O céu de Juazeiro do Norte, CE, amanheceu embaçado no dia 20 de julho de 1934.
Sobre árvores, pássaros trinavam menos do que dias anteriores.
De um lugar qualquer ouvia-se o canto agourento da acauã.
Nas proximidades do centro da cidade, um mar de pessoas formava-se diante de uma casa. Nessa casa morava "o santo padre" Cícero Romão Batista.
O corpo do padre Padin Cícero do Juazeiro jazia num leito, cercado pelos amigos mais próximos.
Portanto, hoje 20 completam-se 90 anos da morte do famoso padre.
Cícero nasceu no dia 24 de março de 1844. Teve vida atribulada, atribuladíssima. Chegou até a ser castigado pelo Vaticano que o proibiu de celebrar missas, batizar e casar fosse quem fosse. Isso foi provocado por uma suposta armação que resultou num "milagre". Tal milagre teria ocorrido quando o padre enfiava uma hóstia na boca de uma beata. Essa beata, Mocinha, inspirou o rei da embolada Manezinho Araújo a compor uma música para Luiz Gonzaga gravar.
Quatro anos, uma semana e um dia depois em Sergipe, o mais famoso bandoleiro do Nordeste: Lampião.
Virgulino Ferreira foi expulso de uma igreja em Juazeiro a bengaladas dadas pelo padre Cícero.