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sábado, 16 de agosto de 2014

O BRASIL É KAFKIANO


Assis entre Moreira de Acopiara e Jose cortez

Há pouco tive o prazer de encerrar a programação da bienal do cordel – este ano na sua nona edição - promovida pela Cortez Editora, na Livraria Cortez, ali no bairro paulistano das Perdizes.
O poeta-declamador cearense Moreira de Acopiara atuou como mestre de cerimônia e ao fim foi muito aplaudido.
Aberta pelo editor José Cortez, a programação da bienal, intitulada Semana do Cordel, contou com dezenas de verdadeiros representantes da cultura popular, entre os quais Sebastião Marinho, Mocinha de Passira, Téo Azevedo, Valdeck de Garanhuns, Luiz Wilson, Pedro Monteiro, Luiz Carlos Bahia, Eduardo Valbueno, Marco Haurélio e um dos filhos do poeta Patativa do Assaré, o declamador João Batista.
Como o brincante Alessandro Azevedo, criador do palhaço Charles, o jornalista José Nêumanne, acompanhado da sua musa Isabel, não se cansou de aplaudir os artistas presentes com suas performances.
No encerramento do evento usei o microfone para falar da riqueza e importância da nossa cultura popular, hoje - e sempre - tão desprestigiada pelos governantes das três esferas políticas no País.
Na verdade, a nossa cultura popular se acha no limbo, e o mais grave é que os senhores conselheiros do Ministério da Cultura camuflados no CNIC não sabem o que é cultura, tampouco a popular; pois se soubessem certamente não aprovariam um projeto de 4,1 milhões de reais para sete apresentações de um moço chamado Luan Santana e nem outro de uma moça de nome Bruna Surfistinha, que teve o aval do referido Ministério para projeto de 3,9 milhões destinados à produção de um filme que contou a sua história de garota de programa.
Nos meus tempos de rádio, e não faz muito tempo, briguei muito para que se levasse de volta às escolas públicas e privadas a nossa música. Esse projeto o Congresso aprovou, mas faltam professores para a matéria.
Pode?
Pois é, somos ou não um país kafkiano?

na foto, entre outros, Teo Azevedo, Luiz Wilson, Luiz Carlos Bahia, Eduardo Valbueno, Marco Haurelio e o futuro deputado estadual Alessandro Azevedo

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