Hoje,
1º, é a primeira das cinco terças-feiras de outubro, que também terá cinco
quartas e cinco quintas até dezembro.
Foi
numa quinta-feira da segunda metade de um mês como este, em 1929, que o mundo
tremeu com a quebradeira provocada pela Bolsa de Valores de Nova Iorque.
Fortunas
foram para o ralo em segundos.
E
foi também em 1929 que o tieteense Cornélio Pires (ao lado, entrevistando um caipira), brincante de origem,
arriscou todos os seus tostões na gravação dos primeiros discos com registros da
cultura musical popular do interior paulista (acima, clique).
A
primeira leva saiu em maio, pela Columbia.
A
segunda em outubro, numa segunda ou terça-feira, com a significativa gravação da
primeira moda de viola feita em disco de 78 RPM, intitulada Jorginho do Sertão.
Uma
obra-prima.
E
nesta segunda os Estados Unidos amanheceram em crise, de novo, por consequência
da incapacidade do Congresso em negociar com a oposição um acordo para a aprovação
do orçamento do governo Obama. Resultado disso é que uma quantidade enorme de
norte-americanos ficará de braços cruzados e chorando pitangas até sabe-se lá
quando. O prejuízo já é avaliado em algo em torno de 1 bilhão de dólares.
Os
cidadãos comuns de lá ficarão sem salários, mas os militares continuarão a receber
seus soldos em dia.
Cornélio
pôs a bola caipira para rolar no campo e na cidade.
Um
orgulho de todos até então, hoje não.
Outro
dia ouvi o secretário de Cultura de Tietê lamentar o sentimento de vergonha que
os paulistas hoje nutrem por sua música e seu sotaque.
Hoje
leio notícia nesse sentido, dada pelo violeiro Roberto Corrêa, de Campina
Verde, cidadezinha bela e aprazível de nem 30 mil habitantes, localizada no chamado Triângulo Mineiro.
Roberto,
com a palavra:
-
Quando você estuda a cultura caipira, um dos
aspectos com os quais você se defronta é o preconceito, que começou com os
viajantes do século 19, que descreviam essa região como de povo maltratado. Quando
você fala do homem rural nordestino vem à mente aquele homem com chapéu de
couro. Do gaúcho, aquele homem com bombacha. Quando se fala do homem rural
paulista, é aquele homem desdentado...
O escritor Monteiro Lobato fez muita coisa legal, criou muitos
personagens bacanas, mas também alguns que não deveria
ter criado, como Jeca Tatu, pobre, doente, preguiçoso, desdentado...
E o resultado aí está.
RODAS GONZAGUEANAS
Entre os dias 4 e 6 vamos contar uma história incrível, a do
matuto (equivalente a caipira) Luiz Gonzaga, o rei do baião, no Centro Cultural
Correios, no Rio de Janeiro. Clique:
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