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terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

AS VÍTIMAS-ALGOZES...JÁ LEU?


Há muita coisa boa pra se ler, muitas dessas coisas reunidas em livros do século 19 pra cá. E de pouco antes até.

São muitos os romances, crônicas, poemas, contos, biografias e tal. Assuntos variados, desde amor e filosofia a fatos históricos no Brasil e mundo afora. 

Aqui e ali tenho falado sobre o bravo Joaquim Nabuco, que não mediu tempo nem distância para defender do jeito que pôde as pessoas escravizadas no Brasil desde tempos d'antanho, aqui e alhures.

A escravidão sempre foi um mal que por longo tempo resistiu à liberdade. Isso desde a Antiguidade. 

Muitos povos foram dominados e escravizados por outros povos. Mundo cão. Sempre. 

Até fins do século 18 o que chamamos hoje de EUA eram 13 colônias pertencentes à Inglaterra. Houve discussão, briga. O pau cantou. Em resumo: o primeiro presidente de lá foi George Washington. O segundo foi John Adams e o terceiro, Thomas Jefferson. 

O Jefferson aí citado foi, antes de virar presidente, o principal redator da Declaração de Independência (1776) do seu país e governador da Virgínia. Depois disso, dividiu a chapa presidencial com John Adams. E atenção: a figurinha aí ao morrer deixou em testamento 246 dos 600 escravos que tinha. Fora isso, gerou meia dúzia de filhos com uma de suas escravas.

O mundo está sempre dando voltas.

O livro Minha Formação é um livro autobiográfico, que foge dos padrões comuns. Nele o autor, Joaquim Nabuco, conta tudo e mais um pouco do que viu e ouviu. No correr do tempo em que viveu. Lembra a grande influência que a madrinha Ana Falcão teve na sua vida. De modo não linear, Nabuco conta dos ídolos da escrita que o influenciaram. O principal desses foi o francês Ernest Renan, sobre quem chegou até acescrever um livro.

Joaquim Nabuco passou a ter o nome mais divulgado pela imprensa inglesa, a partir do momento que denunciou o trabalho escravo numa empresa do Reino Unido.

Essa é mais uma razão pra se ler Minha Formação. 

Antes de Nabuco abraçar a causa abolicionista, autores como Antônio Gonçalves Teixeira e Souza, autor do primeiro romance brasileiro (O Filho do Pescador; 1843) e Joaquim Manuel de Macedo, autor de A Moreninha (1844), abordaram com grande propriedade a temática escravagista nas suas obras. Outros autores os seguiram, como José de Alencar e Machado de Assis. 

É de doer na alma o livro As Vítimas-Algozes (1869), de Manuel de Macedo. Esse livro reúne três contos ou novelas que têm personagens negras de comportamento ou sina como tal sugere o título. Começa com Simeão, uma criança negra adotada por um casal de brancos: Domingos Caetano e Angélica, pais de uma menina linda chamada Florinda. 

Nas duas dezenas de capítulos bem resolvidos, a história finda em tragédia. 

Meu amigo, minha amiga, esse livro é pra lascar! Leia-o.

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