Começo de ano é começo de tudo, também de pôr em dia leituras atrasadas.
É o que estou fazendo.
Nas mãos, a última página de Balada de Itapoã, novo livro do poeta baiano Fernando Coelho, jornalista fora da roda de engolir gente e sonhos, agora se dedicando à cata de pérolas que sua sensibilidade maiúscula não guarda pra si.
Essa balada é salutar; é obra boa de ler num fôlego a partir, mesmo, da dedicatória que lembra que “nossa história passa pela força do Nordeste”.
Aliás, o talento poético de Fernando Coelho é força de leão macho e de mil tempestades juntas.
Aparentemente sem nenhum esforço, ele dá cabo de seus propósitos ao extrair poesia até nas formas ocas e simples em que a vida se esconde.
Nessa sua poética, Fernando continua a brincar com palavras, fazendo jogo com elas.
O pretexto, aqui, é pedir o “de comer” a Iaiá para não passar fome na viagem que nos leva à Itapoã, sua "Bíblia do mar".
Ele quer marisco, quer caranguejo, quer arraia e sereia negra.
E quer mais, muito mais que o poeta não é bobo.
E taliquá cantador debaixo da aba de céu estrelado, o o cantor de Itapoã roga atenção dos habitantes encantados do mar, para se proteger.
Não dá, pois, para ficar indiferente aos versos de Fernando Coelho.
É tudo bonito o que ele põe nas páginas dos livros.
Leiam-no!
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