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sexta-feira, 30 de setembro de 2016
GLOBO: EM DEBATE, CANDIDATOS VAZIOS
Eu fiquei até tarde da noite esperando plin plin. Plin plin chegou e se prolongou por quatro vezes.
O Plin Plin é Trali.
Começou às dez e meia da noite e terminou ali pelos começos de hoje.
Foi um plin plin sem graça, nas quatro vezes que o plin plin apareceu.
O apresentador formal, plin plin, apresentou os candidatos a bom emprego, emprego de grana, para os próximos quatro anos. No fundo no fundo, porém, os candidatos, os principais candidatos não precisam do emprego que pleiteiam, pois são representantes do capital mais sacana que o seu criador, Marx, poderia imaginar, não é mesmo? E todos eles sabem como ir buscar toda grana que querem.
E aí vieram Marta, Erundina, Major Olimpio, Dória, Russomanno e Haddad, um monte de tranqueira. Todos objetos de prazer e desprazer, veremos.
Que prazer poderá nos dar a Marta?
Imaginemos, pois, Marta, Russomanno, Dória, Haddad, o Major e Erundina juntos.
Juntas todas essas coisas, porque em política, quase sempre gente é coisa, o curto-circuito é completo; e quem se queima, com certeza, é o povo.
E por tanto tempo fiquei esperando ouvir verdades prometidas, a conclusão final que eu tive foi de inverdades prometidas.
E ouvi, ouvi, ouvi...
Tanta besteira, eu, com meus olhos cegos, vi.
Ouvi/vi muitas mentiras.
Russomanno, por exemplo, falar sobre pessoas com deficiências - físicas, auditivas, visuais? Não entendi o que ele quis dizer sobre essa questão. Também não entendi o que a querida Erundina disse.
Eu não falo cá, por mim. Mas se tivesse de falar, eu falaria por todos que enfrentam no dia a dia os problemas que um deficiente visual, por exemplo, enfrenta.
Estatísticas indicam que a cada segundo uma pessoa fica cega no mundo.
Estatísticas indicam que São Paulo é o estado que apresenta tristemente o maior número de pessoas cegas no Brasil. Nesse rumo, a Bahia é o segundo Estado.
Todo ano, na segunda quinta-feira de outubro, o mundo traz à tona o problema da cegueira. Daqui a pouco, portanto, todos nós, incluindo o governo brasileiro vamos ter a oportunidade de "ver" o tamanho do problema que é a falta de visão...
Saramago nos ensinou que a cegueira pode ser contagiosa e nos mostrou também como o poder público pode lidar com ela, da pior forma. Aliás o Ensaio sobre a Cegueira é uma obra prima. Li, agora quero ouvir. Será que conseguirei ouvir esse livro?
Ao fim do programa da Plin Plin, reunindo os candidatos a emprego como prefeito da maior cidade do País,
eu tenho a dizer da minha decepção sobre tudo que ouvi. Muitas obviedades, muitas redundâncias, muitos torpedos sem força, canhões vazios. Dilema: em quem votar?
Eu estou cansado das mesmices.
Política é profissão e há muitos profissionais nessa categoria.
Eu nunca deixei de votar na minha vida, e agora?
Domingo 2, deverei votar no menos profissional do ramo.
Eu perdi a luz dos meus olhos, mas não perdi a visão.
sábado, 24 de setembro de 2016
BRASIL DE DESEMPREGO E ANALFABETISMO
Neste
mês de setembro em que se “comemora” o Dia Nacional da Alfabetização, 8, o Governo
anuncia mudanças necessárias no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Foi um
anúncio atabalhoado. No primeiro instante, quiseram tirar as disciplinas de
Educação Física e Artes. Que coisa!
Educação
Física e Artes são as portas naturais que se abrem para os esportes, música,
teatro etc.
Mudanças
no nosso sistema de ensino há muito se fazem necessárias. As discussões em
torno do assunto são antigas e do jeito que está, claro, não pode continuar. Se
eu sou a favor do ensino em tempo integral na rede escolar? Claro que sou. Por
quê? Porque é preciso que se ensine e se estude com afinco. O estudo continuado
só pode trazer benefícios a quem aprende. Agora, uma coisa: é preciso treinar,
reciclar, o professor.
Eu
comecei falando do Dia Nacional da Alfabetização. A verdade seja dita: não há o
que comemorar nesse dia 8 de setembro.
Comemorar
alfabetização quando 13 ou 14 milhões de brasileiros não sabem distinguir um o
de uma roda? Não dá, né? Fora isso, ainda tem os analfabetos funcionais, que
somam 32 milhões de brasileiros.
Somos,
no ranking mundial de ensino, o país que ocupa o 8º lugar em analfabetismo.
Triste, não é?
Para
mostrar o caos em que vivemos, não custa lembrar que já somos cerca de 12
milhões de profissionais desempregados, sem falar nos eternos “nem, nem”, que
se reunidos ocupariam todas as áreas de Pernambuco. É mole?
