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quarta-feira, 12 de agosto de 2020

CLARA NUNES, VOZ QUE ENCANTOU O BRASIL


Em 1982, a cantora Clara Nunes estava feliz da vida. Nesse ano, ela colhia belos frutos com o lançamento do LP Nação.
Nação é o disco de repertório político e brasileiríssimo. Começa com Nação, faixa título assinada por João Bosco, Paulo Emílio e Aldir Blanc.

Jêje, minha sede é dos rios
A minha cor é o arco-íris
Minha fome é tanta
Planta flor, irmã da bandeira
A minha sina é verde-amarela
Feito a bananeira


Naquele ano os brasileiros voltariam às urnas para escolher vereadores, prefeitos, deputados, governadores e até senadores, carimbados pela imprensa com rótulo “biônicos”.
Escolha de governador pela urna não ocorria desde 1965.
Naquele já distante ano, Clara Nunes estreava no mercado fonográfico com um compacto (foto ao lado) depois de conquistar o terceiro lugar no festival A Voz de Ouro ABC, realizado na sua terra Minas Gerais. Ouça: 


A carreira artística Clara iniciou como caloura de programas de rádio, em Belo Horizonte, MG.
Os três primeiros LPs que ela gravou, não alcançaram sucesso algum. Mas em 1965, com Claridade, ela começou a ocupar os primeiros lugares nas paradas de sucesso. Nesse ano ela conheceu o compositor Paulo César Pinheiro (1949), produtor musical com quem se casou. A propósito, toda quarta-feira a TV Cultura está levando ao ar uma série de cinco episódios com Pinheiro.
No correr de sua carreira, Clara Nunes (sobrenome, da mãe) gravou 15 ou 16 LPs.
No seu tempo, a cantora bateu todos os recordes de venda. Até então nenhuma cantora brasileira vendeu tanto: 4,4 milhões de discos, mais ou menos.
No dia 2 de abril de 1983, o Brasil todo chorou a morte de Clara Nunes, vítima de um choque anafilático, que lhe fez parar o coração.
Clara Francisca Gonçalves nasceu no dia 12 de agosto de 1942.
Num ano qualquer de 1970, eu tive a alegria de conhecer essa incrível mulher. Acima um registro da fotógrafa Maria da Conceição. Por onde andará essa Maria?
No acervo Instituto Memória Brasil, IMB, se acham todos os discos gravados por Clara Nunes, mineirinha de Paraopeba.

OPA! DITADURA NÃO


A mais recente edição da revista Piauí traz reportagem especial narrando bastidores de tensas reuniões realizadas na manhã de 22 de maio passado, no gabinete do manda-chuva do Planalto. 
Nessas reuniões, uma delas iniciadas as nove horas, o presidente tava com o Capeta.
A revista conta que Bolsonaro estava apoplético, gritando e soltando palavrões contra Deus e o mundo. Estava especialmente irritado com os ministros Alexandre de Moraes, e Celso de Mello, decano do Supremo Tribunal Federal (STF).
Dias antes, Moraes havia decidido suspender a posse do delegado Alexandre Ramagem como diretor-geral da Polícia Federal, e De Mello, por deixar-se entender que recolheria o celular de Bolsonaro. 
Esses dois fatos desencadearam no Presidente a vontade bubônica de mandar o exército botar pra correr os ministros e fechar o STF. Mas essa vontade foi afastada com um balde d'água fria atirado pelo general Heleno, que disse: "Não é o momento para isso". 
Desde que foi eleito, o presidente Bolsonaro ensaia momentos para se eternizar no poder como ditador. Ele alimenta essa vontade, louca, até hoje. 
Todo mundo sabe, e se não sabe deveria saber, que Bolsonaro capitão praticou infrações graves contra o Exército. Por isso foi julgado pelo Tribunal Militar e mandado de volta pra casa, reformado. 
Lugar de ex-militar é em casa, cuidando da mulher, filhos e comendo pipoca. 
Lugar de militar, na ativa, é defendendo a pátria contra a violência de nações estrangeiras e não atuando na política como se civis fossem. 
Quer dizer: uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa. 
Existem mais de 2500 militares da ativa e reformados ocupando os mais significativos postos do Governo. 
É como se o Brasil vivesse numa democracia militar, mas isso não existe: pão, pão, queijo, queijo.
O mundo todo está de olho no Brasil, nos gestos de Bolsonaro. 
Ou Bolsonaro está louco ou fazendo o Brasil de bobo. Isso não pode estar certo. 
Por que tanto Bolsonaro insiste a por o Brasil em perigo, com seu desejo transformar-se em ditador?

O bicho é muito louco
É xarope é xaropeta
Quer de volta a ditadura
Com tiro e baioneta
Quer de novo pegar gente
Esse filho do Capeta

Só não vê quem não quer ver
Há plano em andamento
Plano maquiavélico
A ver com fechamento
O Brasil tá em perigo
Agora, neste momento!

...

Seu sonho de consumo
Atenção, muita atenção!
É pôr tranca no Congresso
É dar força à repressão
Ou é mandar pra o xilindró
Quem lhe faz oposição?

Ele marcha para trás
Comandando pelotão
Incitando seus cavalos
Contra a paz e união
É um zero à esquerda
À direita é Cramunhão
Ele veio do Inferno
Pra confundir a Nação
Apronta a toda hora
Deus do céu, ele é o Cão!
Ele não gosta da vida
Ódio é sua paixão

 ...

É contra a liberdade
E a favor da repressão
Muita gente ele matou
De raiva, humilhação
É soldado do Capeta
Do Inferno, guardião

É grande filho da morte
É grande filho do Cão
Carrega na sua mente
O mal, a dor, a danação
O que lhe falta fazer
Pôr o Brasil na prisão? 

Capetas batem palmas
Pra seu chefe Cramunhão
Que anda muito excitado
Cuspindo fogo no chão
O motivo disso tudo
É Presidente sem noção

Pra ler o texto completo de Serpente Quer por Ovo / No Coração do Brasil, é só clicar: https://institutomemoriabrasil.com.br/pagina/1522493/serpente-quer-por-ovo-no-brasil/