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segunda-feira, 8 de agosto de 2011

ARTE PARA TODOS

O teatro é esquisito, com poleiros altíssimos.
O espetáculo deixa a desejar.
Refiro-me ao Alfa, no bairro de Santo Amaro; e a Sem Mim, nova montagem do grupo mineiro Corpo.
Dura uns 40 minutos.
Pelo menos a metade desse tempo, ou um pouco mais, é ocupado por dúzia e meia de bailarinos pulando em piruetas sincronizadas.
Os 15 minutos finais, porém, enchem os olhos e os ouvidos agradecem a partir do momento que entram em cena bailarinas em saltos leves, mágicos, se sobrepondo a diversos ritmos, como batuque, samba e lundu.
Comecemos.
A temática é medieval, canção de amigo ou de amor, e vale pelo que é mostrado.
Há uma recomposição ou reconstituição de instrumentos da época, o que é positivo.
O negativo fica por conta da ausência física do corpo instrumental do espetáculo.
A primeira parte do espetáculo ficaria irrepreensível se os músicos estivessem presentes no palco.
O restante do tempo está ótimo, com batuque, samba e lundu contrapondo-se à temática principal.
Certamente haverá quem diga: aí seria concerto.
Eu, não.
Acho que enriqueceria.
A iluminação é boa.
Os dançarinos sofrem, extraindo o máximo de seus corpos elásticos.
Descoberta: há um público enorme à espera de bons espetáculos de dança no País.
Isso é bom.
Mas os preços são salgados.
As artes têm de estar ao alcance de todos.
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