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segunda-feira, 8 de agosto de 2011

ACABOU A RÁDIO RECORD. PENSEM NISSO!

Acho que neste mesmo espaço, já falei a respeito de Oswaldinho do Acordeon.
Mas se não disse, digo agora: Oswaldinho é um mestre do instrumento que o consagrou e que o escolheu para carregar ao peito, como um piano, uma criança, ou a mulher amada.
E ele gosta tanto desse instrumento, que o adotou como sobrenome.
Simplicidade absoluta, genialidade também: é Oswaldinho do Acordeon.
Há pessoas que vêm ao mundo para aprender determinada coisa ou profissão, e aprendem.
E são ótimas.
E há pessoas que vêm para ensinar, e ensinam.
Essas pessoas são excepcionais, caso de Oswaldinho, filho de seu Pedro e de dona Noêmia.
À profissão escolhida, Oswaldinho se amoldou de tal forma que acho que se não existisse sanfona como instrumento musical, ele a inventaria.
Aos 57 anos, pois é da safra de 54, ele mantém a memória viva de tal forma que chega a espantar.
Lembra da primeira, da segunda, da terceira música que gravou.
E de dezenas e dezenas de outras.
E se não estiver com a sanfona no peito ou no colo, não tem problema: ele solfeja, e logo traz a lembrança requerida na forma de música.
Oswaldinho foi o meu entrevistado hoje mais uma vez, no programa que apresento todos os dias na rádio Trianon AM 74, a partir das 14 horas.
Mas ele chegou atrasado, no finzinho, por causa do trânsito louco desta cidade louca chamada São Paulo, e que adoro como um louco que nunca dirigiu carro nenhum.
Firulas à parte, Oswaldinho estará novamente no programa amanhã, lançando seu novo disco: Forró Chorado.
Quem não nos ouvir, não saberá nunca o que poderá perder.
Viva Oswaldinho!

ESCULHAMBAÇÃO/Record
Quem acreditou na rádio Record, dançou.
A prova definitiva acaba de vir: todos os comunicadores, incluindo os do departamento de jornalismo, foram demitidos. E sem justa causa. Quer dizer: acabou. Mas acabou o quê? Tudo: programas de entretenimentos etc. Os horários serão ocupados por lengalengas evangélicos ou outro nome que se dê. A direção, à guisa de justificativa, distribuiu uma notinha mixuruca aos insatisfeitos falando de “reposicionamento estratégico” e “razões estratégicas” para atender o mercado. Pqp!
Quero ver o que vai dizer o Ministério das Comunicações.
Pois enfim, rádio, como televisão, é uma concessão pública.
O que a Record acaba de fazer é um desrespeito injustificável ao público e aos profissionais do meio.

FEIO
Um horror.
Não gostei da atitude do ex-ministro da Defesa Nelson Jobim, de sair pelas portas do fundo sem participar da transmisão protocolar de cargo, para seu sucessor Amorim. Esse sim, um diplomata em todos os sentidos.

FIM DO MUNDO
O mundo árabe está em fogo.
A Europa, também.
E você que tem menos de quarenta anos pensou um dia ouvir dizer que os EUA podiam se quebrar?
Eu, não.
E torço pra que isso não aconteça.
Mas vendo os cabelos branco se derramarem com tanta rapídez na cabeça besta do Obama, sei não...

OLIVINHO DO ACORDEON
Desse menino de grandeza excepcional Olivinho, ouvi agora há pouco, por telefone, que "hoje tudo no Brasil parece tosco".
E ele disse isso com uma tristeza danada.
E ele ainda disse mais:
"Noto que há um total desprezo pelo prazer da leitura, da cultura, do que há de melhor do Brasil".
Por fim, revelou:
"Eu adoro ler biografias".
Num sebo, ele contou, "achei um livro seu (O Brasileiro Carlos Gomes), que nem sabia que era seu".
Pois é, o Brasil precisa ser descoberto pelos brsileiros.
Um xero na lua Crescente, que no dia 13 vira Cheia.



ARTE PARA TODOS

O teatro é esquisito, com poleiros altíssimos.
O espetáculo deixa a desejar.
Refiro-me ao Alfa, no bairro de Santo Amaro; e a Sem Mim, nova montagem do grupo mineiro Corpo.
Dura uns 40 minutos.
Pelo menos a metade desse tempo, ou um pouco mais, é ocupado por dúzia e meia de bailarinos pulando em piruetas sincronizadas.
Os 15 minutos finais, porém, enchem os olhos e os ouvidos agradecem a partir do momento que entram em cena bailarinas em saltos leves, mágicos, se sobrepondo a diversos ritmos, como batuque, samba e lundu.
Comecemos.
A temática é medieval, canção de amigo ou de amor, e vale pelo que é mostrado.
Há uma recomposição ou reconstituição de instrumentos da época, o que é positivo.
O negativo fica por conta da ausência física do corpo instrumental do espetáculo.
A primeira parte do espetáculo ficaria irrepreensível se os músicos estivessem presentes no palco.
O restante do tempo está ótimo, com batuque, samba e lundu contrapondo-se à temática principal.
Certamente haverá quem diga: aí seria concerto.
Eu, não.
Acho que enriqueceria.
A iluminação é boa.
Os dançarinos sofrem, extraindo o máximo de seus corpos elásticos.
Descoberta: há um público enorme à espera de bons espetáculos de dança no País.
Isso é bom.
Mas os preços são salgados.
As artes têm de estar ao alcance de todos.
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