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terça-feira, 29 de outubro de 2024

VIVA NELSON CAVAQUINHO!

Eu tinha um amigo chamado José Ramos Tinhorão (1928-2021). Esse Zé, de uma inteligência analítica fora do comum, via na vida brasileira o fazer da arte popular. 

Esse Zé era jornalista e cheio de onda. Provocava.

Eram poucas as pessoas que ele admirava trocando ideias. 

Esse Zé levava porrada de tudo quanto era artista da música popular. 

Uma vez eu disse pra ele, Zé, que na nossa música popular há e sempre haverá grandes e anônimos artistas perdidos nas esquinas da vida. 

E aí eu disse que gostava muito de um cabra chamado Nelson Cavaquinho.

Foi de repente, que vi pela primeira vez uma pessoa arregalando os olhos pra mim. Surpresa. 

Pois é, essa surpresa era Zé: José Ramos Tinhorão. 

Tinhorão era um cara completamente apaixonado por Nelson Cavaquinho. 

Eu disse com-ple-ta-men-te...

Por que estou falando disso agora?

É que Magrão, um queridíssimo amigo telefonou perguntando se eu gostava do Nelson Cavaquinho. 

Pois é, eu conheci de perto Nelson Cavaquinho. Bebemos juntos um conhaquinho e um uisquinho. De lado, ao nosso lado, meu querido Fernando Coelho. 

O resto é história. 

Nelson nasceu no dia 29 de outubro de 1911.

Um dos grandes amigos do Nelson foi Cartola, que nasceu no dia 11 de outubro de 1908.

Em 1908 partiu para a eternidade o grande Machado de Assis. 

ESCRITORES POLÍTICOS DO BRASIL(2)

É à boca larga que se sabe da importância do cidadão alagoano Graciliano Ramos, tanto como cidadão ou profissional da literatura e da política. 

O bom alagoano, antes de se dedicar completamente à literatura, topou ser uma espécie de secretário da Educação do município de Palmeira dos Índios. Daí foi um passo para assumir o cargo de prefeito daquele município. Foi candidato único. 

Já como prefeito em 1928, Graciliano escreveu em relatório oficial que a Prefeitura estava, financeiramente, quebrada. E lá pras tantas disse que peso grande tinha o município com a empresa fornecedora de energia elétrica. Embora importante a claridade fornecida pela empresa, "o contrato foi feito às escuras".

Claro que ele se referia às safadezas cometidas pelos empresários contra o bem público. Isso tem até hoje como claramente se sabe. Não é à toa que esse tipo de safadeza continua perene...

São Paulo e parte do Brasil continuam, aqui e acolá, às escuras...

Graciliano Ramos era sucinto em tudo que falava ou escrevia. E cheio de graça, pois.

Depois de o escritor José de Alencar assumir cargos politicamente eletivos no Império, foi a vez de o maranhense Viriato Correia também virar deputado. 

Viriato nasceu em 1884 e morreu em 1967. Foi poeta, romancista, contista e autor de pelo menos uma trintena de peças teatrais. 

O primeiro livro de Viriato foi um livro de contos lançado em 1903. Título: Minaretes.

Minarete é palavra originária do mundo árabe que tem a ver com farol. 

Há muito o que dizer sobre escritores brasileiros que viraram políticos. 

Meu amigo, minha amiga, você já ouviu falar do potiguar Luís da Câmara Cascudo?

Bom, foi meu amigo.