A
nossa tristeza cresce quando espichamos os olhos para o Planalto e vemos as
trapalhadas de boa parte dos ministros que formam o atual governo. O ministro
do trabalho, por exemplo, tem dito um monte de bobagens com relação às reformas
trabalhistas. O presidente da Câmara tentou dar golpe esta semana, ao
surpreender o Brasil com proposta de mudança numa lei que, se aprovada,
beneficiaria os espertalhões que utilizam caixa dois em suas manobras. E por aí
vai.
O
ministro da Educação quis tirar disciplinas necessárias na formação de
brasileiros. Não dá, né?
No
dia 2 próximo haverá eleições para a escolha de prefeitos e vereadores. Outro
dia comentei aqui que não ouvira nenhum candidato falar de cultura. O Dória
falou hoje, prometendo virada cultural nos bairros de São Paulo.
Eu
queria saber, de verdade, o que pensa um candidato quando diz que vai fazer
virada cultural nos bairros da cidade. Será que isso basta? Cultura é isso?
Tira do bolso e...
Aliás,
por onde anda o ministro da Cultura? Ainda existe Ministério da Cultura?
Pra
findar, uma coisa que não entendo: por que temos o Ministério da Educação e da
Cultura e o Ministério da Cultura?
TIM,
TIM
O
paraibano de Campina Grande, Rômulo Nóbrega, biógrafo do compositor Rosil
Cavalcanti, está completando hoje 61 primaveras. Rômulo, economista, escreveu
uma das mais completas biografias que já li sobre um autor pernambucano: Pra dançar e xaxar na Paraíba, andanças de
Rosil Cavalcanti. Longa vida, Rômulo.
quinta-feira, 22 de setembro de 2016
A PRIMAVERA CHEGOU E A CULTURA, HEIN?
O Mantega foi preso e depois solto.
O Brasil foi quebrado e continua quebrado, com um monte de bestas nas ruas torcendo para que continue assim: quebrado.
Ouço no rádio e na televisão um monte de candidatos a emprego nas novas eleições, previstas para o próximo 2 de outubro.
Tem gente de tudo quanto é partido querendo ocupar o cargo de Haddad, que sairá.
O Russomano vai para o lixo da história.
O segundo turno vai ser disputado entre Marta e Doria, ai ai ai. E é ele quem vai sentar-se na cadeira do petista.
O quadro político que surge ora à nossa vista é, sob todos os aspectos, de pobreza franciscana, pífio, lamentável.
Não ouço de nenhum dos candidatos a prefeito da capital paulista uma palavra sequer sobre o que poderiam ou poderão fazer pelo bem da cultura popular.
Lembro que almocei uma vez com Haddad antes de ele ser iluminado pelo Lula. Na ocasião, eu lhe disse de umas ideias que tinha sobre a nossa cultura. Ele me ouviu, aparentemente, e disse que a cultura no seu governo teria grande destaque. Ele ganhou e não confirmou o que me disse. Pena, não é? É verdade que participei de duas ações que tiveram a cultura como destaque. Uma dessas ações foi no Vale Anhangabaú, apresentando o projeto São João do Brasil.
Pois bem, não ouço dos nossos governantes e candidatos a governantes propostas em torno da cultura popular; dos esportes e da educação. Triste, não é?
No começo dos anos de 1930, no governo Vargas, foi levada à prática uma campanha que dizia muito sobre nós: "Ou Brasil acaba com a saúva ou a saúva acaba com o Brasil".
A coisa está esquentando...
PRIMAVERA
A primavera chegou hoje às 11h21, trazendo flores e um vento gostoso, frio. Na verdade a primavera chegou foi ontem, à tarde, trazendo dois amigos queridos: Manoel Dorneles e Jorge Araújo, dos tempos em que trabalhamos na Folha. Dorneles, editor da revista Kalunga, tem um texto brilhante; e Jorge, é um dos mais importantes fotógrafos do Brasil. Não nos encontrávamos há muitos anos. Foi uma tarde muito legal, cheia de lembranças, de histórias. Assim que Jorge chegou, foi logo dizendo a Dorneles: "eu não via o Assis desde quando ele me levou para jantar na casa do cantor Taiguara. E isso foi no século passado". Jorge Araújo e Manoel Dorneles não se viam há vinte anos. Acima, em clic do Jorge, nós três.
ZÉ LAURENTINO
O biógrafo do compositor pernambucano Rosil Cavalcanti, o campinense Rômulo Nóbrega, acaba de me mandar uma fotografia (abaixo) em que aparecemos juntos. É foto batida há 16 anos. Além do poeta Zé Laurentino, desaparecido do nosso convívio há poucos dias, na foto aparece também o amigo Bráulio Tavares, autor de belos livros sobre a nossa cultura popular.
segunda-feira, 19 de setembro de 2016
CABRITO BOM NÃO BERRA
Eu sou de um tempo, de um tempo mais ou menos recente, em que as coisas tinham nome e os valores sociais credibilizavam os seres e a sociedade.
Eu sou de um tempo em que palavra dada era palavra que fechava e abria negócios.
Eu sou de um tempo em que bigodes eram marcas de compromisso.
