“Eu quero ser ‘escritor de livros’”,
disse aos meus ouvidos, com toda convicção, o futuro criador de histórias Pedro
Ivo do alto dos seus seis anos de idade. Além de “escritor de livros”, o Pedro
disse querer ser também quando crescer cantador, dançador, desenhador, enfim,
estas coisas de artista...
Artista é aquele cara que sabe de tudo
ou um pouco mais. Ou pensa...
O Pedro é filho de um “escritor de
livros” e de uma profissional das letras; ele, Marco Haurélio, e ela, Lucélia
Borges...
Ah! Esqueci de dizer que o Pedro
também quer ser doutor.
Doutor e pronto!
O paulista de Mauá Pedro Ivo nasceu no
dia 8 de julho do ano da graça de 2008.
Nesse dia e, em anos diferentes, muita
coisa bonita e marcante aconteceu no Brasil e mundo afora. Por exemplo:
Nesse dia, e no ano de 1497, o
navegador Vasco da Gama partia de Portugal para a Índia.
E nesse mesmo mês, ao redor do Brasil,
a história registrava a Independência da Bahia (dia 2), a morte de Lampião (dia
28) e a pisada do homem em solo lunar, ocorrida no dia 20 (1969).
O Pedro nasceu em julho e estamos em
dezembro.
O que um mês tem a ver com outro?
Muita coisa como todos os meses,
semanas e dias, minutos e segundos na História.
No dia 14 de julho de 1789, a
liberdade passou a ter uma referência, a tomada da Bastilha, na França, em
1789.
Em dezembro, o mundo cristão comemora
o nascimento daquele que diz que veio nos salvar: Jesus Cristo, preso, julgado de
modo arbitrário, humilhado, torturado e pregado numa cruz ainda vivo...
Pouco antes de Cristo morrer, Júlio
César governava o futuro império romano (27 a.C.- 1453 d.C.). Esse foi um
período muito atribulado da História, e quem explica isso agora em versos
decassílabos é o cordelista gabaritado Marco Haurélio, baiano de Riacho de Santana:
Júlio César, notável general,
Vencedor dos egípcios e gauleses,
Teve o nome incluído num dos meses,
E, por isso, tornou-se imortal.
Se no campo de luta era brutal,
Noutro campo perdeu seu destemor:
De Cleópatra tornou-se vencedor,
Mas rendeu-se à musa esplendorosa.
Mulher
nova, bonita e carinhosa
Faz
o homem gemer sem sentir dor.
Marco termina essa estrofe com um mote
imortalizado pelo pernambucano Otacílio Batista, que todos conhecem. O mesmo
Marco explica:
“O mote com uma pequena alteração — Mulher nova, bonita e carinhosa / Faz o homem chorar sem sentir dor — foi utilizado, em meados da década de
1940 pelo repentista José Luiz Junior em peleja com José Alves Sobrinho, que o
primeiro transformou em folheto.”
Mas essa é outra história.
O mês de julho, sabemos da sua importância.
De dezembro, também.
Dezembro é mês de festas, festas a
partir do a celebração do nascimento de Jesus até 6 de janeiro, dia dos Santos
Reis, os magos Gaspar, Belchior e Baltazar, que levaram presentes e louvaram o
Menino Jesus na manjedoura que lhe serviu de berço, longe dos olhares pecadores
daquele tempo.
Dezembro de bumba meu boi, pastoris
(sagrado e profano, a ver o Velho Faceta), lapinha, reisados, cavalo-marinho...
... E o Pedro Ivo (acima e ao lado nos cliques do
craque Darlan Ferreira) esteve fazendo peraltices há pouco, no Instituto
Memória Brasil – IMB. Detalhe: O nome Pedro Ivo, segundo seus pais, é uma
homenagem a Pedro Ivo Pedroso da Silveira, personagem heroico da Revolução
Praieira (1848 e 1850), cantado por Álvares de Azevedo e Castro Alves.
Viva a Cultura Popular!
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