duarte Dantas, correligionário do ex-governador João Urbano Pessoa de Vasconcelos Suassuna (1924-29).
João Suassuna era paraibano de Catolé do Rocha. Figura de grande influência na política era pai do escritor Ariano Suassuna.
Ariano chorou a morte do pai no correr de toda sua vida.
Após disparar contra João Pessoa, João Dantas foi preso na hora. Isso, no dia 26 de julho de 1930.
A situação de violência que vivia Princesa, estancou.
Estancou, aspas.
Ao tomar conhecimento da morte de João Pessoa, Pereira Lima rapidamente concluiu que tudo acabara.
A briga que Pereira Lima mantinha contra João Pessoa não tinha por fim a sua morte.E logo depois fugiu, temendo ser morto pelos correligionários do governador assassinado.
A história é longa.
João Suassuna foi acusado de mandante do crime. Foi defender-se no Rio de Janeiro e lá assassinado por um pistoleiro de aluguel, identificado como Miguel Alves.
No dia 4 de setembro de 1930, João Pessoa virou nome da  Capital Paraibana. Antes era Parahyba do Norte. Nesse mesmo ano o cantor Francisco Alves Gravou Hino a João Pessoa, de Eduardo Solto e Osvaldo Santiago.
Essa música fez um sucesso estrondoso. João Duarte Dantas foi encontrado morto na cela onde foi posto.
A versão de suicídio foi desmantelada pelo ex-cangaceiro pernambucano Antônio Silvino (1875-1944), que estava trancafiado numa cela próxima à da vítima.
Quanto ao destino do touro que pegou Ignacio Sanches Megía... Essa é outra história.