O Brasil é um país extraordinário, mas cheio de contradições.
Eu já disse e repito: o Brasil, para Kafka, seria uma festa. Um sonho.
Todos sabemos que Franz Kafka (1883-1924) foi um escritor fantástico, em todos os sentidos.
Nós, brasileiros, apanhamos, apanhamos e não aprendemos.
A nossa lembrança é, digamos assim, quase zero.
O que comemos no dia anterior, quase sempre esquecemos no dia seguinte, não é mesmo?
No dia 30 de abril de 1981, um puma explodiu com dois militares do exército, na zona sul do Rio de Janeiro.
A bomba que explodiu no carro era pra ter explodido no Riocentro, onde se realizava um espetáculo em homenagem aos trabalhadores.
E lá estavam Chico Buarque, Elba Ramalho, Martinho da Vila, Sérgio Ricardo, Clara Nunes, Miucha,
Milton Nascimento, Paulinho da Viola e dezenas de outros artistas e um público estimado em 30 mil pessoas, incluindo crianças.
À época Bolsonaro, esse aí, era tenente. E de tanto gostar de dinheiro começou a propagar uma campanha visando aumento de soldos dos militares. Essa campanha contava com a ideia de explodir bombas por todo canto. Foi preso e julgado pelo Tribunal Militar. Pra ele foi bom: aposentou-se como capitão e depois virou vereador, pelo Rio. Mais: apontou na mentira, na fake news e virou presidente.
Como se vê, o mês de abril nos traz à memória fatos tocantes.
É no mês de abril que se comemoram o Dia da Mentira, Dia do Jornalista, Dia do Livro Infantil, Dia do Índio, Dia de Tiradentes, Dia Mundial da Saúde, Dia do Exército Brasileiro, Dia do Café, Dia do Beijo, Dia Mundial do Desenhista...
O dia do Desenhista é comemorado desde 2011. Há 10 anos, portanto.
Esse dia foi criado por não-sei-quem, mas a inspiração foi o italiano Leonardo. O da Vinci. Quem dá Vinci, dá trinta, quarenta, cinquenta... Brincadeirinha...
Vinci era uma vila italiana do século 15, onde nasceu Leonardo.
Leonardo da Vinci nasceu no dia 15 de abril de 1452.
Um século e pouco depois, nascia nas terras inglesas o gênio da literatura mundial William Shakespeare.
Shakespeare nasceu em abril e morreu em abril, com 52 anos de idade.
Em abril morreu também um cara de importância fundamental na formação de pessoas: o escritor espanhol Miguel de Cervantes, aos 68 anos.
O mês de abril de 2020 termina hoje, no Brasil, com 400 mil mortos pela Covid-19.
A história é feita por fatos.
Marcar o nome na história não é fácil.
Que o diga o cartunista Fausto, construindo seu nome como fizeram Shakespeare e Cervantes.
Gereba, Klévisson e eu compusemos um xote que fala de perseverança. Ouça:
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