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quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

O RÁDIO NA TV: ULISSES COSTA É O CARA

Carlos Silvio e Ulisses Costa no
programa Paiaiá Conectados

O futebol chegou ao Brasil nos fins do século 19, pelas mãos ou pés de Charles Miller. 
O futebol, mais ou menos como o conhecemos hoje, nasceu lá pras bandas da Inglaterra.
Aliás, na Inglaterra tem um time centenário chamado Corinthians.
O Corinthians brasileiro foi completamente inspirado no Corinthians inglês, contra o qual o jogador Sócrates chegou a jogar.
O rádio chegou ao Brasil, historicamente falando, em setembro de 1922. 
O futebol começou a despertar a atenção do público de rádio ali pelos anos 30. Ou 40, com o compositor mineiro Ary Barroso fazendo as primeiras transmissões. De lá pra cá, muita coisa mudou. A coisa profissionalizou-se e hoje, transmissão de futebol é o que é. Pelo rádio ou TV.
Transmissão de futebol pela TV é um saco de se ver. 
Nem nos tempos que eu enxergava com os olhos, gostava de ver futebol pela TV. O rádio é mágico, nesse e noutros pontos.
Conheci muitos narradores de futebol. Craques, como Osmar Santos.
Osmar imortalizou o bordão: "Bimba na gorduchinha!".
Conheci também Fiori Gigliotti (1928-2006), que abria suas narrações com o bordão "Abrem-se as cortinas!".
Gigliotti era um romântico. Maravilhoso.
Uma vez, quando recebi uma homenagem na assembleia legislativa de São Paulo, lá estava ele... Mas essa é outra história.
Um acidente automobilístico tirou Osmar Santos dos microfones. Seu irmão Ulisses, na CBN, faz o que pode pra prender a atenção dos ouvintes. Gosto.
Está surgindo uma figurinha incrível na telinha: Ulisses Costa.
Ulisses Costa não é Oscar Ulisses.
Ulisses Costa é levando para a TV o pique do narrador de rádio. Legal. Estou gostando.
Dia desse, comentando isso com Carlos Silvio, ouvi: "O cara realmente é muito bom".
E o cara referido é o que fala aí abaixo:

OPINAR É BOM. VIVA BENEDITO LACERDA!

O compositor e instrumentista Benedito Lacerda, desaparecido no dia 16 de fevereiro de 1958, foi um dos maiores amigos do genial Pixinguinha (1897-1973). Tinha 55 anos incompletos quando morreu. Era carioca.
Em 1919, Pixinguinha escreveu o choro Um x Zero. Esse choro foi feito em homenagem ao jogador Friedenreich (1892-1969), autor do único gol da seleção brasileira contra a seleção uruguaia naquele ano. Após o jogo, Friedenreich ganhou o apelido de El Tigre.
E não custa lembrar que o choro Um x Zero foi gravado pela primeira vez em 1946, quando Pixinguinha deu a parceria a Benedito Lacerda.
A dupla Pixinguinha/Benedito Lacerda marcou época.
Como se vê, essa é uma opinião feita com base na história.
Opinar é fundamental.
A história brasileira aponta para vários críticos que marcaram época, como José Ramos Tinhorão (1928-2021).
Como Tinhorão marcaram época, no mundo das artes, os cineastas Glauber Rocha (1939-1981) e Arnaldo Jabor (1940-2022).
Tinhorão deixou uma bibliografia memorável, como Glauber e Arnaldo.
Todos os livros de Tinhorão são de obrigatória leitura.
Os filmes de Glauber, na maioria, merecem ser vistos.
Arnaldo Jabor, filhote do cinema novo, iniciou-se como panfletário e crítico discutível do cinema até então feito no Brasil. Pindorama, de 1970, é prova viva do que digo. Mas na verdade, na verdade, Arnaldo Jabor firmou-se no imaginário brasileiro a partir das suas aparições na TV Globo e na rádio CBN.
Isso que digo, porém, não o desmerece como cineasta. Deixou coisas boas, como Toda Nudez Será Castigada (1973), baseado no livro homônimo do pernambucano Nelson Rodrigues (1912-1980).
Nelson Rodrigues foi um dos maiores autores da literatura brasileira.
Vamos ouvir Um x Zero?