Num tempo ali distante em que, de calças curtas,
eu brincava rua a fora, construindo sonhos, erguendo castelos, eu era sem saber
a criança mais feliz do mundo.
Todos os cuidados a mim dispensados por minha tia
Benedita e minha avó Alcina, pois meus pais Maria e Severino, já haviam
partido, reforçavam a beleza da vida que desabrochava.
Qualquer topada era sinal de preocupação.
Um espirro provocava imediatamente uma “Ave Maria
cheia de graça”.
Hoje, tantos anos passados, o tempo mudou ou
mudamos nós?
As topadas parecem que já nem existem. Existem
brigas, desavenças, incompreensões, disputas acirradas por nada...
O tempo mudou ou mudamos nós?
Aqui de lado da janela da cozinha ouço o “gralhar”
animado de uma molecada incrível, em formação na escola Conselheiro Antônio
Prado, rindo, correndo, repetindo palavras a mando do mestre-educador.
Isso me faz lembrar de brincadeiras como
corre-corre, esconde-esconde, pula-pula,
passa anel e até o mais simples dos simples: dedo mindinho, seu vizinho, pai de
todos (ou maior de todos), fura bolo e mata piolho (ou cata-piolho)... E o
tempo...
Domingo é dia da criança.
Na verdade, dia da criança é todo dia.
Ah! E você já comeu feijão-capitão?
Pois então domingo é dia...
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