É coisa rara no calendário gregoriano o carnaval cair no mês de março.
A justificativa dá-se pelo fato de a Páscoa ser comemorada no domingo imediato à primeira luz cheia do outono.
E foi num mês como este que nasceu nun dia 4 a paulistana Ignez Magdalena Aranha de Lima, conhecida em todo o País por Inezita Barroso, folclorista, cantora, atriz premiada e líder de audiência da TV Cultura como apresentadora do programa Viola Minha Viola, há 30 anos ininterruptos no ar.
Na infância, Ignez era chamada por familiares e amigos de Zitinha.
E é a história de Zitinha que conto no livro a Menina Inezita Barroso, a ser lançado na próxima quinta 3, a partir das 19 horas, na livraria Cortez, que fica ali na Rua Bartira, 317, ao lado da Pontifícia Universidade Católica, PUC, no bairro de Perdizes.
Sou suspeito, mas digo sem receio algum: o livro, todo ilustrado pelo xilogravurista Ciro Fernandes, está muito bonito.
Vamos todos lá à livraria do Cortez para comer bolo, beber guaraná e cantar parabéns para Inezita, com coro puxado pelo regional que a acompanha no Viola, liderado pelo violeiro Joãozinho?
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domingo, 27 de fevereiro de 2011
quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
NA PROSA COM INEZITA, LEMBRANÇA DE PAPETE
Ontem, à boca da noite, tive vontade e fui bater à porta da querida Inezita Barroso (foto,de Andrea Lago), que mora pelas bandas de onde moro, cá entre Santa Cecília e Campos Eliseos.
Num dedo de prosa e outro; uma molhadinha no bico com uisquinho e tal, sem gelo - claro - lembramos de um monte de coisas boas ocorridas nos tempos de ontem; nos tempos que ela e Morais Sarmento, grande radialista e amigo meu, e dela, foi não foi iam os dois na minha casa, na Armênia e lados do Butantã depois; nos tempos que meus filhos eram inda meninotes.
Lembramos entre risos de cervejas tantas, e quentes, que ambos, Sarmento e ela, Inezita, levavam nos porta-malas de seus carros com a desculpa de as solvermos sem gastar o gogó; sim, assim quente.
Não é à toa, pois, que ela, Inezita, mantém o vozeirão lindo que a consagrou em todo o País.
Sarmento está no céu, mas com a voz em dia...
Lembramos também das noites passadas no velho restaurante Parreirinha, com endereço ali na Gal. Jardim, bairro da Vila Buarque, centro velho da cidade, de propriedade do notívago e sempre querido e receptivo Miro.
Ah! Quantas histórias vividas ao lado de tanta gente bonita, meu Deus do céu; como Arley Pereira, Robertinho do Acordeon, Ronald Golias, Noite Ilustrada, Miécio Caffé, Nélson Gonçalves, Adoniran Barbosa, Jamelão, Miltinho e mais e mais que nem a memória hoje cansada traz de volta.
Com Golias bebericando umas lá no Parreirinha, ocorreu que ele, me vendo com uma mulher, brincou, a seu jeito:
- Pôxa, essa é mesmo bonita. Parabéns, você tem mesmo bom gosto.
Chiii. Era a minha mulher.
O pau cantou, a mesa virou e garrafas de cerveja e vinhos voaram chão.
Tempos de lembranças
No Parreirinha, varávamos noites e entrávamos madrugadas adentro boemiando...
Na troca de verbos com Inezita, falei de Xerém, da dupla com Bentinho.
Ela lembrou que fez show em São Paulo com ele e que ele era maravilhoso.
E aí falei da neta, Cris Aflalo: “Essa menina é maravilhosa, apenas lhe falta atenção e direção”, ela disse.
E contei:
- O Papete vai almoçar comigo manhã.
E aí, disse:
- Esse é muito bom, faz tempo que não o vejo.
Ao me despedir dela, uma surpresa:
- Leve essa cachaça e a beba com ele.
Bebi.
Num dedo de prosa e outro; uma molhadinha no bico com uisquinho e tal, sem gelo - claro - lembramos de um monte de coisas boas ocorridas nos tempos de ontem; nos tempos que ela e Morais Sarmento, grande radialista e amigo meu, e dela, foi não foi iam os dois na minha casa, na Armênia e lados do Butantã depois; nos tempos que meus filhos eram inda meninotes.
Lembramos entre risos de cervejas tantas, e quentes, que ambos, Sarmento e ela, Inezita, levavam nos porta-malas de seus carros com a desculpa de as solvermos sem gastar o gogó; sim, assim quente.
Não é à toa, pois, que ela, Inezita, mantém o vozeirão lindo que a consagrou em todo o País.
Sarmento está no céu, mas com a voz em dia...
Lembramos também das noites passadas no velho restaurante Parreirinha, com endereço ali na Gal. Jardim, bairro da Vila Buarque, centro velho da cidade, de propriedade do notívago e sempre querido e receptivo Miro.
Ah! Quantas histórias vividas ao lado de tanta gente bonita, meu Deus do céu; como Arley Pereira, Robertinho do Acordeon, Ronald Golias, Noite Ilustrada, Miécio Caffé, Nélson Gonçalves, Adoniran Barbosa, Jamelão, Miltinho e mais e mais que nem a memória hoje cansada traz de volta.
Com Golias bebericando umas lá no Parreirinha, ocorreu que ele, me vendo com uma mulher, brincou, a seu jeito:
- Pôxa, essa é mesmo bonita. Parabéns, você tem mesmo bom gosto.
Chiii. Era a minha mulher.
O pau cantou, a mesa virou e garrafas de cerveja e vinhos voaram chão.
Tempos de lembranças
No Parreirinha, varávamos noites e entrávamos madrugadas adentro boemiando...
