Notícia de última hora: o paulistano Osvaldinho da Cuíca, de
batismo Osvaldo Barro, e seu parceiro de aventuras musicais, Luizinho Sete
Cordas, estão arrumando as malas para uma temporada de 15 dias na terra do sol
nascente. Viajam no próximo dia 22. Essa não é a primeira vez que Osvaldinho
vai ao Japão para tocar e ministrar oficinas. Aliás, ele já estee em muitos
países fazendo isso: Estados Unidos, Itália, Rússia e muitos outros. No período
em que estiver lá, em Okinawa, notadamente, o mestre da cuíca autografará seu
novo disco, O Velho Batuqueiro, para o qual escrevi o seguinte texto de
apresentação:
Antes de tudo, o seguinte: a cuíca de Osvaldinho tem
coração, pensa e fala.
Artífice de uma carreira longa e brilhante, o
instrumentista, compositor e intérprete paulistano Osvaldo Barro, na cena
musical desde os fins dos anos de 1950, popularizou a cuíca no País como fez
Waldyr Azevedo com o cavaquinho e Luiz Gonzaga, com a sanfona. Só por isso ele
mereceria uma estátua e o direito de aboletar-se à fama e ficar se balançando
numa rede sob os aplausos do mundo, que tão bem conhece. Mas, não, Osvaldinho é
um cara inquieto e quer mais; quer fazer mais, e faz. A prova é este disco irretocável,
com o samba apresentado n´algumas de suas diversas vertentes.
Incansável e perfeccionista, esse mestre da cuíca surpreende
e rende loas à vida com classe, cantando a paz e agradecendo a Deus por sair-se
vitorioso das tantas empreitadas que tem encarado na vida, sem cair nas
manhosas armadilhas das concessões que a muitos destrói, indistintamente.
Esse velho batuqueiro reúne neste disco pérolas como a da
primeira faixa, em que sua cuíca resiste com galhardia à provocação da guitarra
nervosa e elétrica do baiano Armadinho.
No mais, note-se aqui a ousadia de Denilson Miller ao
incluir nos arranjos sanfona, piano, sax, trompete, um quarteto de cordas e
percussão impecáveis, sem falar no naipe de frigideiras que ganha status de
orquestra.
O resultado é incrível!
Sim, este é o melhor disco de Osvaldinho da Cuíca.
GERMANO MATHIAS
Disco de estreia de Germano |
Em plena forma, o mais representativo sambista da Paulicéia
Desvairada de Mário de Andrade, Germano Mathias, completou ontem 80 anos de
idade. Germano começou a gravar ainda nos tempos de discos de 78 voltas. O seu
primeiro grande sucesso veio no lado B do disco (ao lado, reprodução original do
selo) de estreia gravado em 1956 nos estúdios da Polydor, Minha Nega na Janela,
samba dele e seu parceiro Doca, de batismo Firmo Jordão, que provocou polêmica
pelas características racistas. Ouvir: https://www.youtube.com/watch?v=c2VeUDJCsEA
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