Matéria
que ocupou hoje página e meia do caderno Ilustrada, da Folha, sobre música
popular brasileira e estrangeira, não acrescentou nada a seus leitores.
Sequer
um ranking atualizado das músicas atualmente mais tocadas nas emissoras de
rádio e televisão foi apresentado.
Que
Aquarela do Brasil, Carinhoso, Garota de Ipanema, Asa Branca e outras mais são muito
cantadas e assobiadas por aí a fora, todo mundo sabe.
A
reportagem é superficial.
Quanto
à entrevista que gerou a manchete “MPB virou som de ‘barzinho’, diz Miranda”, é esquisita e oca como a cabeça dos fanqueiros.
A impressão que se tem é que se está falando de outro país, e não do Brasil.
Segundo
o entrevistado, o hip-hop “não é mais representativo”.
E
foi um dia?
Ainda
segundo ele, o “funk está tomando o lugar do hip-hop”, porque “música de mano
hoje é funk ostentação, que está desbancando tudo”.
O
entrevistado da Folha constata que “o funk do Rio, que continua firme”, por não
concorrer com o de São Paulo, “juntos vão acabar com o sertanejo e o hip-hop”.
Essa
é uma boa e a pergunta a ser feita é: e quem vai acabar com o funk?
Esse
modo musical desenvolvido num só acorde surgiu na metade dos turbulentos anos
de 1960, nos EUA, tendo como um dos seus representantes James Brown.
Mas
o funk daqui, nem de longe lembra o funk de lá.
E
pensar na enorme variedade de ritmos e gêneros musicais que temos...
CLARA
NUNES
Clara
Francisca Gonçalves Pinheiro nasceu em Paraopeba, MG, num dia como o de hoje:
12 de agosto, em 1942. Ao lado de Dalva de Oliveira e Elis Regina, Clara Nunes enriqueceu a nossa música popular.
Era uma intérprete e tanto!
Fica
o registro.
A
foto aí de cima, de Maria da Conceição, foi feita entre fins dos anos de 1970 ou
começos dos 80, cá em Sampa.
Assis, eu penso de vez em quando que a questão da musica feita e tocada no Brasil cada vez mais se trata de caso a ser estudado e pesquisado por alguém que seja entendido e muito de desvios de personalidade, eu explico: se torna extremamente impossivel que num Pais como o nosso com toda a capacidade criativa, sensibilidade e cultura riquissima, ainda seja possivel que a maciça maioria de musicas(?)executadas seja de uma pessima qualidade de composição, ritmo e interpretação. Coisa pra se pensar, será que é sinal dos tempos ou então pessoas como eu é que estão deslocadas no tempo?
ResponderExcluirA questão é ideológica. Não é por outro motivo que a revista Veja expõe em uma de suas capas o Padre Marcelo Rossi como exemplo de escritor (sic.) bem-sucedido. O jornalismo brasileiro emburreceu e perdeu o rumo. Daí matérias idiotas como esta.
ResponderExcluirSinceramente, o que seria da música boa se não fosse a música ruim?
ResponderExcluirE o que seria da opinião se não houvessem opiniões?
Os músicos brasileiros precisam de estímulo. A arte não tem sido muito valorizada.
A música que se ouve reflete muito do que vemos na sociedade atual: as pessoas estão se dessensibilizando, o mundo está entrando em colapso.
É tudo junto: as informações estão todas na rede e muitos têm acesso a ela. Por ela se veicula de tudo e, como sempre, o ócio é um mau companheiro.
É que, sem ter muito o que fazer e sem muito direcionamento, as pessoas clicam, ouvem e vão fazendo parte disso tudo, de acordo com o que lhes é disponibilizado.
Neste ponto é que entra a Educação, não é? A parte em que se oportuniza o acesso aos conteúdos culturais que foram construídos pelos homens e mulheres na história.
A gente precisa de oportunidade nas escolas, de educação para o uso da internet, de direcionamento.
É como se hoje estivéssemos vivendo uma ditadura às avessas, mascarada, onde acreditamos que temos liberdade de escolhas, mas não temos porque vemos o que podemos, lemos o que nos dão. Vemos a Globo e lemos a Veja. Claro que eu não faço nenhuma destas duas coisas, mas eu tenho absoluta certeza de que sou uma exceção.
Vamos oportunizar.
Assim como o Assis, que busca entender, estuda, compara, analisa e questiona, fazendo muitos pensarem a respeito do assunto (como eu, agora).
O negócio é ir espalhando as sementes, mas não só isso.
Tem cheiro de mudança no ar. Dá até pra ver, mas não acredito que seja o fim do funk ou do sertanejo não. Recentemente lançaram o funk-sertanejo e eu quase morri, rs. Complicado.
Isso tudo também é uma questão de gosto. É delicado falar sobre o gosto dos outros, mas que o gosto é influenciado e muitas vezes aprendido, isso é.
O problema nem é o funk, mas o rótulo sexual, abusivo, machista, preconceituoso e bandido que envolve o ritmo.
Vamos pensando mais um pouquinho, porque sempre ajuda.
Sábado 12 de agosto de 2009- DIA DE VANDRE - por Assis Ângelo. Ali sentados, Geraldo Vandré, Zé Ramalho e Assis Ângelo. De todas as perguntas na entrevista uma resposta Vandré, declarou: Ouço a Rádio Cultura AM, que toca Música Clássica, tenho um aparelho de TV branco e preto em casa, mas raramente ligo. Jackson do Pandeiro sendo entrevistado no Aeroporto em Curitiba disse: gravo todo ano, musica para o Carnaval e para o São João, e quando me encontram sempre perguntam, Jackson,você deixou de gravar? Adoniram Barbosa( You Tube), ninguém toca minhas musicas, parece que cometi um crime. Nelson Gonçalves: as musicas de hoje são um lixo. Luiz Gonzaga ficou um período no esquecimento, conforme declarou o saudoso Dominguinhos o Baião ninguém mais escutava. O São João no Nordeste esqueceu os seus verdadeiros valores, substituídos em sua maioria por enganadores. Nas Rádios não existem mais programas musicais do gosto dos ouvintes, dedicam-se a apresentações de outras culturas.
ResponderExcluirAs mágoas, injustiças são cometidas ao longo dos tempos. Eu me considero com muito orgulho um conservador. O mal será queimada a semente e o amor será eterno novamente(Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito).
Aloisio Alves.
Espero que o funk acabe logo,pois não sou carioca e nem vivo no morro para gostar de funk, minha cultura é outra. É uma absurdo a mídia impor o funk como cultura, não vivi o que se vive nos morros e muito menos me sinto igual à ao povo que vive no morro carioca.
ResponderExcluir