Dante e Beatriz, pintura de Henry Holiday
As pegadas de Kafka foram antecedidas por autores como Dante Alighieri. Sim, aquele de A Divina Comédia.
O italiano Dante era um apaixonado por uma certa Beatriz. Século 13, por aí. Ele a conheceu quando tinha nove anos de idade e depois de nove anos voltou a vê-la e pôs na cabeça que com ela teria de se casar. Dançou. Ela foi para um lado e ele para outro. Amor platônico. Ele próprio casou-se com outra mulher e com ela foi pai três vezes, uma das filhas, a quem deu o nome de Beatriz, findou seus dias num convento.
Na época de Dante, na verdade antes e depois de Dante, era comum casamentos feitos de modo arranjado. Negócio na parada e a mulher como moeda de troca. Toma lá da cá. “Objeto” com dote e tudo.
Era através de casamentos assim arranjados, negociados, que famílias ricas ficavam mais ricas. Como se vê, por interesse.
Nesse ponto fica claro que o sexo era o caminho para fortalecer elos que levassem ao poder. E como expressão artística, o sexo é um poço sem fundo.
Já andei falando de Pietro Aretino, mas não custa lembrar que ele era assim e assim com religiosos do seu tempo. Chegou a ser amigo até de papas, como Clemente VII. Era temido por fracos e fortes. É dele a frase: “Escondemos o nosso sexo e pomos à vista as mãos que roubam e matam, e a boca que jura em falso”.
Tinha por hábito “emprestar” suas mulheres aos amigos. Às vezes, uma ou outra voltava ao seu teto. Por saudade, tesão ou sabe-se lá o quê!
Giacomo Casanova, o galã galante de Veneza, era intelectual e músico. Deixou muitos livros publicados e uma rica autobiografia, cujos originais estão na Biblioteca Nacional da França, que seria transformada em livro muito tempo depois da sua morte, em Duchcov, República Checa.
Como tradutor, Casanova deixou sua marca em Ilíada, de Homero, para italianos.
Conheceu muita gente importante, entre homens e mulheres. Aliás, dizem que não fazia muita diferença entre levar para cama um homem ou uma mulher.
Entre os famosos, desfrutou dos abraços da Imperatriz russa Catarina, A Grande (1729-1796).
Catarina assumiu o poder na Rússia depois de mandar matar o imperador Pedro III, com quem se enrolava na cama. Esse Pedro era broxa, diziam.
Era doida por machos. Teve muitos amantes, o mais frequente foi Grigori Potiomkin (1739-1791), que talvez tenha amado.