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domingo, 20 de abril de 2014

HOJE É DIA DE JOANNA

Ela não é cantora, compositora e não toca sanfona, piano, nem tuba; tampouco flauta, piston, viola, violão ou clarineta. Aliás, ela não toca nenhum instrumento musical, embora seja amiga de virtuosos, tanto da música popular quanto de eruditos.
Ela é das antigas, do tempo em que o rádio ainda ganhava forma no Brasil e a seca em São Paulo levava ao desespero do racionamento d´água e energia elétrica que fazia os bondes deslizarem nas linhas com seus passageiros.
Ela é do tempo em que a cidade paulistana era habitada por cerca de 700 mil pessoas; tempo da Revolução Esquecida liderada pelo general de pijamas Isidoro Dias Lopes que feriu e matou muita gente a tiros e a bombas atiradas por aviões da força federal comandada pelo presidente Artur Bernardes.
Ela é do tempo em que Cornélio Pires engatinhava com seus projetos culturais pioneiros na pauliceia desvairada de Mario de Andrade.
Sim, ela não é paulista nem paulistana, mas por seus olhos viu passar muitas histórias de amor, guerra e paz. Seu nome: Joanna de Arruda Câmara Neiva, hoje viúva, avó e bisavó.
Joanna nasceu no Rio de Janeiro, num domingo como este, de Pascoa, há exatos 90 anos.
Ela faz parte de uma multidão de brasileiros que tem pra lá dessa idade.
Viva Joanna!

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