Num ano qualquer do século 19, o naturalista francês Saint-Hilaire cunhou no livro Viagem à Província de São Paulo a frase que se tornaria famosa e causaria espécie no governo Vargas:
“Ou o Brasil acaba com a saúva, ou a saúva acaba com o Brasil”.
Mário de Andrade fez variação dessa frase, no seu Macunaíma.
“Pouca saúde e muita saúva, os males do Brasil são”.
Ao contrário de Saint-Hilaire e Mário de Andrade, o estudioso francês em viagem a diversas regiões do nosso País não usou a frase como metáfora para designar roubalheira e impunidade, mas à saúva em si, mesmo, que é uma formiguinha praga danada resistente e destruidora e que hoje anda um tanto esquecida nos campos deste Brasil-brasileiro de mulato inzoneiro cantado por Ary Barroso.
Anda esquecida, mas não extinta a praga capaz de acabar com um roçado inteiro em pouco tempo.
Lula se aquietava diante das saúvas.
Dilma se inquieta e dá sinais de que quer dar uma geral no formigueiro.
Líderes do Partido da República, PR, chiam na moita:
“Ela está brincando com fogo”.
Lembrei disso por provocação do escritor Roniwalter Jatobá e da leitura de cartas que Mário andou mandando pra seus amigos, entre os quais Alceu Amoroso Lima, Antônio Cândido, Carlos Drummond, Carlos Lacerda e Menotti Del Picchia.
Nesses dias, comentarei o teor das cartas.
PS - Na ilustração acima, parte de um exército de saúvas em ação.
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