A temática é sempre revisitada, aqui e alhures.
Mineiro e Manduzinho |
O mineiro Téo Azevedo, o mais prolífico dentre todos os compositores contemporâneos, popular no sentido estrito do termo, brinca com palavras que formam composições de baixo calão. Daí, muitas vezes, a graça. Exemplos: Abelha Tubi, Aperto na Ruela, Atola João Cabeçudo, Baile do Jacú, Boiola, Cacete Armado, Castrado, Cagão na Camisa, Carimbó do Filho do Tuta, Ele é Boiola, Eu Comi a Jaca Dela, Filho do Tuta, Forró do Zé Atola, O Fumo Só Ta Entrando, Jaca Dela, Sem Calcinha, Tira a Saia Maria, Vou Te Dar Minha Pitomba, A Mulher do Corno Rico, Acorda Corno, Corno Conformado.
É vasto o repertório que trata musicalmente do corno como personagem do infortúnio, digamos assim. E nunca é tarde para lembrar das gracinhas musicais que fazia o grupo Mamonas Assassinas, que tinha Dinho como vocalista. Na valsa Bois Don’t Cry, Dinho canta: “… Soy un hombre conformado/ Escuto a voz do coração/ Sou um corno apaixonado/ Sei que já fui chifrado/ Mas o que vale é tesão…”.
Até no mundo animal há bichos que pulam a cerca, ou ninhos, segundo levantamentos de cunho científico.
E a história do João de Barro, hein?
Uma lenda dá conta de que o João de Barro, quando descobre ter sido “corneado”, tranca na sua casa a infiel. E presa, morre.
Zé Mulato e Cassiano |
Os violeiros Zé Mulato e Cassiano fazem comparação do homem com a espingarda, que quando jovem se acha com todo o vigor. A espingarda, no caso, é o órgão genital masculino. Diz:
— Em compade pensando bem. A vida da gente é mesmo que ver uma espingarda. É mema coisa compade. No princípio a gente dá tiro.
— É verdade. Atirar é muito bão. Vai tirando vida a fora, mais lá por fim o tem lenca. Eh, mais quando tá ficando bão lenca compade.
Dos vinte até os trinta
Nossa vida é muito boa
A espingarda anda armada
E o atirador caçoa
Sortimento tá sobrando
Muitas veiz atira à toa
É só triscar no gatilho
Que a língua de fogo avoa…