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sábado, 19 de março de 2016

NO AR, A RÁDIO BORBOREMA DE CAMPINA GRANDE !


No Brasil, o rádio deu o ar da sua graça em 1922.  À época o presidente do País era o paraibano Epitácio Pessoa. O primeiro discurso de um político levado ao ar pelo rádio foi o do Presidente Pessoa.
Em 1922, comemorava-se o centenário da independência do Brasil.
O ano de 22, foi um ano marcante não só pelo fato de o rádio dar a sua graça no País.  Nesse ano, em São Paulo comemorava-se um grande evento cultural, que entraria para a história como  A SEMANA DE 22, liderada pelo escritor e musicólogo paulistano Mário de Andrade.
É muita história.
Em 1924, São Paulo é cenário de uma revolução.  Em 29 o chefe do governo paraibano, João Pessoa, é assassinado em Recife.  Ele integrava a chapa que disputava a presidência da república ao lado do gaúcho Getúlio Vargas.  Um ano antes, o paraibano Francisco de Assis Chateaubriand  Bandeira de Melo, de Umbuzeiro, inaugurava a revista semanal O Cruzeiro.
O Nordeste, de grandes lutas passava a aparecer, com destaque, no cenário nacional.  Inclusive, através da música.
O pernambucano Luiz Gonzaga, que iniciara a carreira musical em março de 1941, firmava-se como cantor e sanfoneiro com a toada-baião Asa Branca.  Isso, em 1949.
Entre 1922 e 1949, passaram-se 27 anos.  Nesse ano Chateaubriand se deslocava do Rio de Janeiro até Campina Grande, na Paraíba, para inaugurar a quinta emissora de rádio da rede Associada no Nordeste: Rádio Borborema,  ZYO-7 , AM.
Hoje, mais de três mil emissoras de rádio na frequência AM estão espalhadas Brasil afora.  É claro que muitas encerraram suas atividades e outras permanecem na origem...
Muitas emissoras de rádio, e de televisão a partir de 1950, integraram a Rede Associada.
Eu comecei a minha carreira profissional de jornalista no jornal O Norte, de João Pessoa.
O Norte, não existe mais em papel.
O Norte fez parte da Rede Associada, como o Diário da Borborema.
O Diário da Borborema, do qual fui colunista na primeira parte dos anos de 1970, também não existe mais em papel.
A Rádio Borborema, e velha e boa Rádio da Borborema, que teve na sua programação nomes brilhantes como Hilton Mota, Leonel Medeiros, Ramalho Filho, Deodato Borges, Genésio de Sousa e Rosil Cavalcanti.
Eu trabalhei com Genésio de Sousa, Hilton Mota e Deodato Borges.  Todos estão no céu.
O livro PRA DANÇAR E XAXAR NA PARAÍBA: andanças de Rosil Cavalcanti , (Gráfica Marcone, 444 páginas; 2015), de Rômulo C. Nóbrega e José Batista Alves, trata das origens da Rádio Borborema no capítulo VII.  Aliás, esse é um livro de fundamental importância para se conhecer um pouco da cidade de Campina Grande e, principalmente, o pernambucano-campinense Rosil Cavalcanti, autor de verdadeiros clássicos da música popular brasileira.  Entre esses clássicos, estão Sebastiana, Cabo Tenório, Faz Força Zé e Tropeiros da Borborema.
Rosil, que deixou 82 músicas gravadas por Jackson do Pandeiro, Luiz Gonzaga, Marinês, Genival Lacerda, Abdias e até Teixeirinha, partiu para a Eternidade carregando no peito uma decepção.  Meu Cariri ganhou uma parceira que, a rigor, nunca existiu: Dilú Mello.
A Rádio Borborema nunca fechou suas portas mas durante um tempo ia ao ar como Rádio Clube.  Hoje, na verdade, desde terça-feira última, seus ouvintes foram alegremente surpreendidos com o anúncio do seu verdadeiro nome: Rádio Borborema;  melhor ainda: Rádio Borborema de Campina Grande

A Rádio Borborema é um marco de extrema importância para os paraibanos.

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