Na troca de verbos com Inezita, falei de Xerém, da dupla com Bentinho.
Ela lembrou que fez show em São Paulo com ele e que ele era maravilhoso.
E aí falei da neta, Cris Aflalo: “Essa menina é maravilhosa, apenas lhe falta atenção e direção”, ela disse.
E contei:
- O Papete vai almoçar comigo manhã.
E aí, disse:
- Esse é muito bom, faz tempo que não o vejo.
Ao me despedir dela, uma surpresa:
- Leve essa cachaça e a beba com ele.
Bebi.
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
CRIS AFLALO: DEPOIS DE SÓ XERÉM, QUASE TUDO DÁ
Voz bem colocada e claríssima, dicção perfeita; agudos nos trinques.
A dona desses atributos é a paulistana Cris Aflalo, uma profissional de alto quilate do ramo musical.
Cris demonstra firmeza e definições no repertório que interpreta. Ela chega a impressionar, mesmo com pouco tempo de carreira: estreou em disco no ano de 2003, com o CD Só Xerém, seu avô famoso.
De batismo Pedro de Alcântara Filho, cearense de Baturité, Xerém deixou marca indelével na carreira de músico e humorista que abraçou lá pelos idos de 1920, ano que trocou sua terra pela terra dos cariocas, onde logo se destacaria como gaitista contratado da Rádio Mayrink Veiga e, depois, da Rádio Nacional onde formou dupla “caipira” com a irmã Tapuya e, em seguida e mais assiduamente com Bentinho, que no bordão do radialista César Ladeira, o bam, bam, bam da época, o identificava como integrante da “dupla que é uma naváia”; e isso, num tempo que brilhavam no firmamento musical nomes que iam desde Chico Alves, o Rei da Voz; a Dorival Caymmi, Orlando Silva e Lamartine Babo, entre tantos.
A primeira gravação em disco de Xerém e Tapuya e sua Tribo, como se apresentava, foi feita no dia 2 de julho de 1937.
A música?
Uma quadrilha feita em parceria com o talento chamado Pequeno Edson, que, como se diz, partiu antes do tempo.
No primeiro CD, Cris Aflalo ponteou um repertório cujo destaque era parte da obra do seu famoso avô, intitulado Só Xerém.
Agora, ela volta à estrada e brinda os ouvidos de bom gosto de gente inteligente com um CD melhor do que o outro: Quase Tudo dá.
Uma pérola leve, bonita.
Nesse disco, Cris prova com A + B que não é só Xerém; é mais, ela é muito mais, e para isso dá sobejas amostras de até onde pode e quer chegar com a bela voz que Deus lhe deu.
A produção do novo disco, como o anterior, traz a assinatura de Luiz Waack, um craque em vários instrumentos e sensibilidade musical acima da média.
Agora, uma coisa: eu se fosse você, meu amigo, iria correndo às lojas especializadas à procura de Só Xerém e de Quase Tudo dá.
Quem procura, acha.
A dona desses atributos é a paulistana Cris Aflalo, uma profissional de alto quilate do ramo musical.
Cris demonstra firmeza e definições no repertório que interpreta. Ela chega a impressionar, mesmo com pouco tempo de carreira: estreou em disco no ano de 2003, com o CD Só Xerém, seu avô famoso.
De batismo Pedro de Alcântara Filho, cearense de Baturité, Xerém deixou marca indelével na carreira de músico e humorista que abraçou lá pelos idos de 1920, ano que trocou sua terra pela terra dos cariocas, onde logo se destacaria como gaitista contratado da Rádio Mayrink Veiga e, depois, da Rádio Nacional onde formou dupla “caipira” com a irmã Tapuya e, em seguida e mais assiduamente com Bentinho, que no bordão do radialista César Ladeira, o bam, bam, bam da época, o identificava como integrante da “dupla que é uma naváia”; e isso, num tempo que brilhavam no firmamento musical nomes que iam desde Chico Alves, o Rei da Voz; a Dorival Caymmi, Orlando Silva e Lamartine Babo, entre tantos.
A primeira gravação em disco de Xerém e Tapuya e sua Tribo, como se apresentava, foi feita no dia 2 de julho de 1937.
A música?
Uma quadrilha feita em parceria com o talento chamado Pequeno Edson, que, como se diz, partiu antes do tempo.
No primeiro CD, Cris Aflalo ponteou um repertório cujo destaque era parte da obra do seu famoso avô, intitulado Só Xerém.
Agora, ela volta à estrada e brinda os ouvidos de bom gosto de gente inteligente com um CD melhor do que o outro: Quase Tudo dá.
Uma pérola leve, bonita.
Nesse disco, Cris prova com A + B que não é só Xerém; é mais, ela é muito mais, e para isso dá sobejas amostras de até onde pode e quer chegar com a bela voz que Deus lhe deu.
A produção do novo disco, como o anterior, traz a assinatura de Luiz Waack, um craque em vários instrumentos e sensibilidade musical acima da média.
Agora, uma coisa: eu se fosse você, meu amigo, iria correndo às lojas especializadas à procura de Só Xerém e de Quase Tudo dá.
Quem procura, acha.
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
ESCOLA DE SAMBA HOMENAGEIA O NORDESTE
É bom saber que uma escola de samba da capital de São Paulo, a Acadêmicos do Tucuruvi, está homenageando no carnaval deste ano a raça nordestina que ajudou a construir a 5ª maior cidade do mundo, esta: a capital dos bandeirantes e dos nordestinos, São Paulo.
É a primeira homenagem a respeito.
Muito bom, não é?
O samba-enredo OXENTE, O QUE SERIA DA GENTE SEM ESSA GENTE? SÃO PAULO: A CAPITAL DO NORDESTE!, de Vaguinho, Edu Leão, Doutor, Rigolon e André União. O intérprete é Fredy Vianna.
