Callado e Patápio
Mais o craque Pixinguinha
Ao Choro deram formas
Diferentes da modinha
Quem sabe tocar choro
É chamado de "chorão"
O Choro vem da flauta
Do cavaco e violão
Quem não sabe tocar choro
Se quiser pode aprender
Impossível isso não é
Para tanto é só querer
O caso é que o choro
É bonito e delicado
Foi feito por Patápio
Pixinguinha e Callado!
Foi o tempo em que as mídias, como rádio e jornal, tinham interesse de divulgar tudo o que ocorria no campo das artes.
Esse interesse acabou.
O rádio hoje divulga basicamente tudo o que não presta. O mesmo faz o jornal, sem falar em revista e TV.
Quando completou 90 anos de idade, o jornalista e historiador José Ramos Tinhorão declarou em entrevista a Wilson Baroncelli que a MPB já não existia e por isso considerava concluída a sua bibliografia de temática musical.
A MPB, na visão de Tinhorão, foi-se acabando aos poucos.
Ligo o rádio e a TV e não escuto lhufas com cheiro de qualidade musical.
É uma droga o que se ouve ora no rádio. Só bobagens a ferir ouvidos e sensibilidades. A programação da USP e da Cultura ainda respeita o ouvinte, tanto da área popular quanto da área erudita.
O Choro como ritmo e gênero caiu na vala comum dos mortos. Pena.
Aqui não custa lembrar da importância de Joaquim da Silva Callado, Patápio Silva e Pixinguinha.
Patápio nasceu no dia 22 de outubro de 1880 e morreu 26 anos depois. Deixou uma obra pequena em quantidade e enorme em qualidade. Com sua flauta ele ia do popular ao erudito. Os discos que gravou saíram pela pioneira Casa Edison, do Rio.
O ano do nascimento de Patápio foi o mesmo da morte de Callado, que nasceu em 1848.
Callado, que era funcionário público no Império, foi o cara que juntou amigos para cantar e tocar. Os instrumentos do grupo eram flauta, cavaquinho e violão. Foi daí que nasceu o embrião do Choro.
Na primeira década do século 20, Pattápio achou o ponto e começou a gravar Choro.
Em 1898, nascia Alfredo Vianna Filho que entraria para a história com o pseudônimo de Pixinguinha.
Pixinguinha foi o cara que deu o acabamento necessário ao choro.
Um clássico de Callado é Flor Amorosa.
Um clássico de Patápio é Primeiro Amor.
Um clássico de Pixinguinha é Carinhoso.
Fica o registro.