Nesse dia, bem cedo, os brasileiros desde Pernambuco foram acordados com a notícia da morte do Rei do Baião.
À época eu trabalhava na Pan, em São Paulo, e uns dois meses antes eu o havia entrevistado pelo telefone, numa tarde em que ele se dirigia a Canindé, no Ceará, para fazer uma promessa por recuperação da saúde.
Estava fragilizado, caminhando com dificuldade.
Pouco mais de dez anos depois da sua partida, e durante apresentação do programa São Paulo Capital Nordeste, na Rádio Capital AM 1040, pedi à deputada federal Luiza Erundina que levasse à apreciação do Congresso um projeto de criação do Dia Nacional do Forró não só para lembrar a importância do grande pernambucano que pôs o baião no mundo como gênero musical, mas para fazer os brasileiros continuarem a dançar ao som da boa música nordestina.
A sugestão me fora dada pelo amigo Paulo Rosa, que depois criaria a casa de espetáculos O Canto da Ema, nome, aliás, por mim escolhido para trazer à lembrança outro grande nordestino: o paraibano Jackson do Pandeiro, criador do gênero rojão.
O baião e o rojão têm uma mesma célula de origem: a viola do violeiro repentista.
A proposta encaminhada por Erundina ao Congresso Nacional foi aprovada no dia 6 de setembro de 2005 e virou a Lei nº 11.176, chancelada pelo então presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e publicada na edição de 9 de setembro do mesmo ano, no Diário Oficial da União.
É vasta a programação comemorativa ao centenário de Luiz Brasil a fora.
Em dezembro, a TV Câmara, de Brasília, levará ao ar um especial sobre o Rei do Baião.
Desse especial participamos com Arievaldo Viana e Sinval Sá, autor de um dos melhores livros sobre Luiz: O Sanfoneiro do Riacho da Brígida, lançado à praça em 1966.
Um filme de longa-metragem, Gonzaga - De Pai Pra Filho, está em fase final de edição pelo mesmo diretor de Dois Filhos de Francisco, Breno Silveira.
Clique abaixo.
O lançamento nacional está previsto para outubro.
Em setembro uma série de quatro curtas ou algo parecido será inserida no Fantástico, da TV Globo.
Eu e Dominguinhos já gravamos participação.
Esta semana chegou às lojas o álbum triplo 100 Anos de Gonzagão, pelo selo Lua Music.
Algo parecido (reprodução da capa, acima), e até com uma música inédita (Padroeira da Visão, Santa Luzia), de Luiz e Téo Azevedo, interpretada por Dominguinhos, estará na praça em breve. Desse CD, de 15 faixas, eu participo com um texto especial de nove minutos e um poema (Um Baiãozinho Para o Rei do Baião), ambos de minha autoria.
No começo do ano, uma grande homenagem a ele já havia sido prestada pela escola de samba Unidos da Tijuca, que foi à Sapucaí e ganhou o carnaval carioca com o enredo O Dia em Que Toda Realeza Desembarcou na Avenida Para Coroar o Rei do Sertão.
Depois de amanhã, sábado 4, durante o encerrramento do projeto Violas e Repentes no espaço cultural Gam Yoga, na Vila Madalena (Rua Fraqique Coutinho, 1004), os poetas improvisadores Zé Francisco e Sebastião Cirilo contarão a história do Rei do Baião em versos, na toada repentista. Entrada grátis. Estarei presente, como apresentador.
No próximo dia 12 estarei na Bienal Internacional do Livro, mediando uma banca sobre a vida e obra de Patativa do Assaré, por iniciativa do Sesc. É de Patativa um dos clássicos do repertório Gonzaguiano: A Triste Partida, gravado em 1964.
Nos dias 18 e 20 participarei de um encontro de literatura de cordel na livraria Cortez, ali ao lado da PUC, no bairro de Perdizes. O evento é dedicado a Luiz Gonzaga.
E no dia 22, no Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, farei uma conferência cujo teor é a cultura popular, a partir da obra do Rei do Baião.
Atenção! Não deixem de ler a 4ª edição especial Memória da Cultura Popular do newsletter Jornalistas&Cia, resultado de parceria com o Instituto Memória Brasil, a sair na próxima segunda-feira, 6. O tema é Luiz Gonzaga.
Acesse:
www.jornalistasecia.com.br