Recebi
belíssimos presentes de amigos muito queridos.
Recebi
pamonhas, maçãs, panetones, pães de grãos, mel, uma cachaça, um uísque e um
perfume. Senti-me - que Deus me perdoe - que nem o Cristo bebê na manjedoura
recebendo relíquias dos Reis Magos.
Faltaram-me
cartas escritas de próprio punho como antes do advento internet.
O
desábito de escrever e enviar cartas é algo muito grave. Você, amigo, já pensou
em Getúlio Vargas se matando sem deixar uma carta escrita de próprio punho
justificando à nação o seu tresloucado gesto que a nós todos enlutou?
Você,
amigo, já pensou em Jânio Quadros renunciando à presidência da República sem
deixar uma carta escrita de próprio punho explicando o inexplicável ao
abandonar o chapéu?
Pois
é, cartas revelam a alma de quem a escreve.
Não
dá para simplesmente se matar diante de uma câmera. Isso é ridículo, como
ridículo também seria Jânio, por exemplo, anunciar a sua renúncia pelo rádio ou
televisão. Faltaria algo. É claro.
Carta
é documento.
Continuo
sentindo falta de cartas.
Estou
tergiversando...
Estudei
em colégio de padre e para o bem da Igreja não segui o que meus parentes queriam...
Não
gosto do Natal...
A essência do
Natal
Tem a ver com
liberdade
E direitos
humanos;
Tem a ver com
igualdade,
Paz, respeito,
partilha,
Amor e
fraternidade
Mas cadê tudo
isso?
O homem perdeu
a razão?
O homem está
perdido?
O homem tem
salvação?
Pelos pecados cometidos
Sem nenhuma
explicação?
Mas,
enfim, é natal; e o último dia do ano está se aproximando...
Não
se porquê, e não sei mesmo, mas o texto deste blog seria hoje ocupado com reminiscências
de uma das mais belas leituras que tive na adolescência. Falo do livro Vidas
Secas, do Graciliano; pois ouvindo Luiz Gonzaga cantar a cantiga que ele fez
pra Raimundo Jacó, lembrei da cachorra Baleia...
Baleia
é a cachorra heroína de Vidas Secas.