Assis e Tom Zé num encontro na Bienal Internacional do Livro, em um debate sobre o poeta Patativa do Assaré, promovido pelo SESC
A
vida é uma eterna corrida na qual todos caem, inclusive os que alcançam o
pódio.
A
vida também é uma eterna magia, uma mágica a rigor sem explicação.
Darwin,
depois de se debruçar por anos na sua pesquisa científica, em torno da origem
humana, chegou à conclusão de algo que todos sabemos, verdadeira ou não.
Descendemos
do macaco? Ou primo do macaco?
A
verdade é que somos seres extremamente confusos, caóticos, perdidos em nós
mesmos.
Sim,
sem dúvida a vida é uma eterna corrida na qual todos perdem.
Muito
já se questionou sobre de onde viemos e para onde vamos.
Há
muito tempo, li o livro “Eram os deuses astronautas?”.
Fui
entrevistar o autor, Erich Von Daniken, tido por muita gente como um charlatão,
mas, cá pra nós, eu o achei incrível. A entrevista, longa, foi publicada num
ano qualquer da década de 1970, no caderno Ilustrada, do jornal Folha de
S.Paulo.
“Tom Zé é um gênio”, me disse outro dia a
minha filha Clarissa. Ela tem razão, quer ver?
Tô bem
de baixo prá poder subir
Tô bem de cima prá poder cair
Tô dividindo prá poder sobrar
Desperdiçando prá poder faltar
Devagarinho prá poder caber
Bem de leve prá não perdoar
Tô estudando prá saber ignorar
Eu tô aqui comendo para vomitar
Eu tô
te explicando
Prá te confundir
Eu tô te confundindo
Prá te esclarecer
Tô iluminado
Prá poder cegar
Tô ficando cego
Prá poder guiar
Suavemente
prá poder rasgar
Olho fechado prá te ver melhor
Com alegria prá poder chorar
Desesperado prá ter paciência
Carinhoso prá poder ferir
Lentamente prá não atrasar
Atrás da vida prá poder morrer
Eu tô me despedindo prá poder voltar
À
guisa de curiosidade, devo dizer que conheci Tom Zé nos meus tempos de repórter
da Folha e da extinta revista Visão.
Certo
dia, seguindo pauta do editor Osvaldo Mendes, fui entrevistar o iraraense Tom
Zé, que estava ameaçando abandonar a carreira profissional de artista, por
ninguém mais dele se lembrar; e por dele não se lembrar, naturalmente lhe
faltava convites para fazer shows por aí a fora. E olha que o Tom foi um dos
criadores do polêmico movimento tropicalista. Depois dessa entrevista,
coincidentemente, o líder do grupo musical Talking Heads, David Byrne,
encontrou num sebo do Rio do Janeiro o LP Estudando o samba. A partir daí a
vida de Tom Zé teria uma grande reviravolta com a contratação do Tom para
gravar nos Estados Unidos.
E
pronto. Tom Zé teve o reconhecimento que tão bem Clarissa observa.
A
VÓ DO SAMBA
Vó
Maria é o nome de Maria das Dores Santos, que a exatamente uma semana partiu
para a eternidade. Ela tinha 104 anos de idade e por muito tempo foi a
companheira inseparável de um dos pioneiros do samba, Donga, de batismo Ernesto
Joaquim Maria dos Santos (1890 – 1974).
Donga
foi o coautor do samba Pelo Telefone, lançado em 1917.
Eu
não soube de notícia nos jornais e revistas sobre o encantamento de Vó Maria. E
assim, a memória musical brasileira vai pra cucuia.
Mas, ainda bem que temos o Assis Angelo. Rogerio Belda
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