Era meio fim de tarde do domingo 20.
Eu me achava passando férias escolares em Timbaúba, um dos municípios pernambucanos da Zona da Mata Norte mais gostosos de viver.
A cidade de poucos habitantes, era aconchegante e estava em rebuliço.
Não se falava noutra coisa naquela tarde, a não ser no homem na lua.
Num estabelecimento comercial ao lado da praça principal as pessoas se aglomeravam meio bobocas diante de um aparelho de televisão ainda em p&b e sem os recursos de transmissão o vivo, como hoje.
Mas isso era apenas um detalhe sem maior importância.
O que importava, mesmo, era ver o homem na lua como anunciado nos jornais e noutros meios de comunicação da época.
Fiquei meio zonzo, meio abestalhado, vendo o Armstrong pulando – pensei - na cabeça do dragão.
Mas não era na cabeça de dragão nenhum que ele pisava.
Ele pisava era na nossa imaginação, tendo como pretexto o solo lunar.
Pulinhos maravilhosos, de criança feliz da vida.
O tempo passou e ontem à noite eu vi na televisão um robozinho na forma de jipe, chamado Curiosity, de US$ 2,5 bilhões, chegando à Marte no começo da madrugada, depois de uma longa viagem até lá.
A mesma sensação de incredulidade daquele 20 de julho voltei a sentir.
Até aonde ainda vamos chegar, hein?
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