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terça-feira, 8 de outubro de 2024

MARIEL MARISCOTT ACABOU, MAS O CRIME NÃO


O dia 8 de outubro de 1981 começou, mas não terminou para o ex-policial Mariel Mariscott.

Mariscott, considerado o mais brilhante integrante do famigerado Esquadrão da Morte, tombou morto com uma saraivada de balas cravadas no corpo, quando com seu carro andava devagar numa rua no centro do Rio. Tinha 41 anos de idade. 

O Esquadrão da Morte começou simultaneamente em vários Estados do Brasil. Isso, a partir dos anos de 1960. 

Somente no Espírito Santo o Esquadrão deixou um saldo de mais ou menos 1,5 mil "bandidos" mortos.

No Río de Janeiro, o número de assassinatos assinado com a marca Esquadrão até hoje é incalculável. 

Tudo começou em 1965, quando foi assassinado o famoso Milton Le Cocq.

Le Cocq era integrante do corpo pessoal de segurança do presidente Vargas.

Pois, pois, isso foi o suficiente para que um grupo da elite policial do Rio partisse para a "vingança".

A história é longa.

O crime de morte continua sendo praticado absurdamente em todas as partes do nosso País.

No segundo semestre do ano de 1978, eu e o amigo querido Nelson Del Pino, que já está no céu, entramos no complexo penitenciário Frei Caneca para entrevistar o homem de ouro Mariel Mariscot. Com ele, na cela, permanecemos pelo menos três horas. Durante esse tempo nada podíamos gravar ou escrever o que falávamos. Ao lado da cela, de fora, dois ou três seguranças do presídio a tudo acompanhavam.

De cara fechada, os seguranças pareciam postes.

Muita coisa aconteceu depois da entrevista que fizemos com Mariel.

Ao término do nosso papo, Nelson e eu saímos a passos largos até o boteco mais próximo. E lá pusemos a memória em movimento. Pusemos no papel toda a conversa que tivemos com Mariel. O resultado disso foi uma série de página inteira publicada diariamente no extinto diário paulistano Notícias Populares. Uma dessas páginas é essa em que o entrevistado fala que está sendo ameaçado de morte. Leia: 

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