A cultura popular brasileira é, seguramente, de riqueza
exuberante e das maiores do mundo.
A cultura popular está em todo canto e lugar. Nos palácios,
nas ruas e na garganta de políticos, juízes, de presidentes da República e de
ex-presidentes da República, como Luís Inácio Lula da Silva.
A cultura popular é a digital de um povo, eu já disse isso
muitas vezes. Aliás, na primeira vez que disse isso foi numa entrevista a um
dos jornais de Teresina, no Piauí. Em 2010, no discurso de posse de seu
primeiro governo, a doutora Dilma a usou, com uma modificaçãozinha. Ela disse: A cultura popular é a ALMA de um povo.
Pois bem, no correr da campanha do seu segundo governo, a
atual presidente da República jurou que ninguém mexeria nos direitos
trabalhistas. Ela disse: nem que a vaca
tussa...
E isso é cultura popular.
O cão e a cobra que habitam a alma aristotélica do
pernambucano Luís Inácio Lula da Silva surgiram como que num passe de mágica
ontem, para espanto dos jornalistas que acorreram à sede do PT, em São Paulo, e
ao Sindicato dos Trabalhadores, em São Bernardo, à noite. A cobra era uma
jararaca e se alguém quis dela dar cabo, quebrou a cara. Tinha que dar na
cabeça e não no rabo.
A jararaca era ou é o próprio Luís Inácio, como ele deixou
bem claro.
À noite, em São Bernardo, o ex-presidente disse que todo
mundo aí “tá cutucando o cão com vara curta”.
Pois é, isso é cultura popular.
Quem fala errado, o letrado ou o analfabeto?
Há uns 30 anos eu chefiava a reportagem da editoria de
Política do Jornal O Estado de S.Paulo. No Congresso, discutia-se à exaustão a
Constituição que está em vigor. Semanalmente, eu reunia alguns congressistas e
juristas para discutir as questões mais polêmicas do momento. Num desses
debates, Lula deu show (foto acima).
O poeta cearense Antônio Gonçalves da Silva, o Patativa do
Assaré, nasceu no dia 5 de março de 1909. Hoje é dia 5 de março. Sobre ele
escrevi o livro O Poeta do Povo.