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terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

ALCIDES CAMPOS FILHO E O SEBO VENTANIA DISCOS

O paulistano Alcides Campos Filho (na foto, ao lado) é proprietário de um dos mais importantes sebos de discos e livros de São Paulo, o Ventania, que fundou no centro da cidade há 25 anos. No momento em que o CD entra em crise, ele não se faz de rogado e diz que o velho disco de vinil ressurgirá logo, logo, mas sem grandes tiragens de fábrica. Nesta entrevista, Alcides fala sobre o mercado de discos e um pouco de si próprio.
Ah! Sim: sou frequentador assíduo desse sebo. E se o leitor aí ainda não o conhece, eu o convido a conhecê-lo. Valerá a pena.
As perguntas feitas a Alcides, seguidas das respectivas respostas, são as que se seguem:

Blog do Assis: A loja de discos Ventania foi criada quando?
Alcides Campos: EM NOVEMBRO DE 1985, O DIA SÓ DEUS SABE!
Blog: Em que atividade profissional você se ocupava antes?
Alcides: EU TRABALHAVA EM FARMÁCIA, VENDENDO DROGAS. TAMBÉM TRAB ALHEI COM SEGUROS E SOU CORRETOR DE SEGUROS FORMADO, MAS NÃO GOSTO DA PROFISSÃO.
Blog: Por que o nome Ventania?
Alcides: PORQUE NA ÉPOCA EU ERA ENGAJADO POLITICAMENTE E GOSTAVA MUITO DO GERALDO VANDRÉ (AINDA GOSTO, MAS HOJE SOU MENOS FANÁTICO) E QUERIA HOMENAGEÁ-LO. E AÍ ESCOLHI O NOME DE UMA DE SUAS MÚSICAS, “VENTANIA ou DE COMO UM HOMEM PERDEU SEU CAVALO E CONTINNUOU ANDANDO”, PARCERIA COM O HILTON ACCIOLY.
Blog: Quantos discos formam o acervo da Ventania?
Alcides: MAIS OU MENOS 100 MIL, MAS JÁ TIVEMOS MAIS.
Blog: Você tem ideia de quantos discos já vendeu?
Alcides: SE CONTAR OS QUE EU VENDI EM LOTES, MUITOS. DEVE ESTAR GIRANDO EM TORNO DE 500 MIL ITENS.
Blog: Qual o seu gosto pessoal?
Alcides: NO GERAL QUASE TUDO, DESDE O GÊNERO BREGA ATÉ O JAZZ. CLÁSSICO NÃO, POIS ESSE GOSTO PRECISA VIR DE BERÇO. DE Q UALQUER FORMA, PROCURO OUVIR MAIS MUSICA BRASILEIRA. QUANDO OUÇO MUITO ROCK, FICO COM UM POUCO DE REMORSOS. SOU BASTANTE NACIONALISTA
Blog: Quais as raridades em disco que já passaram por suas mãos?
Alcides: MUITAS EU VENDI ATÉ POR PRECISÃO, COMO O LP DUPLO DO ZÉ RAMALHO (“PAEMBIRU”) COM O LULA CÔRTES. OUTROS NEM QUIZ FICAR, COMO O PRIMEIRO DO ROBERTO, O “LOUCO POR VOCÊ”, QUE VALE ATÉ TRÊS MIL REAIS POR AÍ NO MERCADO. MUITOS ORIGINAIS DO GONZAGÃO, INCLUSIVE OS QUATRO DE 10 POLEGADAS QUE ELE GRAVOU E HOJE SÃO REAIS RARIDADES. TAMBÉM O DISCO DO ELVIS PRESLEY QUE SAIU SÓ NO BRASIL, CUJA CAPA É UM CALENDÁRIO. NESSES 25 ANOS DE COMÉRCIO NO CAMPO DA MÚSICA JÁ PASSARAM MUITAS RARIDADES PELAS MINHAS MÃOS.
Blog: O que identifica um disco como raridade? Tiragem pequena e procura maior do que a oferta, valorização internacional...
Alcides: TIRAGEM PEQUENA É UM DOS ITENS QUE IDENTIFICAM UM DISCO RARO.
Blog: Qual o disco mais caro hoje em dia?
Alcides: NO BRASIL, AINDA O PRIMEIRO LP DE ROBERTO CARLOS. E TAMBÉM O “PAEMBIRU”, DO ZÉ E DO LULA.
Blog: Você vende mais vinil ou CD, nacional ou estrangeiro?
Alcides: MAIS VINIL. CD ESTÁ PRATICAMENTE FALIDO, SAINDO POUQUÍSSIMO. ENTRE NACIONAL E ESTRANGEIRO, EU DIRIA “MEIO A MEIO”. O QUE VENDE MAIS SÃO DISCOS DOS ANOS 70 PRA BAIXO, INCLUINDO SERTANEJHOS E DE AUTORES/INTÉRPRETES NORDESTINOS. ROCK TAMBÉM É MUITO PROCURADO AINDA. HEAVY METAL É MUITO PROCURADO.
BLOG: O vinil tem chance de voltar?
Alcides: NO EXTERIOR, TEM VOLTADO COM MAIS VELOCIDADE. AQUI, NO BRASIL, MAIS DEVAGAR. DE QUALQUER FORMA NÃO CREIO QUE VOLTE EM GRANDE ESCALA, NO BRASIL. VOLTARÁ COM PEQUENAS TIRAGENS, MAIS PARA COLECIONADORES, ATÉ PORQUE O PREÇO É SALGADO.
Blog: Há muita procura ainda por discos de 78 RPM?
Alcides: NÃO MUITA, MAS OS POUCOS COLECIONADORES QUE EXISTEM SÃO FANÁTICOS E ESTÃO SEMPRE SEDENTOS PELAS VELHAS NOVIDADES QUE APARECEM.
Blog: Fale agora um pouco sobre você.
Alcides: SOU DA TURMA DOS 50. NÃO GOSTO DE MUITA AGITAÇÃO. SOU VICIADO EM LEITURA E CULTURAL, EM GERAL. APRECIO A NATUREZA, TEATRO, CINEMA E, CLARO, MÚSICA. DEVO DIZER QUE A FAMÍLIA EU ACHO SER DA MAIOR IMPORTÂNCIA, EMBORA HOJE ESTEJA QUASE EXTINTA, POR CAUSA DA “MODERNIDADE” QUE FAZ PAIS E FILHOS SE ESTRANHAREM QUASE O TEMPO TODO. FALTA TEMPO NA CIDADE GRANDE. A VIDA É MEIO LOUCA. EXAGERO AO DIZER ISTO?
Blog: Mais alguma coisa:
Alcides: NÃO. O MEU E-MAIL: cialga@uol.com.br

