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sexta-feira, 16 de outubro de 2015

ACABOU A MÚSICA POPULAR BRASILEIRA


Hoje faz dois meses que o Estadão publicou um longo texto a meu respeito assinado pelo jornalista Júlio Maria http://cultura.estadao.com.br/noticias/musica,depois-de-ficar-cego--assis-angelo-luta-para-digitalizar-acervo,1744449 .
 No texto era dito do acidente natural que levou a luz dos olhos para o céu. No texto eu falava da importância da cultura popular brasileira, na vida brasileira. Falava também do acervo ( Instituto Memória Brasil – IMB) que constitui ao longo de 40 anos, reunindo milhares  milhares de discos em todos os formatos, milhares e milhares de fotografias de artistas e partituras, livros e jornais e revistas em edições centenárias, além de muitas outras “coisas” referentes ao fazer da cultura popular,  colhidas nas minhas andanças mundo afora.
São milhares e milhares de raridades que devem ser preservadas com todos os cuidados possíveis, incluindo digitalização, catalogação e, naturalmente, disponibilização pública em ambiente próprio escolhido para esse fim.
Pois bem, faz dois meses que a reportagem no Estadão foi publicada.
Hoje o mesmo Júlio Maria assina texto, também no Estadão, falando sobre a “crise” ora cantada em prosa e verso em todos os tipos de mídia. Traz falas de representantes do Sesc, Itaú cultural, Natura e outras entidades envolvidas no processo de divulgar as artes feitas no nosso País.
É um choramingas danado.
Há dois meses o Maria já me falava da ordem de suspensão do programa de apoio cultural da Petrobras.
O quadro apresentado no Estadão de hoje é de uma tristeza que dói,dói tanto que nos leva a crer que tudo esta perdido, que a cultura popular nem existe mais.
O representante do Sesc chega a falar sobre a alta do dólar e da economia, pois esta repensando tudo, inclusive se continua a trazer ou não artistas de outros países para se apresentar aqui.
Pela reportagem fiquei sabendo que a Petrobras chegava a investir até R$ 600 mil na produção de um simples cd, com direito a show de lançamento... Pela reportagem também fiquei sabendo que a música popular se resume a Emicida, GAL Costa, Ney Matogrosso, Elza Soares, Arnaldo Antunes, BNegão e Tom Zé.
Que a música popular brasileira acabou, isso eu já sabia.
Voltarei ao tema.        


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