No Brasil, o rádio deu o ar da sua graça em 1922. À época o presidente do País era o paraibano
Epitácio Pessoa. O primeiro discurso de um político levado ao ar pelo rádio foi
o do Presidente Pessoa.
Em 1922, comemorava-se o centenário da independência do
Brasil.
O ano de 22, foi um ano marcante não só pelo fato de o rádio
dar a sua graça no País. Nesse ano, em
São Paulo comemorava-se um grande evento cultural, que entraria para a história
como A SEMANA DE 22, liderada pelo escritor
e musicólogo paulistano Mário de Andrade.
É muita história.
Em 1924, São Paulo é cenário de uma revolução. Em 29 o chefe do governo paraibano, João
Pessoa, é assassinado em Recife. Ele
integrava a chapa que disputava a presidência da república ao lado do gaúcho
Getúlio Vargas. Um ano antes, o
paraibano Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo, de Umbuzeiro, inaugurava a
revista semanal O Cruzeiro.
O Nordeste, de grandes lutas passava a aparecer, com destaque,
no cenário nacional. Inclusive, através
da música.
O pernambucano Luiz Gonzaga, que iniciara a carreira musical
em março de 1941, firmava-se como cantor e sanfoneiro com a toada-baião Asa
Branca. Isso, em 1949.
Entre 1922 e 1949, passaram-se 27 anos. Nesse ano Chateaubriand se deslocava do Rio
de Janeiro até Campina Grande, na Paraíba, para inaugurar a quinta emissora de
rádio da rede Associada no Nordeste: Rádio Borborema, ZYO-7 , AM.
Hoje, mais de três mil emissoras de rádio na frequência AM
estão espalhadas Brasil afora. É claro
que muitas encerraram suas atividades e outras permanecem na origem...
Muitas emissoras de rádio, e de televisão a partir de 1950,
integraram a Rede Associada.
Eu comecei a minha carreira profissional de jornalista no
jornal O Norte, de João Pessoa.
O Norte, não existe mais em papel.
O Norte fez parte da Rede Associada, como o Diário da
Borborema.
O Diário da Borborema, do qual fui colunista na primeira
parte dos anos de 1970, também não existe mais em papel.
A Rádio Borborema, e velha e boa Rádio da Borborema, que
teve na sua programação nomes brilhantes como Hilton Mota, Leonel Medeiros,
Ramalho Filho, Deodato Borges, Genésio de Sousa e Rosil Cavalcanti.
Eu trabalhei com Genésio de Sousa, Hilton Mota e Deodato
Borges. Todos estão no céu.
O livro PRA DANÇAR E XAXAR NA PARAÍBA: andanças de Rosil
Cavalcanti , (Gráfica Marcone, 444 páginas; 2015), de Rômulo C. Nóbrega e José
Batista Alves, trata das origens da Rádio Borborema no capítulo VII. Aliás, esse é um livro de fundamental
importância para se conhecer um pouco da cidade de Campina Grande e,
principalmente, o pernambucano-campinense Rosil Cavalcanti, autor de
verdadeiros clássicos da música popular brasileira. Entre esses clássicos, estão Sebastiana, Cabo
Tenório, Faz Força Zé e Tropeiros da Borborema.
Rosil, que deixou 82 músicas gravadas por Jackson do Pandeiro,
Luiz Gonzaga, Marinês, Genival Lacerda, Abdias e até Teixeirinha, partiu para a
Eternidade carregando no peito uma decepção.
Meu Cariri ganhou uma parceira que, a rigor, nunca existiu: Dilú Mello.
A Rádio Borborema nunca fechou suas portas mas durante um
tempo ia ao ar como Rádio Clube. Hoje,
na verdade, desde terça-feira última, seus ouvintes foram alegremente surpreendidos
com o anúncio do seu verdadeiro nome: Rádio Borborema; melhor ainda: Rádio Borborema de Campina
Grande
A Rádio Borborema é um marco de extrema importância para os
paraibanos.