Diz a letra:
Sou cabra da peste, vim lá do Nordeste
São Paulo é minha capital
Levando alegria, eu vou por aí
Eu sou valente, sou Tucuruvi
Vou embarcar nessa aventura
Em busca de um lugar ao sol
Trago no peito desafio e esperança
Na bagagem a lembrança,
Sonho ou realidade.
Vou construindo ilusão,
Erguendo os pilares da cidade,
Deixando marcas da minha tradição:
Ao som do tambor, a fé em louvor, religião
Oxente festeira, acende a fogueira, é São João.
Vem, vem provar
O sabor que vem de lá
Esse gosto, esse tempero
É de fato brasileiro.
Da sanfona um acorde tocou forte o coração
Olha o povo dançando pra lá,
Arrastando a sandália pra cá,
O forró tá danado de bom
Um sorriso é a moldura do meu traço cultural
Quando a gente se encontra, a mistura é natural.
Carrego na alma a bravura
E o orgulho de ser quem eu sou
Vai meu samba, vai! Reconheça o meu valor!
Ano passado desfilei a minha beleza - hahahaha! - nas alturas de um carro alegórico da X9 Paulistana, entoando o enredo Do Além-Mar, a Herança Lusitana nos Une. Saí de português, junto com os poetas Celso Alencar e Álvaro Alves de Faria. A escola perdeu, mas a culpa não foi minha...
Na foto, o papai lá em riba todo pimpão.
É a primeira homenagem a respeito.
Muito bom, não é?
O samba-enredo OXENTE, O QUE SERIA DA GENTE SEM ESSA GENTE? SÃO PAULO: A CAPITAL DO NORDESTE!, de Vaguinho, Edu Leão, Doutor, Rigolon e André União. O intérprete é Fredy Vianna.
Diz a letra:
Sou cabra da peste, vim lá do Nordeste
São Paulo é minha capital
Levando alegria, eu vou por aí
Eu sou valente, sou Tucuruvi
Vou embarcar nessa aventura
Em busca de um lugar ao sol
Trago no peito desafio e esperança
Na bagagem a lembrança,
Sonho ou realidade.
Vou construindo ilusão,
Erguendo os pilares da cidade,
Deixando marcas da minha tradição:
Ao som do tambor, a fé em louvor, religião
Oxente festeira, acende a fogueira, é São João.
Vem, vem provar
O sabor que vem de lá
Esse gosto, esse tempero
É de fato brasileiro.
Da sanfona um acorde tocou forte o coração
Olha o povo dançando pra lá,
Arrastando a sandália pra cá,
O forró tá danado de bom
Um sorriso é a moldura do meu traço cultural
Quando a gente se encontra, a mistura é natural.
Carrego na alma a bravura
E o orgulho de ser quem eu sou
Vai meu samba, vai! Reconheça o meu valor!
Ano passado desfilei a minha beleza - hahahaha! - nas alturas de um carro alegórico da X9 Paulistana, entoando o enredo Do Além-Mar, a Herança Lusitana nos Une. Saí de português, junto com os poetas Celso Alencar e Álvaro Alves de Faria. A escola perdeu, mas a culpa não foi minha...
Na foto, o papai lá em riba todo pimpão.
domingo, 20 de fevereiro de 2011
GRANDE DOMINGUINHOS! E VIVA O CANTO DA EMA
Eu disse que ia, fui.
Hoje, domingo, há uma semana extamente e mais ou menos nesta hora que ponho no mundo estas linhas, tive a alegria de rever amigos que não via há muito tempo, no lugar de ouvir coisa boa e dançar forró e arrasta-pé dos bons denominado Canto da Ema, dos meus amigos Zé e Paulinho.
Um desses amigos revistos domingo hoje há uma semana foi Waldonys, de batismo Waldonys José Torres de Menezes, nascido no dia 14 de setembro de 1972, em Fortaleza.
Um menino ele, com jeito de gente grande.
E é, talentosíssimo.
Waldonys eu conheci no século passado e até a sua casa uma vez eu fui; e bem recebido.
Grande pessoa, grande cidadão, exemplar profissional em dia com a profissão de sanfoneiro é o Waldonys.
Filhote, no melhor sentido, do rei do baião Luiz Gonzaga.
Waldonys é Dominguinhos de ontem, com orgulho ele deve se achar.
Pois bem, fui ver Dominguinhos fazer setent´anos no Canto da Ema e me deparei com ele, Waldonys, e também com Anastácia, Fuba e outros.
Lá reencontrei a conterrânea Elba Ramalho, linda, solta como sempre, forrozando...
Canto de sabiá ela tem.
Corpo elástico, dançarina no palco e tanto, ela!
Pra minha surpresa, lá estava também o querido Oswaldinho, parceiro bissexto que promete por melodia numa letra que lhe dei há pouco sobre o Corinthians.
Oswaldinho, agora quase magrelo, falou e falou, riu, e mostrou que a sanfona é parte de tudo em si próprio.
Eita!
Não é pra ficar feliz?
Foi, sim, bom rever os amigos.
Ah! Mas o calor fez a pressão de Dominguinhos subir ao céu e ao palco ele não subiu.
O Ciço, seu empresário e amigo, ficou preocupadíssimo.
Todos nós.
Mas vamos cobrar de Dominguinhos a sua presença no Canto em fevereiro do ano que vem.
PS- A foto aí de cima tem uma semana que foi feita.
Fica o registro.
......................
