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sábado, 5 de março de 2016

CÃO E COBRA NA CULTURA POPULAR

A cultura popular brasileira é, seguramente, de riqueza exuberante e das maiores do mundo.
A cultura popular está em todo canto e lugar. Nos palácios, nas ruas e na garganta de políticos, juízes, de presidentes da República e de ex-presidentes da República, como Luís Inácio Lula da Silva.
A cultura popular é a digital de um povo, eu já disse isso muitas vezes. Aliás, na primeira vez que disse isso foi numa entrevista a um dos jornais de Teresina, no Piauí. Em 2010, no discurso de posse de seu primeiro governo, a doutora Dilma a usou, com uma modificaçãozinha. Ela disse: A cultura popular é a ALMA de um povo.
Pois bem, no correr da campanha do seu segundo governo, a atual presidente da República jurou que ninguém mexeria nos direitos trabalhistas. Ela disse: nem que a vaca tussa...
E isso é cultura popular.
O cão e a cobra que habitam a alma aristotélica do pernambucano Luís Inácio Lula da Silva surgiram como que num passe de mágica ontem, para espanto dos jornalistas que acorreram à sede do PT, em São Paulo, e ao Sindicato dos Trabalhadores, em São Bernardo, à noite. A cobra era uma jararaca e se alguém quis dela dar cabo, quebrou a cara. Tinha que dar na cabeça e não no rabo.
A jararaca era ou é o próprio Luís Inácio, como ele deixou bem claro.
À noite, em São Bernardo, o ex-presidente disse que todo mundo aí “tá cutucando o cão com vara curta”.
Pois é, isso é cultura popular.
Quem fala errado, o letrado ou o analfabeto?
Lula fala muito e do jeito que fala, encanta. É uma espécie de serpente, ou não é?
Há uns 30 anos eu chefiava a reportagem da editoria de Política do Jornal O Estado de S.Paulo. No Congresso, discutia-se à exaustão a Constituição que está em vigor. Semanalmente, eu reunia alguns congressistas e juristas para discutir as questões mais polêmicas do momento. Num desses debates, Lula deu show (foto acima).

 PATATIVA DO ASSARÉ

O poeta cearense Antônio Gonçalves da Silva, o Patativa do Assaré, nasceu no dia 5 de março de 1909. Hoje é dia 5 de março. Sobre ele escrevi o livro O Poeta do Povo.