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segunda-feira, 14 de outubro de 2013

UM DISCO PRIMOROSO

O disco Realejo Forrozeiro, gravado de modo independente originalmente no formato de LP em 1988, no Rio de Janeiro, e depois lançado em CD pela Paulus (reprodução da capa, aí ao lado), em 2000, reúne em dez faixas 19 músicas de Luiz Gonzaga (1912-89) e alguns de seus parceiros mais importantes, como Humberto Teixeira, Zé Dantas e Hervé Cordovil, todas magistralmente interpretadas pelo tocador de realejo – ou gaita ou gaita de boca - mais completo do País: o pernambucano de Caruaru Rildo Hora, que cresceu brincando e descobrindo os segredos desse complexo e limitado instrumento de difícil execução e origens chinesas localizado em tempo anterior ao nascimento de Cristo e aperfeiçoado no correr da segunda metade do século 19, na Alemanha.  
A primeira faixa traz a toada baião clássica Asa Branca e a última o choro Impertinente, gravadas pela primeira vez por Gonzaga em 1947 e 1945, respectivamente.
Os arranjos impressos no repertório escolhido a dedo por Rildo, que não esqueceu de obras-primas como Assum Preto, Xote das Meninas, Cintura Fina, Qui Nem Jiló, A Vida do Viajante e Baião, exultaram sobremaneira o genial Gonzagão, que de maneira espontânea escreveu e assinou um texto tecendo loas ao resultado final da gravação do disco - primoroso - e ao músico exemplar, seu amigo particular e conterrâneo.
“Luiz Gonzaga foi único na arte de fazer música”, devolve Rildo, que chegou a dirigir e a produzir discos do Rei do Baião e ter músicas suas por ele gravadas.
O gaúcho Chiquinho do Acordeon, de batismo Romeu Seibel (1928-93), é a cereja de Realejo Forrozeiro. 
O Brasil é devedor de reconhecimento ao talento do grande artista que é Rildo Hora.
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Aí em baixo, registro fotográfico da apresentação do projeto Rodas Gonzagueanas no Centro Cultural Correios, Rio de Janeiro, dia 4 deste mês, no qual se vê, 
entre outros, Oswaldinho do Acordeon, 
Socorro Lira, Ricardo Cravo Albin e Rildo Hora.
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