Otacilio Batista e Assis Angelo em programa da Rádio Atual |
O cantador repentista pernambucano Otacílio Batista compôs e gravou um poema decassílabo intitulado Mulher Nova, Bonita e Carinhosa/ Faz o Homem Gemer Sem Sentir Dor.
Esse poema foi gravado em disco LP pelo próprio Otacílio e depois melodiado pelo cantor e compositor paraibano Zé Ramalho, que a gravou em CD. A letra diz:
Numa luta de gregos e troianos
Por Helena, a mulher de Menelau
Conta a história de um cavalo de pau
Terminava uma guerra de dez anos
Menelau, o maior dos espartanos
Venceu Páris, o grande sedutor
Humilhando a família de Heitor
Em defesa da honra caprichosa
Mulher nova, bonita e carinhosa
Faz o homem gemer sem sentir dor…
Diz a lenda que num ano qualquer da Idade Média um cavaleiro apaixonou-se perdidamente por uma rainha. Ele era solteiro e ela casada. O seu rei, um tal de Marco, ficou puto.
O cavaleiro tinha por nome Tristão e a rainha, Isolda.
Naqueles tempos medievos era mais do que comum príncipes se apaixonarem por plebeias e princesas serem salvas por plebeus.
Em tempos não muito distantes, era comum no Nordeste um pai levar o filho adolescente a "virar homem" num cabaré, puteiro ou prostíbulo. Isso também ocorria noutras partes do país.
Beatriz Kushnir, autora do livro Baile de Máscaras, escreve que muitos pais levavam seus rebentos para a primeira transa nos bordéis do Rio à época das polacas. Quer dizer, além Nordeste.
Em 1964, o cantor e compositor Moreira da Silva deixou para a posteridade uma música que fez com Jorge Faraj. Essa música, Judia Rara, foi gravada em disco Odeon. A letra:
A rosa não se compara
A essa judia rara
Criada no meu País
Rosa de amor sem espinhos
Diz que são meus seus carinhos
E eu sou um homem feliz
Nos olhos dessa judia
Cheios de amor e poesia
Dorme o mistério da noite
Brilha o milagre do dia
A sua boca vermelha
É uma flor singular
E o meu desejo, uma abelha
Em torno dela a bailar.
Essa música foi feita para Estera Gladkowicer, uma imigrante judia russa que conheceu na Lapa e por ela se apaixonou. É bom lembrar que as mulheres que vinham do Leste Europeu e aqui se prostituíam eram, em geral, chamadas de polacas.
Foto e reproduções de Flor Maria e Anna da Hora