Eu sou de um tempo em que a expressão "Cabrito bom não berra" moldava a criação dos homens. Isto é: homem era homem e pronto! Quer dizer: homem que era homem respeitava as calças que vestia.
Eu cresci ouvindo a frase: "Homem não chora".
Lembrei dessas coisas depois que ouvi o pernambucano,ex presidente Lula chorar durante um pronunciamento público. Mas foi um choro assim meio não sei o quê; um choro que não era choro, talvez. Eu achei esquisito aquele choro. Um choro, digamos, para pato ver. Pois é, está no seio da cultura popular: Cabrito bom não berra. E berrar, no caso, é chorar, espernear, pular que nem calango sobre frigideira fervente. Daí a sabedoria popular legitimar o dito: Homem que é homem não chora.
Por que Lula ex presidente chorou?
Ouço "explicações" estapafúrdias, tolas, sem nexo. Diz que foi o Dallagnol o responsável pelas lágrimas de crocodilo do Lula (aí ao lado, comigo, em debate no Estadão).
A minha santa avó Alcina, que há muito habita os domínios celestiais, diria dando uma rabissaca: "Homem que chora eu não respeito".
Pois é, Dona Alcina não era brinquedo não.
Eu não me lembro quando foi que chorei, só sei que chorei em algum momento da minha vida, mas foi escondido...
quinta-feira, 15 de setembro de 2016
BATENDO PERNAS NO JUAZEIRO
A semana passada findou comigo batendo palmas, no SESC, para a cantora Kátia Teixeira. Antes e depois do espetáculo eu reencontrei velhos amigos, como Luiz Carlos Bahia, Oswaldinho Viana e a sua companheira Marise. O teatro estava lotado e lá fora um vento gostoso. Molhei o gogó com uma cervinha, que ninguém é de ferro. Depois fui dormir prá viajar na manhã seguinte rumo à Bahia.
Pegamos o o vôo e esbarramos em Salvador. Em seguida, zarpamos prá Petrolina, onde pernoitamos. Um carro da Universidade Federal do Vale do São Francisco, UNIVASF, bem cedo nos levou até a ilha do Rodeadouro. Nas águas bentas do Velho Chico que banham as terra sagradas do Juazeiro.
Foi legal.
Como combinado, participamos de um especial sobre danças populares no Brasil. Comigo, estiveram, diante das lentes da tevê Caatinga, os excepcionais criadores musicais Maciel Melo e Targino Gondim.
A diretora Fabíola Moura e toda a turma dela adoraram o resultado do nosso bate papo animado. Antes disso, a caboquinha Cora, estudante da oitava etapa do curso de jornalismo da UNIVASF, disse-me que sabia tudo e mais um pouco a meu respeito e que gostaria de, também, registrar nossa presença por lá. Foi uma bela entrevista.
Traçamos uma galinha à cabidela e uns escondidinhos feitos noutro planeta, acho. E voltamos à Petrolina, cantarolando o xote De Petrolina a Juazeiro, do meu amigo Jorge de Altinho.
MISTÉRIOS DO RIO CHICO
Depois da gravação para a tevê Caatinga, ficamos por ali, batendo retrato (acima),
proseando com todo mundo e sentindo o cheiro das flores que exalavam dos cajueiros, mandacarus, goiabeiras. Tudo plantado à beira do Velho Chico. As águas do rio, águas bentas, águas que nos lavam a alma e nos tiram todos os pecados, são águas bem cuidadas pelos mistérios da vida. Águas de Oxum, águas que matam sede e matam gentes desprevenidas ou sobrecarregadas das agruras que o tempo dá.
Não sei se foi o caso do ator Domingos Montagner, que dava vida ao personagem Santo dos Anjos, na novela Velho Chico. A vida imita a arte ou a arte imita a vida? Capítulos recentes mostravam o desaparecimento do personagem e seu resgate pelos encantados do rio, pelos entes de suas margens. Foram as mesmas águas onde o ator sumiu de verdade.
ZÉ LAURENTINO
Rômulo Nóbrega telefona dizendo que o nosso conterrâneo Zé Laurentino partiu hoje para a eternidade, onde já deve estar tocando um dedo de prosa com o ator Domingos Montagner. Zé sofria do mal que vitimou Papete: câncer. Estava com 73 anos e a última vez que nos vimos foi em Campina Grande, cidade onde viveu por muito tempo. Ele era de Puxinanã, terra de outro grande poeta: Zé da Luz. Adeus!
XENOFOBIA
Tenho recebido vários emails falando do livro Xenofobia, que acaba de ser lançado pela Cortez Editora, o cordelista Cícero Pedro de Assis, por exemplo, escreveu o seguinte:
Fico muito feliz com o lançamento, pela
Cor-
tez Editora, do livro Xenofobia - Medo e Re-
jeição ao Estrangeiro, do professor Durval Mu-
niz de Albuquerque, porque é uma obra que com
certeza orienta o leitor como aceitar o estran-
ro, uma vez que todos somos iguais perante a lei,
o que nem sempre é respeitado por muitos que se
julgam superiores. Que esse livro elimine radical-
mente todas as ideias xenofóbicas, que é uma
praga.