SHOW DA FÉ
- Atentem para o título. Pois bem, vi e ouvi incrédulo há pouco, na Rede Bandeirantes, absurdos proferidos no programa de um tal RR Soares, prometendo mundos e fundos aos bestas que o acompanham. Dá cana, pois tudo ali é propaganda enganosa. Art. 121 do Código Penal Brasileiro. De lascar!

10 comentários:

  1. O artigo 121 do Código Penal é homicídio, ignorante! Como é que um es-repórter de polícia não sabe que o estelionato é 171?

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  2. Assis, o nome correto do album raro do Zé Ramalho é "Paêbirú" e não "PAEMBIRU" acrescento que o êrro não é meu e sim de revisão.

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  3. O problema do vinil é o espaço que ele ocupa. Além disso basta gravar um LP em qualquer computador que já dá para disponibilizá-lo em MP3.
    É o fim do direito autoral e o início de uma nova era cultural.
    Geraldo Nunes

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  4. mas quanto vale uma coleção de Mp3, Geraldo?
    evidente que vivemos uma outra era na qual muitas mercadorias acabam virando material descartável, no caso da música o CD, a pequena embalagem já demonstrava que veio para ser descartável, bem como as maiorias das músicas produzidas no Brasil e no mundo, o disco já teve seu auge que não voltará em termos amplamente comercial, mas à nivel de colecionador e de uma mercadoria mais atraente ainda terá bastante espaço.O CD já tá morrendo(quase inexistem colecionadores de CD) e o vinil ainda taí prá tocar e bem mesmo com muitos anos de velhice nas costas....ainda dá no couro e anda rodando bem.

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  5. Alcides ficou doido de tanto acumular vinil...os pobres mortais que se aproximam de joelhos até ele para conseguir algum disquinho que seja precisam responder primeiro a pergunta chave: QUANTO VOCÊ PAGA, antes de serem ungidos pelas suas bençãos mágicas de colecionador, concedidas por Beatles, Elvis, Stones e a fada mágica.

    Emerson Santiago Silva

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  6. Sempre tenho encontrado boas coisas na loja do Alcides, seja discos, livros, revistas. Além disso, sempre trata bem a todos.

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  7. Emerson - mentiroso, nunca tivemos esse sistema que "quanto paga" todos discos à venda na loja continham os preços, agora só trabalhamos via internet - Tão mentiroso que afirma coisas absurdas , eu não coleciono Elvis nem Beatles ou Stones - tenho apenas um ou outro disco deles na minha coleção (Alcides) Qual o sentido de um ser humano em criticar com mentiras? (Alcides)

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  8. Ah sim, eu não fiquei doido, minha mente está funcionando perfeitamente e trabalho bastante (Alcides)

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  9. Trabalhei na Ventania Discos loja do Alcides e da Neia, apesar de discordar da metodologia do Alcides na questão comercial r também discordar dos metodos utilizados por todos os sebos de discos e livros que vendem nossos acervos fonográficos para colecionadores europeus e asiáticos para voltarem ao Brasil em formato digitais e custando os olhos da cara, bem como discordar do trato que dão a transação comercial pagando preço de bananas e revendendo discos de vinil a preço de ouro ou seja subvalorizando o valor do vinil de quem compram os lotes e acervos para depois supervalorizar na hora de revender a preços absurdos (na minha opinião) onde só os donos de sebos lucram ; apesar de tudo isso o Alcides é um comerciante idoneo, honesto e é também um cara muito bacana e culto! Alcides é um comerciante e cidadão que conhece o que vende e que tem conhecimento de causa, por isso está há tanto tempo no mercado. Tive o privilégio de trabalhar com ele e com a esposa dele no final dos anos 90, e isto me ajudou a respirar um pouco financeiramente quando desempregado pude trabalhar na Ventania e sustentar minha familia até conseguir outro emprego na minha area profissional! Por isso devo gratidão ao Alcides e a esposa dele, Néia. Grande Alcides um cidadão que conhece tudo sobre arte, cultura e Música, diferente de aventureiros que não conhecem o que comercializam e ainda tratam os clientes de qualquer maneira ou seja: apenas como números. Wilson Alexandre - primo do atual presidente Luis Inácio Lula da Silva e ex-colaborador na Ventania Discos.

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