Mário Chamie partiu
Partiu para a eternidade
Foi fazer poesia e cantar
O canto leal da amizade
Ele foi rei, ele foi amigo
E partiu deixando saudade
Dissidente do concretismo e fundador da poesia práxis no começo dos 60, também fundador de museu, pinacoteca e até do Centro Cultural Vergueiro, no tempo que ocupou a titularidade da secretaria de Cultura de São Paulo, nos anos 70 e parte dos 70, o poeta paulista de Cajobi Mario Chamie, da safra de 33, partiu para a eternidade na primeira parte do dia frio de ontem, deixando saudade.
Ele era de uma linhagem muito especial, daquelas que nos orgulha muito por seu bom humor e sabedoria.
Era fino, educado, professor em todas as horas e amigo.
Trabalhei com ele na velha Jovem Pan, produzindo o programa São Paulo à Tarde, que já não existe.
Esporadicamente, eu lhe fazia companhia na apresentação.
Foram incontáveis os encontros que tivemos fora do rádio, nas livrarias Fondo de Cultura Económica, ali nas Perdizes, junto da PUC, e Cultura dos tempos que essa ainda não era o que é hoje: uma potência do setor.
Nessas livrarias, foram muitos sábados de conversas agradáveis, ao lado ora de José Nêumanne e Arnaldo Xavier, ora ao lado de Roniwalter Jatobá e Marcos Rey, entre outros escritores e jornalistas de boas prosas.
Uma vez, pedi a Mário que escrevesse o prefácio do livro que eu estava em vias de publicar: O Poeta do Povo, Vida e Obra de Patativa do Assaré.
Ele não se fez de rogado.
Patativa, todos sabem: foi um grande poeta popular brasileiro e o prefácio de Mário, para o livro, virou uma pérola sem comparação.
E Mário não era lá de perder tempo escrevendo prefácios.
Guardo dele boas imagens e falas, inclusive num programa que por longos anos apresentei na Rádio Capital.
Mário escreveu e publicou livros fundamentais, e um CD (repdodução da capa, acima): Caravana Contrária, no qual declama sobre melodias criadas pelo maestro Marcus Vinicíus.
Saudade.
ESPECIAL
Amanhã o programa O BRASIL TÁ NA MODA, que apresento diariamente na Rádio Trianon AM 740, será todo dedicado a Mário. Começa às 14 horas, ao vivo, e é repetido no dia seguinte às 4 horas. No estúdio comigo estará Roniwalter Jatobá.
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segunda-feira, 4 de julho de 2011
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