Receba minhas lembranças e fraterno
abraço.
quinta-feira, 8 de setembro de 2016
BIENAL, CORDEL E LOYOLA BRANDÃO
Em textos anteriores, eu lamentei a desgraça que é um país cujos dirigentes estão no cargo por estarem. Isto é: um país sem cidadão é, com certeza, um país sem ideias ou de ideias tristes, curtas; muito curtas. Dizem-me que o ponto e vírgula é um sinal fora de moda, mas eu gosto desse sinal. É o sinal que, mais do que a vírgula, nos faz respirar, nos leva a dar uma pausa maior ao texto, antes de continuar a leitura, não é mesmo.
Como a pausa é maior a reflexão também, o que enfatiza a ideia.
Nós, brasileiros, estamos lendo cada vez menos. É fato.
Balanço da Câmara Brasileira do Livro, CBL, conclui que 684 mil pessoas de todos os tamanhos, inteligências, sexos, raças e ignorâncias passaram por lá. A meta de visitantes era de 720 mil, mas isso não vem ao caso, até porque, a multidão que compareceu à 24ª Bienal do livro não estava a fim do produto oferecido, ou seja, o livro.
Ignácio de Loyola Brandão, um dos mais completos autores brasileiros, um orgulho nosso, foi o grande homenageado dessa Bienal. Detalhe: a maior parte do tempo em que ele lá esteve, pessoalmente, autografou um número ínfimo do seu novo livro: Os Olhos Cegos Dos Cavalos Loucos.
Pois é, Loyola está no time dos craques da literatura brasileira. É novo no estilo, de idade fez 80 em julho passado.
O livro que encabeça a lista dos mais vendidos, atualmente, é de uma atriz adolescente, chamado O Diário de Larissa Manoela, que interpreta uma personagem na novela Carrossel, do SBT.
O que é que tem a ver o Diário de Larissa com o novo livro de Loyola Brandão?
Pois é, garanto que tem, tem carrossel no meio, e dizer mais, não digo.
E pensar que somos da terra de Machado de Assis, José de Alencar, Aluízio de Azevedo, Guimarães Rosa, Euclides da Cunha, Augusto dos Anjos...
Como eu já disse em texto anterior fui, sem precisar ser, também homenageado na Bienal. A Loa veio da Câmara Cearense do Livro, CCL. Gostei. Pois bem, o espaço em que se deu a premiação, Cordel e Repente, estava apinhado de artistas populares, artistas maravilhosos, esses que dão a cara do nosso país Brasil. Confira nas fotos a presença de Bule Bule, Jô Oliveira, Crispiniano Neto, Audálio Dantas, José Cortêz, Klevisson Viana, Marco Haurélio, que também merece prêmios do tamanho de um trem... Teve até um tróféu, troféu Joseph Luyten.
Luyten nasceu na Holanda. Fui amigo dele.
Luyten chegou ao Brasil no ano em que eu nasci, 1952. Ele tinha 11 anos de idade e sofria antecipadamente pela possibilidade de uma dia tornar-se cego. Usava óculos pesadíssimos na infância e na adolescência e danou-se a ler, a ler desbragadamente. Tinha medo da cegueira. O tempo foi passando e ele lendo cada vez mais, estudando, e se completando como gente e cidadão. A cegueira não veio e ele tornou-se um dos mais competentes intérpretes da alma popular, via cordelistas e cantadores repentistas. Levou seus estudos sobre a poética popular para a Universidade de Osaka, Japão.
Sobre Literatura de Cordel Joseph Luyten, que deixou a convivência entre nós em julho de 2006, publicou vários livros.
O troféu Joseph Luyten é uma pérola. Viva Luyten!
A tendência de uma nação que não lê é, como resultado, um país sem crédito, sem credibilidade, é um país burro, com todo o respeito aos burros. As pesquisas indicam que nós, brasileiros, cada vez mais, lemos menos. Numa dessas pesquisas, há a informação de que pelo menos 30 milhões de brasileiros jamais compraram um livro. O que dizer diante disso?
A 24ª Bienal Internacional do Livro terminou com um público aquém do esperado. No resumo, o produto não alcançou o público alvo. A notícia triste é: a Livraria Cortêz está com suas atividades suspensas. A notícia alegre, bonita é que a Cortêz está com um espaço maravilhoso na Internete, clique
mkt@cortezeditora.com.br
Como a pausa é maior a reflexão também, o que enfatiza a ideia.
Nós, brasileiros, estamos lendo cada vez menos. É fato.
Balanço da Câmara Brasileira do Livro, CBL, conclui que 684 mil pessoas de todos os tamanhos, inteligências, sexos, raças e ignorâncias passaram por lá. A meta de visitantes era de 720 mil, mas isso não vem ao caso, até porque, a multidão que compareceu à 24ª Bienal do livro não estava a fim do produto oferecido, ou seja, o livro.
Ignácio de Loyola Brandão, um dos mais completos autores brasileiros, um orgulho nosso, foi o grande homenageado dessa Bienal. Detalhe: a maior parte do tempo em que ele lá esteve, pessoalmente, autografou um número ínfimo do seu novo livro: Os Olhos Cegos Dos Cavalos Loucos.
