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sábado, 10 de fevereiro de 2024
ADEUS SEBASTIÃO MARINHO!
LICENCIOSIDADE NA CULTURA POPULAR (73)
Cora Pearl |
Perdida, assustada, Elizabeth alugou um espaço em Paris e passou, então, a entregar-se aos homens para sobreviver.
Elizabeth Crouch morreu fora do território parisiense, em Monte Carlo, no ano do lançamento do livro no qual conta a sua história: Mémoires d’une Courtisane.
História parecida, só que na ficção, teve Madame Bovary.
Essa personagem de Gustave Flaubert (1821-1880), era interiorana e apaixonada por leituras românticas. Casou-se com um médico, foi infeliz, e suicidou-se depois de cair nos braços de um amante.
Algo parecido, muito parecido aconteceu com Anna Karenina.
Anna Karenina, uma criação do russo Tolstói (1828-1910), matou-se atirando-se na frente de um trem.
Não é incomum nos dias de hoje uma mulher usar o próprio corpo para galgar posições importantes na sociedade.
Cristo ainda não havia nascido quando nasceu em Alexandria, então capital do Egito, aquela que seria a mais fulgurante e poderosa mulher do seu tempo: Cleópatra.
Cleópatra integrava a dinastia ptolomaica. Seu pai Ptolomeu XII era grego.
Os homens da família de Cleópatra eram chamados de Ptolomeu I, II, III, IV...
Sempre visando o poder, Cleópatra chegou a casar-se com dois de seus irmãos, Ptolomeu XIII e Ptolomeu XIV.
Incesto, não?
Incesto era uma prática comum e não punível na Antiguidade.
Jorge Amado |
Na literatura antiga há muitos registros sobre o assunto.
Sófocles, considerado pai do teatro grego, escreveu e levou à cena Édipo Rei. Nessa peça que Aristóteles classificou de "verdadeira tragédia", o personagem Édipo casa-se com a própria mãe, Jocasta, sem saber e com ela gera filhos. Quatro: Antígona, Ismênia, Etéocles e Polinice.
Ao descobrir, surpresa, o incesto consumado, a mãe de Édipo se mata e ele desesperado fura os próprios olhos e sai zanzando perdido na escuridão.
No mundo encantado dos orixás a chamada rainha das águas Iemanjá casa-se com um irmão e com ele tem um filho que finda por engravidá-la.
É tudo muito louco, não é?
Iemanjá, no seu berço africano, era negra. No Brasil, é branca.
A obra de Jorge Amado (1912-2001) é toda recheada de personagens ligadas ao mundo dos orixás. Tereza Batista, por exemplo, é filha de Iansã.
Essa Tereza é protegida de todos os orixás, a partir do justiceiro Xangô.