Na capital paulista o domingo 10 de julho de 1932 amanheceu nublado e num rebuliço só, com o comércio fechado e meio mundo correndo pra todo lado com medo, muito medo, pois era o primeiro dia de combates entre brasileiros em São Paulo.
Sim, era a revolução que estourara na noite anterior dando agora a cara contra os abusos do golpista gaúcho Getúlio Dornelles Vargas.
Jornalistas e radialistas se engajaram imediatamente, exigindo eleições e uma nova Constituinte. As mulheres e até futebolistas como Arthur Friedenreich (no destaque, ao lado) também não ficaram indiferentes à causa do levante já desenhado no dia 23 de maio.
Trens foram mobilizados para levar soldados e voluntários para batalhas de campo no interior do Estado.
Uma enorme campanha para angariar fundos junto à população foi deflagrada. Slogan: Ouro pra São Paulo.
O movimento, que duraria 87 dias, era chefiado pelos generais Isidoro Dias Lopes e Bertoldo Klinger.
O governador era o embaixador Pedro de Toledo.
A Revolução Constitucionalista, também chamada Guerra dos Paulistas, resultou em 934 mortos.
Extraoficialmente, os números variam de 2000 a 2500 e o dobro disso de feridos.
Friedenreich, grande cartaz da época e chamado de El Tigre, o nº 1 do futebol brasileiro, engrossou as fileiras em defesa de São Paulo no dia 1º de agosto, quando foi enviado como comandante de um batalhão a Eleutério, distrito de Itapira, divisa com Minas Gerais.
Não se sabe se ele matou ou feriu alguém, mas por certo a sua presença numa frente de combate serviu para o futebol ser melhor visto e avaliado, pois não o era até então.
Antes, em 1919, sem que soubesse, Friedenreich fora homenageado numa música por Pixinginha, 1 x 0, que somente seria gravada quase 30 anos depois, pelo próprio Pixinguinha e seu parceiro predileto, Benedito Lacerda.
A música, um chorinho, traz no título o resultado do placar entre Brasil x Uruguai, pelo campeonato Sul-Americano, atual Copa América.
O único gol da partida levou a assinatura de El Tigre.
JACKSON DO PANDEIRO
Hoje faz 30 anos que o alagoa-grandense José Gomes Filho, o Jackson do Pandeiro, também chamado de Rei do Ritmo, partiu para a Eternidade, vítima de embolia cerebral num leito de hospital em Brasília.
Jackson nasceu no mesmo ano que Pixinguinha compôs 1 x 0.
Da mesma forma que Luiz Gonzaga ficou conhecido como Rei do Baião, Jackson ficou conhecido como o criador do Rojão.
RONIWALTER JATOBÁ
O escritor Roniwalter Jatobá está neste momento reunindo amigos e admiradores na Livraria Martins Fontes, 509, ao lado da estação Brigadeiro do metrô. O momento marca o lançamento de mais um belo livro dele, Cheiro de Chocolate e Outras Histórias, com a chancela da Editora Nova Alexandria. Começou às 18h30 e vai até às 21h30. Vamos? Eu estou indo.
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terça-feira, 10 de julho de 2012
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