Pois é, Loyola está no time dos craques da literatura brasileira. É novo no estilo, de idade fez 80 em julho passado.
O livro que encabeça a lista dos mais vendidos, atualmente, é de uma atriz adolescente, chamado O Diário de Larissa Manoela, que interpreta uma personagem na novela Carrossel, do SBT.
O que é que tem a ver o Diário de Larissa com o novo livro de Loyola Brandão?
Pois é, garanto que tem, tem carrossel no meio, e dizer mais, não digo.
E pensar que somos da terra de Machado de Assis, José de Alencar, Aluízio de Azevedo, Guimarães Rosa, Euclides da Cunha, Augusto dos Anjos...
Como eu já disse em texto anterior fui, sem precisar ser, também homenageado na Bienal. A Loa veio da Câmara Cearense do Livro, CCL. Gostei. Pois bem, o espaço em que se deu a premiação, Cordel e Repente, estava apinhado de artistas populares, artistas maravilhosos, esses que dão a cara do nosso país Brasil. Confira nas fotos a presença de Bule Bule, Jô Oliveira, Crispiniano Neto, Audálio Dantas, José Cortêz, Klevisson Viana, Marco Haurélio, que também merece prêmios do tamanho de um trem... Teve até um tróféu, troféu Joseph Luyten.
Luyten nasceu na Holanda. Fui amigo dele.
Luyten chegou ao Brasil no ano em que eu nasci, 1952. Ele tinha 11 anos de idade e sofria antecipadamente pela possibilidade de uma dia tornar-se cego. Usava óculos pesadíssimos na infância e na adolescência e danou-se a ler, a ler desbragadamente. Tinha medo da cegueira. O tempo foi passando e ele lendo cada vez mais, estudando, e se completando como gente e cidadão. A cegueira não veio e ele tornou-se um dos mais competentes intérpretes da alma popular, via cordelistas e cantadores repentistas. Levou seus estudos sobre a poética popular para a Universidade de Osaka, Japão.
Sobre Literatura de Cordel Joseph Luyten, que deixou a convivência entre nós em julho de 2006, publicou vários livros.
O troféu Joseph Luyten é uma pérola. Viva Luyten!
LIVRARIA CORTÊZ
A tendência de uma nação que não lê é, como resultado, um país sem crédito, sem credibilidade, é um país burro, com todo o respeito aos burros. As pesquisas indicam que nós, brasileiros, cada vez mais, lemos menos. Numa dessas pesquisas, há a informação de que pelo menos 30 milhões de brasileiros jamais compraram um livro. O que dizer diante disso?
A 24ª Bienal Internacional do Livro terminou com um público aquém do esperado. No resumo, o produto não alcançou o público alvo. A notícia triste é: a Livraria Cortêz está com suas atividades suspensas. A notícia alegre, bonita é que a Cortêz está com um espaço maravilhoso na Internete, clique
mkt@cortezeditora.com.br
domingo, 4 de setembro de 2016
BIENAL, FLORES EM VIDA
Marco Haurélio, Klévisson Viana, Assis Ângelo, Lucinda Marques e Crispiniano Neto na noite de entrega do Troféu Joseph Luyten, na Bienal Internacional do Livro |
Ontem a noite, a
Câmara Cearense do Livros, CCL, através de Lucinda Maria Marques, concedeu-me o
troféu Joseph Luyten. Gostei. O pretexto foi eu gostar da cultura popular.
Brasileira, principalmente. Flores em vida. O mesmo troféu foi compartilhado com Audálio
Dantas, Jô Oliveira, Bule-Bule, Sebastião Marinho, Chico Pedrosa, Geraldo Amâncio,
José Cortez, entre outros. Cortez é ícone dos editores brasileiros. Quando o
seu nome foi anunciado, o Anhembi pareceu desmoronar em aplausos.
Pois bem, foi
bonita a festa, pá.
Eu disse um
monte de coisas e até declamei um poema que fiz em lembrança à grandeza poética
do cearense Cego Aderaldo.
Na última quarta
(30), desenvolvi palestra sobre cultura popular na Bienal.
Muita gente
bonita, muitos artistas incríveis reencontrei à boca da noite da quarta, 30, lá.
E ontem, 3, reencontrei outras pessoas tão incríveis como na noite da palestra.
Reencontrei Bule-Bule, Klévisson Vianna e Arievaldo, seu irmão, Rouxinol do
Rinaré, Sebastião Marinho, e tantos e tantos, incluindo o paranaense Sinval,
tocador de berrante e domador de burro bravo.
Sim, foi legal
estar mais uma vez participando, de modo mais intenso, da Bienal Internacional
do Livro, em São Paulo.
A organização
dessa 24ª Bienal estima receber 720 mil visitantes, incluindo crianças e
aborrescentes de todas as idades. Tomara que isso aconteça.
O Brasil tem uma
população que ultrapassa, segundo o IBGE, os 200 mil habitantes. Somos, porém,
uma das nações que menos lê no mundo. Não lemos nem cinco livros por ano.