VILLA-LOBOS
Outro registro: o compositor, pesquisador e maestro carioca Heitor Villa-Lobos foi quem mais foi lembrado nos teatros, nos concertos, nas rádios e televisões do mundo inteiro no ano passado. Noutras palavras: foi o autor brasileiro com obras mais executadas nas emissoras de rádio do mundo todo, em 2010.
Hoje, domingo, há uma semana extamente e mais ou menos nesta hora que ponho no mundo estas linhas, tive a alegria de rever amigos que não via há muito tempo, no lugar de ouvir coisa boa e dançar forró e arrasta-pé dos bons denominado Canto da Ema, dos meus amigos Zé e Paulinho.
Um desses amigos revistos domingo hoje há uma semana foi Waldonys, de batismo Waldonys José Torres de Menezes, nascido no dia 14 de setembro de 1972, em Fortaleza.
Um menino ele, com jeito de gente grande.
E é, talentosíssimo.
Waldonys eu conheci no século passado e até a sua casa uma vez eu fui; e bem recebido.
Grande pessoa, grande cidadão, exemplar profissional em dia com a profissão de sanfoneiro é o Waldonys.
Filhote, no melhor sentido, do rei do baião Luiz Gonzaga.
Waldonys é Dominguinhos de ontem, com orgulho ele deve se achar.
Pois bem, fui ver Dominguinhos fazer setent´anos no Canto da Ema e me deparei com ele, Waldonys, e também com Anastácia, Fuba e outros.
Lá reencontrei a conterrânea Elba Ramalho, linda, solta como sempre, forrozando...
Canto de sabiá ela tem.
Corpo elástico, dançarina no palco e tanto, ela!
Pra minha surpresa, lá estava também o querido Oswaldinho, parceiro bissexto que promete por melodia numa letra que lhe dei há pouco sobre o Corinthians.
Oswaldinho, agora quase magrelo, falou e falou, riu, e mostrou que a sanfona é parte de tudo em si próprio.
Eita!
Não é pra ficar feliz?
Foi, sim, bom rever os amigos.
Ah! Mas o calor fez a pressão de Dominguinhos subir ao céu e ao palco ele não subiu.
O Ciço, seu empresário e amigo, ficou preocupadíssimo.
Todos nós.
Mas vamos cobrar de Dominguinhos a sua presença no Canto em fevereiro do ano que vem.
PS- A foto aí de cima tem uma semana que foi feita.
Fica o registro.
......................
VILLA-LOBOS
Outro registro: o compositor, pesquisador e maestro carioca Heitor Villa-Lobos foi quem mais foi lembrado nos teatros, nos concertos, nas rádios e televisões do mundo inteiro no ano passado. Noutras palavras: foi o autor brasileiro com obras mais executadas nas emissoras de rádio do mundo todo, em 2010.
sábado, 12 de fevereiro de 2011
JOSÉ DOMINGOS DE MORAES, 70. VIVA!
Dominguinhos, de batismo José Domingos de Moraes, pernambucano de Garanhuns, nasceu num dia de hoje, 12 de fevereiro, há exatos 70 anos.
Bem cedo integrou um triozinho musical chamado Os Três Pinguins, formado por mais dois irmãos: Moraes, na sanfona; e Valdomiro, na zabumba, também chamada de male; e ele próprio, no pandeiro.
Tudo molecote, incluindo ele, Dominguinhos, com seis anos.
Tocavam nas feiras livres e portas de hotéis. E foi numa dessas portas, em Garanhuns, que os três irmãos foram vistos pelo rei do baião, Luiz Gonzaga, que se emocionou ao ouví-los tocar.
Resultado:
- Seu Gonzaga - lembra Dominguinhos - disse pra gente procurar ele no Rio de Janeiro, quando pudesse, que ele nos ajudaria.
Esse primeiro contato com Gonzaga ocorreu em 1948.
Seis anos depois, Dominguinhos e a família, incluindo o pai Chicão, pegaram um pau-de-arara e foram bater à porta do Rei do Baião, que os recebeu muito bem e, de cara, presenteou Dominguinhos, chamado até então de Neném, com uma sanfona das boas, bonitona, lustrosa.
Tinha ele 17 anos quando Gonzaga, numa entrevista a uma revista carioca declarou numa longa reportagem que ele seria o seu sucessor.
O resto se sabe.
Amanhã, eu vou dançar forró no Canto da Ema, ali na Avenida Faria Lima, do meu amigo Paulinho.
Boralá todos?
ah! A foto aí de riba foi batida no programa São Paulo Capital Nordeste e serviu para ilustrar reportagem assinada por Severino Mendes, alter ego do jornalista Moacir Japiassu, da extinta e valorosa revista Jornal dos Jornais, em agosto do ano 2000.
Bem cedo integrou um triozinho musical chamado Os Três Pinguins, formado por mais dois irmãos: Moraes, na sanfona; e Valdomiro, na zabumba, também chamada de male; e ele próprio, no pandeiro.
Tudo molecote, incluindo ele, Dominguinhos, com seis anos.
Tocavam nas feiras livres e portas de hotéis. E foi numa dessas portas, em Garanhuns, que os três irmãos foram vistos pelo rei do baião, Luiz Gonzaga, que se emocionou ao ouví-los tocar.
Resultado:
- Seu Gonzaga - lembra Dominguinhos - disse pra gente procurar ele no Rio de Janeiro, quando pudesse, que ele nos ajudaria.
Esse primeiro contato com Gonzaga ocorreu em 1948.
Seis anos depois, Dominguinhos e a família, incluindo o pai Chicão, pegaram um pau-de-arara e foram bater à porta do Rei do Baião, que os recebeu muito bem e, de cara, presenteou Dominguinhos, chamado até então de Neném, com uma sanfona das boas, bonitona, lustrosa.
Tinha ele 17 anos quando Gonzaga, numa entrevista a uma revista carioca declarou numa longa reportagem que ele seria o seu sucessor.
