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quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

FERNANDO FARO E AINDA ANA DE HOLLANDA

Somente agora, passeando por blogs de alguns amigos, como Luiz Nassif, eu tomei conhecimento de um lamentável encontro do novo presidente da Fundação Padre Anchieta, que mantém o rádio e a TV Cultura, e funcionários.
Diz texto, capturado do blog de Nassif:

Em reunião ontem, na TV Cultura, com o pessoal da área de musicais, João Sayad afirmou que o programa Ensaio – o mais importante programa de música da história da televisão brasileira – está ultrapassado e será revisto, porque ele não gosta e o modelo é de quarenta anos atrás.
Um dos funcionários rebateu:
- O senhor é um economista, acostumado com calculadoras e planilhas. Nós aqui dos musicais estamos acostumados com sonhos, música e sentimentos. E a gente se espelha não em números, mas nesse senhor aqui do lado, que se chama Fernando Faro.
Justamente o pai do Ensaio e do programa Mobile (que foi desativado).
Sayad virou-se para um assessor do lado e cochichou:
- Quem é?
Não sabia quem era Fernando Faro, o “Baixo”, um dos mais importantes personagens da música e da cultura brasileira das últimas cinco décadas. O programa símbolo da TV brasileira, que documentou a música brasileira ao longo de tantas décadas foi julgado e condenado… pelo Sayad, que nem sabia quem era Faro e o que representa o Ensaio.

O que mais dizer?
...E pensar que a cultura popular, que é a reunião de formas e meios pelas quais o povo se manifesta e faz história, se acha nas mãos de figuras como essa é, de fato, de se lamentar.
O que se pode vislumbrar a partir desse encontro da burocracia fria e insensível com a história é que o povo corre o risco seriíssimo de ter seus meios (e formas) de manifestação interrompidos.
Um recadinho ao presidente da Fundação:
Não há o novo sem o velho, que é a base de tudo, incluindo a história.

AINDA ANA
Tenho recebido alguns e-mails sobre o que escrevi ontem a respeito da nova ministra da Cultura. Num deles, assinado pelo jornalista Marco Zanfra, uma fria:
- Proponho que Ana de Hollanda crie uma secretaria para assuntos de cultura nordestina e convide o compadre Assis Ângelo para pilotá-la.

Já pensou a ministra ter que criar secretarias para assuntos de cultura gaúcha, nortista etc.?
Eu, hein!

LITERATURA DE CORDEL
Este é de um cidadão chamado Matias, que quer saber se há por aí, fácil de achar, folhetos de cordel e discos de poetas repentistas:
- Meu nome é Matias, sou de Jundiaí, e assisti as entrevistas que você deu à Recordnews e, na semana passada, a que passou no Globo Rural. Tenho bastante curiosidade e interesse em cantadores repentistas nordestinos e em cordel. Ouço o programa do Geraldo do Norte, na Rádio Nacional, só para esperar a hora do repente, que dureza! Não confundir com Castanha e Caju. Tem uns caras que falam coisas inimagináveis de tão profundas. A partir daí me interessei, tipo Ivanildo Vila Nova... Tem alguma forma de cordel e algum material sonoro desses repentistas?

A dica é a seguinte, e serve para o Matias e para outros eventuais interessados no assunto: folhetos de cordel às centenas podem ser adquiridos nas editoras Luzeiro (editoraluzeiro@com.br), com Gregório, e Tupynanquim (tupynanquim_editora@ibest.com.br), com Klévisson Viana.

PS - Na foto acima, de 2001: Ana de Hollanda, Fernando Faro e este escrevinhador em prosa das boas, ao vivo, no extinto São Paulo Capital Nordeste, programa de rádio que produzi e apresentei durante seis anos e meio, na Capital.

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