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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

CARNAVAL, PECADO E CINZAS

Osvaldinho da Cuíca nasceu no dia 12 de fevereiro de 1940, dia de Carnaval. Inezita Barroso nasceu no dia 4 de março de 1925, dia de Carnaval.
O amigo leitor deve ter percebido algo curioso na data de nascimento desses dois artistas brasileiros. Um nasceu em fevereiro e o outro, em março.
O Carnaval é uma festa móvel do nosso calendário de datas festivas.
Os dias de Carnaval estão atrelados à Páscoa.
O Carnaval, era nas suas origens, uma comemoração pagã. De olho nisso a Igreja entrou na parada e tomou para si essa festa, incluindo-a no seu calendário de datas comemorativas.
O Carnaval começa 46 ou 47 dias antes da Páscoa. A Páscoa começa sempre num domingo.
Depois da terça-feira de Carnaval, vem a quarta-feira de Cinzas e aí começa um período de 40 dias, Quaresma, em que os cristãos pagam seus pecados de antes e pós Carnaval.
Pecado por pecado muita gente pagou com a vida ao contaminar-se com a febre amarela, a varíola e a gripe espanhola.
Alfredo da Rocha Viana Filho, o Pixinguinha, pegou varíola, mas escapou. Era menino quando isso ocorreu. A doença, também chamada de bexiga, virou apelido do menino: Bexiguinha.
De Bexiguinha pra Pixinguinha foi um passo.
Pixinguinha foi um grande adepto do Carnaval, chegando a desfilar ao lado de bambas da sua época, incluindo o erudito Eleazar de Carvalho.
Eleazar, por sua vez, chegou a arriscar-se a compor música para os seguidores de Momo, sob o pseudônimo Razaele. Não fez sucesso algum, sucesso faria anos depois como maestro regendo orquestras dos EUA e da Europa. Em 1962 criaria o Festival de Inverno de Campos de Jordão, mas essa é outra história.
Em 1897, uma epidemia de febre amarela desabou sobre o Rio de Janeiro. Naquele ano o Carnaval foi adiado de fevereiro pra junho. Meio boca, mas houve.
A morte do Barão do Rio Branco em 1912, levou o governo a adiar o Carnaval de fevereiro para junho. O povo não gostou, mas deu um jeito: brincou o Carnaval em fevereiro e também em junho. Clique: BARÃO DO RIO BRANCO E CARNAVAL
O Barão dizia que as únicas coisas que funcionavam no Brasil era a bagunça e o Carnaval.
Em setembro de 1918 a gripe espanhola, assim chamada uma gripe surgida nos EUA, chegou ao Brasil e matou um mar de gente.
Tão rápida e misteriosamente chegou, assim foi-se a Espanhola. Ficou por aqui durante uns três meses e no fevereiro seguinte quem escapou dessa praga caiu na gandaia.
Foi o Carnaval mais depravado da história, dizem nas suas memórias Pedro Nava e Nelson Rodrigues. Leia: GRIPE MATA!
Pixinguinha deixou centenas e centenas de músicas, entre as quais os clássicos Carinhoso e Rosa. E também muitas composições para o Carnaval.
Pois é, depois da terça-feira de Carnaval, vem a quarta-feira de Cinzas. Ouça:
TOQUINHO & VINÍCIUS - MARCHA DA QUARTA-FEIRA DE CINZASMARIA, CARNAVAL E CINZAS - LUIZ CARLOS PARANÁ

FAGNER CONTA CAUSOS NA TV CULTURA

O Provocações que foi ao ar ontem 16 à noite, na TV Cultura, trouxe um papo leve e solto com o cantor e compositor cearense Raimundo Fagner.
Ao apresentador Marcelo Tas, Fagner relembrou sua trajetória artísticas e as peladas de futebol que fez com Chico, Pelé e Zico.
Fagner contou também que, verdade ou mentira, por pouco não disputou a Copa de futebol de 1982. Houve vários pontos engraçados no decorrer da entrevista.
Amigo de políticos cearenses, Fagner contou que chegou a ser convidado a concorrer aos cargos de Deputado e até Governador no seu Estado.
Sobre se voltaria a apoiar ou não Bolsonaro, Fagner subiu no muro que nem psdebista que é.
Essa história de apoiar Bolsonaro, disse ele, foi mais por um acaso. "Eu estava num avião e Bolsonaro bateu uma foto minha, com ele".
Ali pelo meio da entrevista a Tas, Fagner lembrou a "cantada" que seu futuro pai deu na futura mãe. Detalhe: na ocasião o pai, um libanês, se achava num velório velando o corpo da sua primeira mulher.
Fagner tem sempre boas histórias para contar.
Toda vez que eu o entrevistei, sempre dele colhi bons causos.
Entrevistei Fagner várias vezes, ao vivo, para o programa São Paulo Capital Nordeste que eu apresentava na rádio Capital AM 1040.
Na foto ao lado, registro de um prêmio que ganhamos em Campina Grande, PB.

DEMOCRACIA EM PERIGO

Desde que Bolsonaro ganhou o cargo de presidente da República, a democracia brasileira tem sofrido mais do que saco de pancada. É testada diariamente pelas milícias físicas e virtuais, incluindo parlamentares raivosos, caninos.
Mais uma agressão contra a nossa democracia ocorreu há poucas horas. Quando o deputado Daniel Silveira, também ex policial militar, soltou um vídeo nas redes esculhambando com os ministros do STF e pedindo de volta o Ato Institucional n5.
Gravíssimo ataque do deputado ao STF. Cabe enquadramento na Lei de Segurança Nacional.
No começo de setembro de 1968 o governo militar tentou punir o deputado Márcio Moreira Alves (1936 - 2009) por um discurso simples, sem agressão, sem palavrão, sem nada. Ele pedia apenas que as moçoilas da época não saíssem com soldados no dia do desfile militar (7 Setembro). Impedido pela câmara, os militares fecharam o Congresso.
Um horror!
As agressões do deputado bolsonarista de raiz levaram o STF a decretar sua prisão. 
Esse é o assunto político do dia, por enquanto. 
Daqui a pouco a Câmara tentara livrar o bolsonarista agressor das grades, onde se acha. 
Daqui a pouco também, por volta das 14 horas, os ministros do STF se reunirão em plenário para reforçar a prisão desse sujeito, que envergonha a democracia e os brasileiros de bem. 
A prisão do deputado deverá ser reconhecida por unanimidade dos ministros. Na câmara, porém, tudo se fara para expor o cabra na rua. Quer dizer, de volta ao assento que lá ocupa por opção de 31 mil eleitores. 
Daniel Silveira, que deverá ser expulso do PSL, é o mesmo sujeito que em 2018 arrebentou uma placa de rua feita em homenagem à vereadora assassinada Marielle Franco, no Rio. 
É isso ai. 
Aguardamos os próximos capítulos. 
Sobre o AI-5, leia: 
https://assisangelo.blogspot.com/2018/12/ai-5-nunca-mais.html