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sábado, 30 de outubro de 2021

COSTA SENNA, UM BRINCANTE EM CENA

Costa Senna, de batismo Francisco Helio da Costa, é um dos artistas populares mais importantes do Brasil. Nascido em Fortaleza, CE, Senna passou boa parte da infância num lugarejo chamado Choró Limão, localizado no interior de Quixadá, CE.
Foi em Quixadá, terra dos cordelistas Alberto Porfírio da Silva (1926-2009) e Rouxinol do Rinaré, que o menino Francisco tomou gosto pela arte popular e dela tornou-se um aplaudido nome.
“Um dia, chegou lá em casa o meu avô Vicente. Quando ele se preparava pra voltar pro seu lugar, em Quixadá, eu chorei, esperneei, atirando-me as suas pernas. Certamente tocado pela cena, levou-me consigo com a aquiescência da minha mãe”, revela Costa Senna.
Depois de voltar a Fortaleza, ali com seus 13, 14 anos, Costa Senna foi levado por uma namorada à casa de Juvenal Galeno. “Ali conheci muitas pessoas e fiz amizades. Essas amizades abriram caminho para que eu pudesse desenvolver e mostrar meu talento pela arte popular”, conta o artista que começou atuando como ator no palco.
Não demorou e ele trocaria Fortaleza por São Paulo. E aí tudo aconteceu com maior rapidez na vida desse talentoso artífice da cultura brasileira.
Até agora, Costa Senna já gravou 6 CDs e 2 DVDs. Fora isso escreveu e publicou 13 livros e pelo
menos 50 folhetos de cordel. Como ator, atuou nas peças A Noite Seca de Geraldo Markan, Barrela de Plínio Marcos, Deus Lhe Pague de Juracy Camargo, O Caldeirão de Oswald Barroso. E nos filmes: Paulo Freire, Educar Para Transformar; Nísia, Paulo e Josué – Oficina de Memória e As Aventuras de Raul Seixas na Cidade de Thoth.
Em novembro de 2001, sobre o artista escrevi para o disco Costa Senna em Cena:

Este é um disco diferente em tudo, por isso bonito.
Diz de gente, povo e puta; de natureza, corrupção, racismo e violência. Diz mais. Diz de fome, de seca e de guerra; de mazelas dos tempos modernos, como a AIDS. Diz até da língua portuguesa, pobre e abandonada, e de político safado, ladrão. Revoltado, o poeta mete a ripa no bicho homem, que mata e destrói sem pena, sem dó. Triste diante do quadro que lhe surge, o poeta não se cala: abre o bico e solta o verbo em defesa da ecologia, do planeta e de tudo que se bole sobre o velho bucho do mundo. Perfeito.
Ouçam-no com atenção. Peguem carona no tempo e sigam o poeta na rima e na métrica. É boa a viagem, e quem gosta do que é bom vai aqui se esbaldar ao som do rap no ritmo autêntico do repente nordestino.
Senna - você ainda não sabe? - é doutor em sensibilidade, que faz e declama poesia com naturalidade e maestria, coisa difícil nestes tempos bicudos.

Filho de Joaquim Raimundo da Costa e Raimunda Sena da Costa, Costa Senna é o mais velho dos 6 irmãos do casal, que também teve 7 filhas. “No total, somos 13 irmãos. E vivos até hoje, graças a Deus!”, firma Senna.
Francisco Helio da Costa, Costa Senna, nasceu no dia 30 de novembro de 1955.
O depoimento que o artista nos concedeu é tocante. Ouça: 

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Cordéis de Costa Senna