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segunda-feira, 31 de agosto de 2009

ACHADOS E PERDIDOS, DESAPARECIDOS ETC.

O número de pessoas desaparecidas na 5ª maior cidade do planeta, São Paulo, chega a 30 por dia e a cerca de dez mil/ano.
No País, o total de desaparecidos pode ultrapassar a duas centenas de milhar.
Embora sério, o assunto, porém, já não desperta tanto interesse por parte de quem é, digamos, achável; do mesmo modo que a questão dos atropelamentos – e morte – de motoqueiros nas ruas da cidade.
No caso, o aumento anual é de pelo menos 10%; e três vezes isso, no resto do País.
Como repórter da Folha e de outros jornais, fiz reportagens sobre desaparecimentos. Creio que todo repórter um dia fez matéria sobre desaparecimentos.
Coisa banal, como quase tudo hoje em dia.
Os reálites vieram pra isso.
Orwell antecipou a idéia agora fato, no livro 1984.
Bom, mas eu quero mesmo é falar do achável Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelles Fernandes, o cearense latino-americano sem-dinheiro-no-bolso que deixou a zona sul da megalópole paulistana para trabalhar novas canções num lugarejo esquecido das terras do Uruguai.
Belchior foi encontrado fácil, fácil, no último fim de semana porque, ora, porque Belchior é Belchior. Se não fosse, e se o jornalismo do Fantástico tivesse mais o que fazer, ele não teria sido achado, certo? E ele não gostou disso, mas civilizado inda que é, atendeu a reportagem e, finalmente, todos ficaram felizes e felizes ficarão certamente para sempre.
Mas há outras pessoas, digamos, desaparecidas além das que se acham no número extraído da estatística, no início deste texto: Paulinho da Viola, Milton Nascimento, Chico Buarque, Roberto Luna, Odair Cabeça de Poeta, Oswaldinho do Acordeon, Beth Carvalho, Amelinha... E quem mais, quem mais? Geraldo Vandré! Hahaha!
Na foto acima, feita no século passado, eu e o rapaz latino-americano trocando idéias sobre achados e perdidos, perdidos e achados; sumidos, aparecidos e reaparecidos e coisas que tais.
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PLOCAS E BOAS
- O Lobão, das Minas e Energia, e dona Dilma-não-sei-quê dizem que a exploração do petróleo pré-sal, achável em camadas profundas do oceano, em nada vai mudar a rotina dos motoristas, porque o preço da gasolina, por mais que a tenhamos, não vai baixar. Dá pra entender? E por ainda estar em rebuliço o Senado, Lula sugere que todos dêem uma “cheiradinha no pré-sal” pra coisa acalmar. Eu, hein!
- Vanusa, a única cantora a gravar Avohai, de Zé Ramalho, em outubro de 1977, está sendo pichada por errar a letra do Hino Nacional Brasileiro, em solenidade meses atrás na Assembléia Legislativa de São Paulo. Isso é covardia. Quantos sabem de cor a letra de Duque Estrada, hein? Eis, aliás, mais uma razão para que o nosso hino seja ensinado de novo nas escolas. Hino nacional é a reza de um país.
- O querido amigo Júbilo Jacobino, fiel escudeiro do músico Costa Senna, manda avisar que a filhota Ornela está à beira de completar 15 primaveras. Isso ocorrerá no próximo dia 5. E eu também, no próximo dia 27. Quantas? 57, no talo!

2 comentários:

  1. Você me fez lembrar uma fase de nossa vida: como repórteres de polícia, fizemos MUUUUUUITAS matérias de desaparecimento. Era pegar os dados do coitado, levar a foto para o Cordeiro fazer um "boneco" e dá-lhe cinco ou seis linhas na bobina. O NP sempre aproveitava.

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  2. Assis Ângelo, acabo de ler o artigo maravilhos e o coloquei em
    www.twitter.com/agenciafm

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