O pernambucano de Exu Luiz Lua Gonzaga do Nascimento, o eterno rei de todos os baiões, continua despertando atenção de muitos, pois não são poucos os intérpretes Nordeste a fora que foi não foi entram em estúdio e regravam seus forrós, xotes, cocos, toadas e maracatus aos montes.
Agora, samba.
Isso mesmo: samba!
A prova está num dos três discos que acabo de receber.
Três não, quatro.
O 4º, vol. 7 da série Seu Canto, Sua Música e Seus Amigos, da Revivendo, traz pelo menos uma novidade: a inédita Quem É?, resultante de parceria bissexta do Rei do Baião com o alagoano José Luiz Rodrigues Calazans (1896-1977), o Jararaca, da inesquecível dupla com Ratinho (Severino Rangel de Carvalho, paraibano; 1896-1972).
Quando digo “inédita”, digo por uma razão: Gonzaga nunca gravou nenhum samba, tampouco de sua autoria.
Entre as 18 faixas do repertório do CD da Revivendo, acha-se o raro Sivuca no Baião, com o próprio Sivuca à sanfona que o imortalizou, tocando já de maneira fantástica e sensível ainda na fase dos 78 RPM.
Depois, no disco, vêm Cajueiro Velho (Cecéu), Forró Gostoso (João Silva/LG) e Terra, Vida, Esperança (Jurandy da Feira), essas com Gonzaga cantando e tocando nos tempos dos 33 RPM, ou seja, dos LPs.
Os outros discos recebidos são:
- Forró Sinhá Guilé vol. 1: Luiz Gonzaga não Morreu, com repertório inteiro do Rei do Baião e parceiros. Mas, infelizmente, sem valor ou nenhuma importância musical pra quem prima pelo bom, no sentido arte. E primar por isso é preciso.
- Ed Carlos Canta Luiz Gonzaga. Esse dá pro gasto, mas o seu intérprete precisa melhorar.
- Com a Sanfona Agarrada no Peito Forroxote 8, Xico Bizerra, é dez! É o melhor dos três, merecedor de prolongados e sinceros aplausos.
Com a Sanfona Agarrada no Peito é o 8º disco do cearense Xico Bizerra (xicobizerra@br.inter.net). Esse disco também serve de pretexto para homenagens a Dominguinhos, Gennaro, Flávio José e outros sanfoneiros; uns mais, outros menos conhecidos mais igualamente bons como Chico de Odete e Severino de Zé do Ubaldo, citados no texto de encarte.
O resultado não poderia ser diferente: ótimo.
Tomam parte de Com a Sanfona Agarrada no Peito, além de Dominguinhos etc., a cantora Irah Caldeira, João Cláudio, misto de intérprete e humorista do Piauí; Maciel Melo, Petrúcio Amorim e Santana o Cantador, todos em momentos muito inspirados.
Dono de voz bonita, aprumada, moldada pelo calor do sol, Xico há muito anda na boca do povo.
É conhecido.
Suas letras mostram o quanto ama a terra em que vive.
Xico Bizerra é dos bons e por isso faz jus à semente plantada pelo Rei do Baião no árido solo nordestino.
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PALESTRA GONZAGA
- O amigo Wilson Seraine manda dizer que está tocando pra frente palestra sobre Luiz Gonzaga, no Piauí. Ele é de lá. O título é Curiosidades Gonzagueanas. Bom, muito bom.
LANÇAMENTO DE DISCO
- Logo mais às 21 horas, no Teatro da Vila, o lançamento do CD Manuella Cavalaro Canta Cristina Saraiva, com a presença do excepcional violeiro Renato Braz e da cantora, compositora e instrumentista paraibana Socorro Lira, de elegante timbre sertanejo.
SHOW DE VIRGÍNIA AROSA
- Amanhã e depois de amanhã a cantora Virgínia Rosa canta no SESC Santana, a partir das 19h30. Ela está lançando mais um CD, Baita Negão. Mais informações com Fernanda Teixeira, da Arteplural: 11.3885. 3671 e 11.9948.5355.
PRÊMIO JABUTI
- A tradução para O Conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas, feita por André Telles e Rodrigo Lacerda, para a editora Jorge Zahar, ganhou a 51ª edição do Prêmio Jabuti de literatura realizada na noite de anteontem na Sala São Paulo, aqui na capital paulista. O segundo prêmio ficou com Topografia Ideal para uma Agressão Caracterizada, de Rachid Boudjedra, tradução de Flávia Nascimento. Em terceiro lugar ficou A Elegância do Ouriço, de Muriel Barbery, na tradução de Rosa Freire d'Aguiar.
CASTRAÇÃO QUÍMICA
- Portugal está discutindo. O Brasil está mudo. A Dinamarca, Suécia, Alemanha e Reino Unido já adotaram o que chamam de “castração química” contra estupradores e pedófilos. Sabe como funciona? É simples: o cabra é pego na marra e nele aplicado uma injeçãozinha pra baixar a safadeza. Ah! Se o capitão Virgolino inda estivesse por cá, hein? Por certo iria ter trabalhinhos que faria com gosto, de cabo com sua faquinha de picar fumo.
BLOG
- Recebo muitos e-mails de amigos e conhecidos. Pediria a todos que mandassem suas opiniões por este próprio blog. Assim todos poderão compartilhar melhor dos escritos que cometo, hein? Aproveito para mandar um beijo para a minha querida amiga Márcia Accioly, guerreira das Alagoas.
LEON BARG
-Cliquem:
http://www.youtube.com/leonbarg
É caro Assis, em relação aos e-mails ao invés de posts, digo que quem gosta de se expor é cuco, e mesmo assim só de quinze em quinze minutos.
ResponderExcluirCu-co!!!!!
Pôxa, Júbilo, tomara que você esteja completamente errado no que diz, pois eu, da minha parte, acredito profundamente na necessidade de se levar cada vez mais a público informações e temas para boas discussões; ou, se não, simplesmente o registro de fatos ou coisas acontecidos no correr do tempo, para que o maior número possível de pessoas saiba de existências vividas. Em ambos os casos se faz necessário a exposição. Mas por que não? Que receio há de se expor, nesse caso? Enfim, proliferam por aí os realities, que expõem bem mais o ser humano ao mundo do que o ser humano de fato precisa, não é mesmo?
ResponderExcluirConcordo amigo, aos poucos as pessoas vão descobrindo que a informação nesses tempos de hoje não tem mais dono, nós é quem devemos aguçar o nosso espírito crítico e assim decidirmos os filmes, os textos, as músicas que assistiremos e produziremos também, porque não! Sei que aprendi muito mais coisa boa fossando na internet, lendo e escrevendo em blogs do que em anos e anos vendo passivamente televisões, revistas e os outros meios de comunicação. Aqui as pessoas estão mais perto umas das outras, apesar do abismo que a realidade virtual pode denotar, portanto não nos esqueçamos também do tête-à-tête de vez em quando.
ResponderExcluirAbraços.