O resto se sabe.
Amanhã, eu vou dançar forró no Canto da Ema, ali na Avenida Faria Lima, do meu amigo Paulinho.
Boralá todos?
ah! A foto aí de riba foi batida no programa São Paulo Capital Nordeste e serviu para ilustrar reportagem assinada por Severino Mendes, alter ego do jornalista Moacir Japiassu, da extinta e valorosa revista Jornal dos Jornais, em agosto do ano 2000.
ROBERTO CARLOS AGORA NA RÚSSIA
Numa boa?
Pois, tá: lamentável o fato de integrantes da chamada torcida organizada do Corinthians fazerem o que fizeram com o lateral-esquerdo Roberto Carlos, ao ameaçarem-no de agressão e à sua família, pelo desempenho considerado pífio no jogo válido a pré-classificação à Libertadores há poucos dias diante do fraco Deportes Tolima no estádio Manuel Murillo Toro, na Colômbia, cujo resultado foi 2 x 0.
Mas jogo é jogo e outras partidas virão como a de amanhã contra o Paulista, em Jundiaí.
Não gostei.
Fica o registro.
Ah! Roberto Carlos agora vai jogar na Rússia, ganhando três vezes mais do que ganhava no Parque São Jorge.
Quem perde?
Pois, tá: lamentável o fato de integrantes da chamada torcida organizada do Corinthians fazerem o que fizeram com o lateral-esquerdo Roberto Carlos, ao ameaçarem-no de agressão e à sua família, pelo desempenho considerado pífio no jogo válido a pré-classificação à Libertadores há poucos dias diante do fraco Deportes Tolima no estádio Manuel Murillo Toro, na Colômbia, cujo resultado foi 2 x 0.
Mas jogo é jogo e outras partidas virão como a de amanhã contra o Paulista, em Jundiaí.
Não gostei.
Fica o registro.
Ah! Roberto Carlos agora vai jogar na Rússia, ganhando três vezes mais do que ganhava no Parque São Jorge.
Quem perde?
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
NO EGITO, CAI MAIS UM DITADOR
Olharam o relógio?
Pois é, caiu há minutos mais um fela.
Sim, ele mesmo: Mubarak, do Egito, depois de três décadas de judiação contra um povo que o mundo todo sabe oprimido desde tempos de antanho.
O velho ditador dissera há cerca de 40 horas atrás, em pronunciamento pela televisão, que não largaria o osso pelo menos até a próxima primavera. E, oportunista e ardiloso, acenou com aumento em torno de 5% no salário da população, desde que todos voltassem a seus lares, comportadinhos.
Mas ninguém se comportou como ele queria e o que se viu é o que se ver: a vitória do povo, neste primeiro momento.
Portanto, a estratégia do “cala boca” não pegou e Mubarak fugiu com o rabo entre as pernas, como o seu coleguinha Ben Ali, da Tunísia, no final da primeira parte do mês passado.
O grito de libertação continua se alastrando pelo mundo árabe.
Agora é acompanhar os desdobramentos - e o movimento norte-americano - e ver quem assume o novo poder no Egito.
Pois é, caiu há minutos mais um fela.
Sim, ele mesmo: Mubarak, do Egito, depois de três décadas de judiação contra um povo que o mundo todo sabe oprimido desde tempos de antanho.
O velho ditador dissera há cerca de 40 horas atrás, em pronunciamento pela televisão, que não largaria o osso pelo menos até a próxima primavera. E, oportunista e ardiloso, acenou com aumento em torno de 5% no salário da população, desde que todos voltassem a seus lares, comportadinhos.
Mas ninguém se comportou como ele queria e o que se viu é o que se ver: a vitória do povo, neste primeiro momento.
Portanto, a estratégia do “cala boca” não pegou e Mubarak fugiu com o rabo entre as pernas, como o seu coleguinha Ben Ali, da Tunísia, no final da primeira parte do mês passado.
O grito de libertação continua se alastrando pelo mundo árabe.
Agora é acompanhar os desdobramentos - e o movimento norte-americano - e ver quem assume o novo poder no Egito.
O POVO UNIDO ETC. TORÇAMOS PELO EGITO
Não faz muito, eu disse que o mundo árabe é um barril de pólvora prestes a explodir. E é.
Hoje, 18 dias passados de intensos e compreensíveis protestos populares nas ruas a favor da liberdade, o Egito se mostra um caos absoluto; e o exército, caso opte por ficar do lado de Mubarak - figura áspera e enjoativa que manda por lá há 30 anos, sob os auspícios do governo norte-americano -, um massacre a almas humanas sem precedentes poderá ocorrer no país.
Mas é improvável que o exército fique contra o povo. É mais provável que assuma o poder, após possível renúncia ou mesmo fuga do ditador Mubarak.
Os egípcios estão fazendo bonito, eu disse também. E estão.
São milhões de pessoas nas ruas tentando romper os grilhões que lhes prendem há séculos...
Conversando há pouco com um amigo, o engenheiro paulistano de origem egípcia, do Cairo, Peter Alouche (foto), arrisca prognósticos após a crise que está deixando os Estados Unidos loucos e o planeta em estado de alerta.
São quatro as possibilidades que Peter aponta:
1ª) Ditadura militar mais ferrenha do que a de Mubarak.
2ª) Regime teocrático islamista, do tipo de que vê no Irã.
3ª) Democracia laico-islâmica, aos moldes da que há na Turquia.
4ª) Invasão de Israel (como a vislumbrada na 1ª possibilidade).
A probabilidade de a 1ª e a 2ª possibilidades ocorrerem, Peter avalia em 40%; e a 3ª, 15%.
Israel está esfregando as mãozinhas santas para controlar a situação.