Dados indicam
que pelo menos 30% da população brasileira jamais compraram um livro. Indicam
também essas pesquisas que quem lê nem sempre termina o livro, ou seja: quem lê
por partes nem sempre lê o livro inteiro. Outra coisinha: o livro mais lido no
Brasil é a bíblia.
Sim, somos um
país de analfabetos... com Jesus no coração.
BERNARDO FILHO
E agora tomo-me de
uma tristeza profunda: Bernardo Filho, ao lado de quem iniciei a carreira no
rádio, em João Pessoa (PB), partiu para a Eternidade. A informação vem de outro
grande amigo, Richardi Muniz.
Eu e o Bernardo apresentávamos
um programa chamado Bandeira 2, que era transmitido pela madrugada, ao vivo na
Rádio Correio da Paraíba. Eu tinha 19 anos e ele um pouco mais. Grande voz,
grande amigo, adeus.
Bernardo |
FERNANDO COELHO
O querido amigo,
Fernando Coelho, poeta dos maiores, está sempre com sua memória fervilhante;
tanto que traz à tona uma lembrança:
A tarde caia aborrecida naquele dia. São Paulo exalava um
frio torto. Do lado de fora, parecia do lado de dentro, tudo nublado. Eu bebia
com o meu amigo e compadre Assis Angelo no inoxidável bar Mutamba, refúgio de jornalistas
desempregados, recém contratados, bêbados letrados, e das estudantes de
Comunicação que prevaricavam com o amor, sempre pesquisando a nossa experiência
louca. Assis Angelo, um dos maiores jornalistas deste país, autor da melhor
biografia de Luiz Gonzaga, é dono de um dos mais espetaculares acervos de música
brasileira. (Ela se aproxima, com sua beleza terrível. “Não se lembra de mim,
da festa do Massao Ohno – Massao foi o mais importante editor de poesia que o
Brasil já teve, meu amigo – eu queria me jogar do Viaduto do Chá, sua poesia
não deixou”). Eu não me lembrava como a minha poesia poderia tê-la salvo, antes
e agora eu estava embriagado. Naquela tarde, tínhamos uma missão digna, eu e o
meu compadre Assis, dos mais experientes espiões da CIA: contrabandear uma dose
de conhaque Macieira para Nélson do Cavaquinho, meio acamado no Hotel Jaraguá,
vizinho do bar e do antigo Estadão, ali na esquina. A missão foi cumprida.
Bebemos mais do que Nélson. Tempos depois, Nélson morre. Eu tinha balbuciado
para ele a Flor e o Espinho, no quarto do hotel, sob o olhar complacente de
Assis. Agora, que escrevo esta lembrança, engulo o espinho.
sábado, 3 de setembro de 2016
VAMOS À BIENAL?
A 24ª Edição da Bienal Internacional do Livro termina amanhã, 04.
Hoje, às 20 hs, estarei lá, de braços abertos, dando e recebendo abraços a amigos novos e a amigos velhos, por provocação da Câmara Cearense do Livro, CCL, que achou de me fazer agrados com um troféu, segundo o cordelista Marco Haurélio, muito bonito. É um troféu que tem no formato uma viola etc.
As origens do livro datam de tempos imemoriais.
Antes não havia a escrita, é claro.
A comunicação entre os humanos ocorria por gestos e grunhidos, até que, depois de descer das árvores, o homem foi se virando como pode nas pernas que descobriu ter. As mãos, ele as usava para pegar bichos a unha e devorá-los, até os seus próprios iguais.
Muito tempo passou até que a inteligência ganhou forma e diferenciou o humano dos outros bichos. Mas essa mudança ainda não é tão clara...
É impossível saber o dia, mês ou ano em que o homem juntou letras e fez be a bá, be é bé, be i bi, oba!
Deve ter sido interessante a cena em que ocorreu isso, como interessante também deve ter sido o momento em que o homem, já metido à besta, bateu uma pedra na outra, riscando faísca, e daí, fogo!
Encurtando a história, é o seguinte: o homem aprendeu a ler, a fazer fogo e a judiar seu próximo...
E aí veio Gutenberg com sua prensa fazendo a primeira impressão da Bíblia e revolucionando os quatro cantos do mundo. Isso, no século XV. Verdade seja dita, que séculos antes os chineses já haviam feito experiências nesse campo. Os sul-coreanos também. O fato é que... Viva Gutenberg!
Hoje, tantos anos passados, a invenção de Gutenberg continua em atividade.Livros ainda são impressos aos milhões, mas o número de leitores mingua, mingua cada vez mais.
Para ler é preciso saber. Analfabeto não lê e o que mais há no Brasil é analfabeto, temos analfabetos analfabetos e analfabetos funcionais, esses então...
Pesquisas indicam que mais de 12% da população brasileira não sabem distinguir um o de uma roda de caminhão.
Recente pesquisa do Instituto Pró-Livro revela que 56% dos brasileiros nunca leram um livro na vida.
