O
mundo livre vive sobre um barril de pólvora. E há muito. O fuzilamento dos
chargistas do semanário Charlie Hebdo mais uma vez veio a provar isso. E a
reação esperada das autoridades francesas, comprova: os fuziladores foram fuzilados.
E
o que isso quer dizer, que o mundo livre está livre das ações dos malucos solitários
que se multiplicam por aí a fora?
Claro
que não, o mundo livre a que me refiro é o mundo do cidadão comum, como eu e
você que veio passear e por aqui tem encontrado obstáculos enormes, que vão
desde o assalto à mão armada, estupro, sequestro, latrocínio, etc., até as
degolas de inocentes praticadas pelos carrascos do estado islâmico.
A
inacreditável mobilização policial que resultou na morte dos irmãos Kouachi não
quer dizer que estamos livres da violência que a nós pobres mortais se
apresentam no dia a dia.
A
força policial posta à caça dos assassinos dos chargistas, também nos assusta.
Nos
assusta porque a máxima baseada na lei universal que diz que “somos todos
inocentes até prova contrária”, pode ser invertida.
Por
essa linha de pensamento, somos, a rigor, todos suspeitos.
Os
parisienses estão naturalmente em clima de sobressalto e o resto do mundo,
também.
Mas
uma coisa é certa: não dá pra alisar cabeça de terrorista.
Quando
eu escolhi o Jornalismo como profissão, há uns 40 anos, eu já sabia que não era
bolinho o que eu tinha escolhido. Eu sabia que a profissão já era de risco. E
fazer graça, então, também não é bolinho.
Aquela
história de que “livre pensar é só pensar”, carimbada por mestre Millôr, não é
bem assim. Pagamos por pensar, em qualquer sentido que signifique isso.
Aquela
história de que “viver é um negócio perigoso”, de mestre Rosa, vivida por um de
seus personagens no livro Grande Sertão: Veredas,
foi mais uma vez comprovada pelo brutal assassinato dos chargistas do Charlie
Hebdo.
Mas,
é claro, nem sempre levamos a sério algumas coisas sérias que lemos ou que
ouvimos dos nossos antepassados.
Exemplo?
“Pra
viver basta estar vivo.”
Viva
a vida!
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