Suas possibilidades ainda segundo Peter, é de algo em torno de 5%.
A Liga Árabe, de Amr Moussa, que representa 200 milhões de pessoas espalhadas em 22 países da região, poderá assumir o Egito. O grupo ou partido Fraternidade Muçulmana, que existe há mais de 60 anos e a direita ocidental diz que não presta, também poderá assumir o poder. Nesse caso, o nome mais cotado é o do prêmio Nobel de 2005, Mohamed ElBaradei.
Eu, hein!
No nosso Nordeste, a temperatura é mais amena.
E fiquemos de olho no relógio.
PS - Antes de Peter avaliar a situação que o Egito vive no momento, ele disse, em tom de profunda tristeza: "Estou sem dormir direito há dias, pois o meu país está ferido". Fica o registro.
Hoje, 18 dias passados de intensos e compreensíveis protestos populares nas ruas a favor da liberdade, o Egito se mostra um caos absoluto; e o exército, caso opte por ficar do lado de Mubarak - figura áspera e enjoativa que manda por lá há 30 anos, sob os auspícios do governo norte-americano -, um massacre a almas humanas sem precedentes poderá ocorrer no país.
Mas é improvável que o exército fique contra o povo. É mais provável que assuma o poder, após possível renúncia ou mesmo fuga do ditador Mubarak.
Os egípcios estão fazendo bonito, eu disse também. E estão.
São milhões de pessoas nas ruas tentando romper os grilhões que lhes prendem há séculos...
Conversando há pouco com um amigo, o engenheiro paulistano de origem egípcia, do Cairo, Peter Alouche (foto), arrisca prognósticos após a crise que está deixando os Estados Unidos loucos e o planeta em estado de alerta.
São quatro as possibilidades que Peter aponta:
1ª) Ditadura militar mais ferrenha do que a de Mubarak.
2ª) Regime teocrático islamista, do tipo de que vê no Irã.
3ª) Democracia laico-islâmica, aos moldes da que há na Turquia.
4ª) Invasão de Israel (como a vislumbrada na 1ª possibilidade).
A probabilidade de a 1ª e a 2ª possibilidades ocorrerem, Peter avalia em 40%; e a 3ª, 15%.
Israel está esfregando as mãozinhas santas para controlar a situação.
Suas possibilidades ainda segundo Peter, é de algo em torno de 5%.
A Liga Árabe, de Amr Moussa, que representa 200 milhões de pessoas espalhadas em 22 países da região, poderá assumir o Egito. O grupo ou partido Fraternidade Muçulmana, que existe há mais de 60 anos e a direita ocidental diz que não presta, também poderá assumir o poder. Nesse caso, o nome mais cotado é o do prêmio Nobel de 2005, Mohamed ElBaradei.
Eu, hein!
No nosso Nordeste, a temperatura é mais amena.
E fiquemos de olho no relógio.
PS - Antes de Peter avaliar a situação que o Egito vive no momento, ele disse, em tom de profunda tristeza: "Estou sem dormir direito há dias, pois o meu país está ferido". Fica o registro.
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
MARINOS EM FESTA COM A MATRIARCA YARA
Pessoalmente não conheci o violinista Alberto Marino, hoje nome de viaduto no bairro do Brás; mas conheci o filho, Júnior, de quem nos tornamos amigos.
Júnior, de idade, está fechando a casa dos 80, como Paulo Vanzolini.
Conheci também um de seus quatro filhos, Roberto.
Somos amigos.
Aliás, conheci boa parte da família; como dona Yara Azeredo, mãe do Roberto e mulher-companheira pela vida toda de Marino Jr., até hoje.
O “até hoje”, leiam-se: 60 anos.
Dona Yara é da turma de formandos de 1950 da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, a mais antiga do País (a segunda mais antiga é a de Recife, PE, onde estudou o poeta paraibano, meu conterrâneo, Augusto dos Anjos, autor de um só livro, de poesias: Eu, um clássico do gênero e o mais lido da língua portuguesa).
É o caso: conversa vai, conversa vem, o que se leva desta vida, digo: é o que deixamos, ou seja: a amizade que se tem e que o peito mantém.
Pois bem, a primeira vez que falei com Marino Jr., por telefone, foi ali no redor dos anos 90, por telefone. Um pouco antes, talvez; ainda nos tempos em que eu exercia a função de repórter da Folha de S.Paulo.
Pessoalmente nos conhecemos na década passada, quando fui atendido por Roberto, advogado e uma pessoa incrível.
O velho Marino era o titular do Sexteto Bertorino Alma, anagrama que inventou para se esconder da turba elitista da sua época, que considerava artista popular uma espécie de pária da sociedade.
Vejam só!
Estamos falando dos começos dos 900...
Alberto Marino, entre várias composições instrumentais, nos deixou Rapaziada do Braz (com “z”), homenagem à namorada Ângela Bentivegna, com quem se casaria e viveria por toda a vida.
Marino partiu em 1967.
Rapaziada, uma valsa-choro, foi gravada originalmente pelo Sexteto Bertorino, por volta de 1927, num selo chamado Brasilphone; e logo depois pelo Sexteto Piratininga, via selo Arte-Fone, ambos de curtíssima duração.
Em 1960, o cantor argentino naturalizado brasileiro Carlos Galhardo pediu a Marino Jr. que compusesse uma letra para a melodia do pai, o que foi feito da noite para o dia.
Foi, podemos dizer, a beleza se juntando à beleza. Resultado: a perfeição numa obra popular.
Mas o que é que eu quero dizer com este arrodeio todo?
Primeiro: que Rapaziada do Braz foi o primeiro clássico musical da capital de São Paulo.
Mais: que é um clássico com o nome de um bairro paulistano, o primeiro dentre dezenas, hoje.