Outra pesquisa, essa de Retratos de Leitura do Brasil, dá conta de que os brasileiros lêem, em parte ou por completo, apenas quatro vírgula qualquer coisa, ou menos de cinco livros ano.
Pois é, o quadro é feio ou não é? E olhem que a população atual do Brasil é de 206 milhões de almas, a imensa parte dela sem saber o prazer que dá a leitura de um livro.
Ler Machado, Graciliano, Rosa, Augusto, Alencar...
O cearense José de Alencar, que morreu quando tinha apenas 48 anos de idade, deixou-nos uma obra monumental. A começar por Iracema e O Sertanejo. Nesse livro, de 1875, Alencar mostra o Sertão como ele é. O personagem Arnaldo, um vaqueiro, dá rumos à trama. E mais não digo. Depois, Alencar gerou O Guarani, uma obra indianista que o italiano Antonio Scalvini e o paulista Carlos Gomes transformaram na ópera homônima, em quatro atos, levada à cena, no teatro Ala Escalla de Milão, no ano de 1870. Na ocasião o célebre Verdi, instigado por um repórter, disse: "esse rapaz começa por onde eu termino".
Esse rapaz era Carlos Gomes.
Sei não, mas acho que Euclides da Cunha bebeu na mesma fonte de onde saiu O Sertanejo. Curiosamente, a obra prima de Euclides intitula-se Os Sertões. Em comum os autores apresentam ao leitor o terreno pisado pelos personagens.
Ler é bom demais.
Vamos à Bienal??
A 24ª Edição da Bienal Internacional do Livro termina amanhã, 04.
Hoje, às 20 hs, estarei lá, de braços abertos, dando e recebendo abraços a amigos novos e a amigos velhos, por provocação da Câmara Cearense do Livro, CCL, que achou de me fazer agrados com um troféu, segundo o cordelista Marco Haurélio, muito bonito. É um troféu que tem no formato uma viola etc.
As origens do livro datam de tempos imemoriais.
Antes não havia a escrita, é claro.
A comunicação entre os humanos ocorria por gestos e grunhidos, até que, depois de descer das árvores, o homem foi se virando como pode nas pernas que descobriu ter. As mãos, ele as usava para pegar bichos a unha e devorá-los, até os seus próprios iguais.
Muito tempo passou até que a inteligência ganhou forma e diferenciou o humano dos outros bichos. Mas essa mudança ainda não é tão clara...
É impossível saber o dia, mês ou ano em que o homem juntou letras e fez be a bá, be é bé, be i bi, oba!
Deve ter sido interessante a cena em que ocorreu isso, como interessante também deve ter sido o momento em que o homem, já metido à besta, bateu uma pedra na outra, riscando faísca, e daí, fogo!
Encurtando a história, é o seguinte: o homem aprendeu a ler, a fazer fogo e a judiar seu próximo...
E aí veio Gutenberg com sua prensa fazendo a primeira impressão da Bíblia e revolucionando os quatro cantos do mundo. Isso, no século XV. Verdade seja dita, que séculos antes os chineses já haviam feito experiências nesse campo. Os sul-coreanos também. O fato é que... Viva Gutenberg!
Hoje, tantos anos passados, a invenção de Gutenberg continua em atividade.Livros ainda são impressos aos milhões, mas o número de leitores mingua, mingua cada vez mais.
Para ler é preciso saber. Analfabeto não lê e o que mais há no Brasil é analfabeto, temos analfabetos analfabetos e analfabetos funcionais, esses então...
Pesquisas indicam que mais de 12% da população brasileira não sabem distinguir um o de uma roda de caminhão.
Recente pesquisa do Instituto Pró-Livro revela que 56% dos brasileiros nunca leram um livro na vida.
Outra pesquisa, essa de Retratos de Leitura do Brasil, dá conta de que os brasileiros lêem, em parte ou por completo, apenas quatro vírgula qualquer coisa, ou menos de cinco livros ano.
Pois é, o quadro é feio ou não é? E olhem que a população atual do Brasil é de 206 milhões de almas, a imensa parte dela sem saber o prazer que dá a leitura de um livro.
Ler Machado, Graciliano, Rosa, Augusto, Alencar...
O cearense José de Alencar, que morreu quando tinha apenas 48 anos de idade, deixou-nos uma obra monumental. A começar por Iracema e O Sertanejo. Nesse livro, de 1875, Alencar mostra o Sertão como ele é. O personagem Arnaldo, um vaqueiro, dá rumos à trama. E mais não digo. Depois, Alencar gerou O Guarani, uma obra indianista que o italiano Antonio Scalvini e o paulista Carlos Gomes transformaram na ópera homônima, em quatro atos, levada à cena, no teatro Ala Escalla de Milão, no ano de 1870. Na ocasião o célebre Verdi, instigado por um repórter, disse: "esse rapaz começa por onde eu termino".
Esse rapaz era Carlos Gomes.
Sei não, mas acho que Euclides da Cunha bebeu na mesma fonte de onde saiu O Sertanejo. Curiosamente, a obra prima de Euclides intitula-se Os Sertões. Em comum os autores apresentam ao leitor o terreno pisado pelos personagens.