E mais: que o autor, de família italiana, nascido no bairro da Liberdade, geraria filhos e netos de grande importância para a vida brasileira; quase todos advogados.
Os Marinos juntaram a Arte ao Direito.
É coisa pra se aplaudir, não é?
E por que mais faço este arrodeio?
Ora, para dizer simplesmente que dona Yara Azeredo Marino, da safra de 26, e cuja história passa pela guerra do Contestado, está aniversariando hoje.
Tim, tim.
Parabéns e meus respeitos e carinho a dona Yara.
Ah! Mas o que tem a ver Paulo Vanzolini com esta história?
Simples: é dele o samba-canção Ronda, lançada por Inezita Barroso em 1953 e logo tornada um clássico do cancioneiro paulistano, não basta?
E viva o Brasil!
Na foto acima, de 1953, o jovem Alberto e a jovem Yara, nas Arcadas de São Francisco.
Júnior, de idade, está fechando a casa dos 80, como Paulo Vanzolini.
Conheci também um de seus quatro filhos, Roberto.
Somos amigos.
Aliás, conheci boa parte da família; como dona Yara Azeredo, mãe do Roberto e mulher-companheira pela vida toda de Marino Jr., até hoje.
O “até hoje”, leiam-se: 60 anos.
Dona Yara é da turma de formandos de 1950 da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, a mais antiga do País (a segunda mais antiga é a de Recife, PE, onde estudou o poeta paraibano, meu conterrâneo, Augusto dos Anjos, autor de um só livro, de poesias: Eu, um clássico do gênero e o mais lido da língua portuguesa).
É o caso: conversa vai, conversa vem, o que se leva desta vida, digo: é o que deixamos, ou seja: a amizade que se tem e que o peito mantém.
Pois bem, a primeira vez que falei com Marino Jr., por telefone, foi ali no redor dos anos 90, por telefone. Um pouco antes, talvez; ainda nos tempos em que eu exercia a função de repórter da Folha de S.Paulo.
Pessoalmente nos conhecemos na década passada, quando fui atendido por Roberto, advogado e uma pessoa incrível.
O velho Marino era o titular do Sexteto Bertorino Alma, anagrama que inventou para se esconder da turba elitista da sua época, que considerava artista popular uma espécie de pária da sociedade.
Vejam só!
Estamos falando dos começos dos 900...
Alberto Marino, entre várias composições instrumentais, nos deixou Rapaziada do Braz (com “z”), homenagem à namorada Ângela Bentivegna, com quem se casaria e viveria por toda a vida.
Marino partiu em 1967.
Rapaziada, uma valsa-choro, foi gravada originalmente pelo Sexteto Bertorino, por volta de 1927, num selo chamado Brasilphone; e logo depois pelo Sexteto Piratininga, via selo Arte-Fone, ambos de curtíssima duração.
Em 1960, o cantor argentino naturalizado brasileiro Carlos Galhardo pediu a Marino Jr. que compusesse uma letra para a melodia do pai, o que foi feito da noite para o dia.
Foi, podemos dizer, a beleza se juntando à beleza. Resultado: a perfeição numa obra popular.
Mas o que é que eu quero dizer com este arrodeio todo?
Primeiro: que Rapaziada do Braz foi o primeiro clássico musical da capital de São Paulo.
Mais: que é um clássico com o nome de um bairro paulistano, o primeiro dentre dezenas, hoje.
E mais: que o autor, de família italiana, nascido no bairro da Liberdade, geraria filhos e netos de grande importância para a vida brasileira; quase todos advogados.
Os Marinos juntaram a Arte ao Direito.
É coisa pra se aplaudir, não é?
E por que mais faço este arrodeio?
Ora, para dizer simplesmente que dona Yara Azeredo Marino, da safra de 26, e cuja história passa pela guerra do Contestado, está aniversariando hoje.
Tim, tim.
Parabéns e meus respeitos e carinho a dona Yara.
Ah! Mas o que tem a ver Paulo Vanzolini com esta história?
Simples: é dele o samba-canção Ronda, lançada por Inezita Barroso em 1953 e logo tornada um clássico do cancioneiro paulistano, não basta?
E viva o Brasil!
Na foto acima, de 1953, o jovem Alberto e a jovem Yara, nas Arcadas de São Francisco.
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
JOSÉ RAMOS TINHORÃO, 83. VIVA!
O historiador José Ramos Tinhorão, que neste 7 de fevereiro de sol e calor completa 83 anos de vida, muitos dos quais vividos em meio a polêmicas provocadas por seus escritos originais e necessários à compreensão da formação do Brasil, não cansa de voltar seus olhos de lince e aguda inteligência ao campo minado da cultura musical.
É desse campo que ele extrai dados para o esclarecimento de questões como as que dão conta de que o fado não é português, o samba não é baiano e a modinha e o lundu foram, por exemplo, os primeiros gêneros musicais urbanos saídos daqui e levados a Portugal nos fins do século 18 pelo violeiro carioca Domingos Caldas Barbosa, a respeito de quem, aliás, escreveu e publicou primeiramente em Lisboa um belo e elucidativo livro, em 2004.
São muitas as pesquisas e descobertas que tem feito desde os começos dos anos 50, ainda nos tempos de copidesque aplaudido do Jornal do Brasil.
Não à toa, ele é, sem dúvida, o nosso principal historiador.
E digo mais, embora sem procuração para tal: já passa da hora de o Brasil reconhecer a sua obra, o seu talento e dedicação no campo da investigação histórica, lhe prestando bem-vindas e oportunas homenagens.
Flores em vida.
Pergunto: por que o governo ou uma entidade qualquer, privada ou não, não cria um prêmio de incentivo às pesquisas em torno da música e da cultura popular com o seu nome?