Ler é bom demais.
Vamos à Bienal??
quinta-feira, 1 de setembro de 2016
XENOFOBIA E NÓ EM PINGO D'ÁGUA
Nó em pingo d’água é um tipo de flor daninha muito
especial, carregada no bolso por malandros da política tupiniquim. Essa flor,
de origem desconhecida, cresce fácil no terreno planaltino; e foi não foi,
calhordas deram de mão dela para nos asfixiar. Foi o que aconteceu no meio da
tarde da última quarta, no Senado Federal.
Que nem o Titanic, o Brasil embicou rumo às
profundezas do desconhecido. Nesse mergulho, cerca de 200 milhões de almas
penam, procurando solo firme para sobreviver. É uma luta danada, a luta pela
sobrevivência. Mas, firmes e fétidas, as mentes que alimentam nós em pingo d’água,
seguem indiferentes à gritaria das almas que afundam. Quem quer que seja,
aspas. Até quando?
O último dia de agosto foi um dia de esperança que
findou com gosto de jiló, ou seja, amargo; até porque, o doce guerreiro Chico
Buarque ficou aqui como quê atravessado na minha garganta - e na garganta do
Brasil. Dá pra explicar a presença do Chico na sessão de impeachment?
A presidenta inocenta caiu, como grande parte da
população brasileira esperava. Mas caiu de pé, pois deixa a Presidência sem perder
os direitos de continuar a vida de modo serelepe. Nesse ponto, a Carta de 88 saiu ligeiramente
chamuscada. Um perigo, diga-se.
Muitas coisas de suma importância para a vida
brasileira são relegadas, desde sempre, a último plano. Refiro-me, por exemplo,
à educação, à cultura e aos esportes que formam a mente e ilustram gentes.
Educação, cultura e esportes são itens básicos na
formação de qualquer cidadão.
A cultura popular está na boca de todo mundo. Antes
de fatiar o artigo 52 da Constituição, junto com o presidente do STF, o presidente
do Senado disse ser contra fazer o mal a quem quer que seja. Quem quer que
seja, aspas. Os sem-caráter estão em estado de êxtase. Aproveitando a deixa, o
presidente do Senado lembrou um dito popular corrente no Nordeste: além da
queda, um coice.
O coice pegou de cheio o traseiro do povo
brasileiro. Pena, não é?
XENOFOBIA
É oportuníssimo o lançamento do livro Xenofobia – Medo
e Rejeição ao Estrangeiro, do professor Durval Muniz de Albuquerque Júnior, paraibano
titular da cadeira de História da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. O
livro trata de assunto em dia e pauta, necessariamente de todas as mídias. A
xenofobia mais do que um mal dos tempos, é uma doença, e, como tal, merece ser
conhecida, destrinchada e curada. Essa doença atinge o mundo todo e todos nós,
de um modo ou de outro, somos vítimas dela. O livro traz a chancela da Cortez
Editora. O dono dessa editora há muito se preocupa com a cura das mazelas do
mundo. E não à toa, merecidamente, acaba de virar nome de uma escola da rede
pública do Estado de São Paulo, na zona Sul da capital. Xenofobia foi lançado
ontem na 24ª Bienal Internacional do Livro.
LOYOLA BRANDÃO – O araraquarense Ignácio de Loyola
Brandão, autor de Zero e outros romances, estava solitário, sentado à mesa de
um stand da Bienal. Loyola, também afamado jornalista, completou 80 anos de
idade há dois meses. Vê-lo sozinho à mesa, doeu. Mas esse é o Brasil dos políticos
espertos e essa é uma cena que se repete no mundo da cultura brasileira, cada
vez mais, de modo intenso. E pensar que o Brasil foi berço de Machado de
Assis...
CELIA E CELMA
As mineiras Celia e Celma são cantoras, isso todo
mundo sabe. As duas são cozinheiras de altíssimo padrão, isso também todo mundo
sabe. Em 2007, Celia e Celma foram à China receber o prêmio Gourmand World
Cookbook Awards, pela obra Do Jeitinho de Minas, (Editora Senac), isso pouca
gente sabe; mas os chineses até agora continuam se deliciando com as receitas
no livro contidas. O Temer tá lá... Domingo 28, as duas compareceram à Bienal
para autografar o livro Vozes Ítalo-Brasileiras que reúne contos de 30 autoras brasileiras,
descendentes de italianos. Esse livro, com textos bilíngue, será distribuído
nas universidades italianas.
HOMENAGEM
Dia 30, das 17 às 19 horas, desenvolvi palestra
sob o título A poesia popular como fonte temática de outras linguagens artísticas.
Foi bom e gostei, pois tive a oportunidade de reencontrar amigos como Geraldo
Amâncio, Marco Haurélio, Paulo Araújo, Paulo de Tarso, Jô Oliveira, entre
outros cordelistas e cantadores repentistas. Foi no stand da Câmara Cearense do
Livro. E agora, cuspindo pra cima: sábado, 3, às 20:00, estarei todo pimpão e
de braços abertos recebendo loas em vida.
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