E por que também seus livros não são adotados nas escolas?
Já é hora...
Acho até que Tinhorão merece um monumento em praça pública, por sua intensa e longeva dedicação à historiografia brasileira.
Seu pecado: afirmar lá atrás, nos anos 60, que a bossa nova nunca foi uma criação genuinamente brasileira, mas, sim, a derivação de um tipo de música norte-americana.
Ora, ora, e não é verdade?
E isso já não está mais do que provado?
O próprio Carlos Lyra, do movimento bossa-novista de João Gilberto & Cia., chegou a compor uma música a respeito, Influência do Jazz, que a desconhecida Célia Reis lançou em março de 1962 pela Philips. A letra diz já no início:
Pobre samba meu
Foi se misturando
Se modernizando e se perdeu
E o rebolado, cadê?
Não tem mais
Cadê o tal gingado que mexe com a gente?
Coitado do meu samba mudou de repente
Influência do jazz...
Criticam José Ramos Tinhorão, mas negar o seu valor de historiador, ou mesmo questionar as suas investigações no campo da cultura e descobertas, ninguém faz.
Que tal ler melhor e mais e mais os seus livros e consultar o seu acervo no Instituto Moreira Salles?
Não é coisa pouca: a obra desse santista nascido em 1928 se estende por quase 30 livros publicados desde 1966, aqui e em Portugal.
Viva Tinhorão!
PS - Na foto este escrevinhador em Lisboa, ciceroneado por Tinhorão.
..................
CARNAVAL
Um incêndio de grandes proporções atingiu há poucas horas a chamada Cidade do Samba, na Rua Rivadávia Correa, na Gamboa, zona portuária do Rio de Janeiro. Com isso, é quase certo que o carnaval carioca tenha virado cinzas.
É desse campo que ele extrai dados para o esclarecimento de questões como as que dão conta de que o fado não é português, o samba não é baiano e a modinha e o lundu foram, por exemplo, os primeiros gêneros musicais urbanos saídos daqui e levados a Portugal nos fins do século 18 pelo violeiro carioca Domingos Caldas Barbosa, a respeito de quem, aliás, escreveu e publicou primeiramente em Lisboa um belo e elucidativo livro, em 2004.
São muitas as pesquisas e descobertas que tem feito desde os começos dos anos 50, ainda nos tempos de copidesque aplaudido do Jornal do Brasil.
Não à toa, ele é, sem dúvida, o nosso principal historiador.
E digo mais, embora sem procuração para tal: já passa da hora de o Brasil reconhecer a sua obra, o seu talento e dedicação no campo da investigação histórica, lhe prestando bem-vindas e oportunas homenagens.
Flores em vida.
Pergunto: por que o governo ou uma entidade qualquer, privada ou não, não cria um prêmio de incentivo às pesquisas em torno da música e da cultura popular com o seu nome?
E por que também seus livros não são adotados nas escolas?
Já é hora...
Acho até que Tinhorão merece um monumento em praça pública, por sua intensa e longeva dedicação à historiografia brasileira.
Seu pecado: afirmar lá atrás, nos anos 60, que a bossa nova nunca foi uma criação genuinamente brasileira, mas, sim, a derivação de um tipo de música norte-americana.
Ora, ora, e não é verdade?
E isso já não está mais do que provado?
O próprio Carlos Lyra, do movimento bossa-novista de João Gilberto & Cia., chegou a compor uma música a respeito, Influência do Jazz, que a desconhecida Célia Reis lançou em março de 1962 pela Philips. A letra diz já no início:
Pobre samba meu
Foi se misturando
Se modernizando e se perdeu
E o rebolado, cadê?
Não tem mais
Cadê o tal gingado que mexe com a gente?
Coitado do meu samba mudou de repente
Influência do jazz...
Criticam José Ramos Tinhorão, mas negar o seu valor de historiador, ou mesmo questionar as suas investigações no campo da cultura e descobertas, ninguém faz.
Que tal ler melhor e mais e mais os seus livros e consultar o seu acervo no Instituto Moreira Salles?
Não é coisa pouca: a obra desse santista nascido em 1928 se estende por quase 30 livros publicados desde 1966, aqui e em Portugal.
Viva Tinhorão!
PS - Na foto este escrevinhador em Lisboa, ciceroneado por Tinhorão.
..................
CARNAVAL
Um incêndio de grandes proporções atingiu há poucas horas a chamada Cidade do Samba, na Rua Rivadávia Correa, na Gamboa, zona portuária do Rio de Janeiro. Com isso, é quase certo que o carnaval carioca tenha virado cinzas.
domingo, 6 de fevereiro de 2011
O MUNDO ÁRABE É UMA BOMBA
Sim, o mundo árabe é uma bomba prestes a explodir a qualquer minuto. E o detalhe bonito e curioso é que o povo egípcio protesta para mudar sua vida com sorriso na cara, irônico, brincando de viver livre na Praça Tahrir.
Até o nome da praça tem a ver com graça... Tahrir...
Bonito, sim, o exemplo que o povo oprimido do tirano Mubarak está mostrando para o mundo dito civilizado.
Um exemplo e tanto!
E os Estados Unidos que se cuidem.
Tudo começou em fins do ano passado, precisamente no dia 17 de dezembro, na Tunísia, quando o tunisiano Mohamed Bouazizi vendia frutas e vegetais na rua e foi agredido e preso sem razão por uma policial, que lhe confiscou a barraca igual a tanta e tantas que existem no Brasil, em cidades como São Paulo.
Revoltado e cansado de cabresto, Mohamed ateou fogo ao próprio corpo.
A partir daí, o mundo árabe começou a pegar fogo.
O ditador da Tunísia, Zine Bem Ali, diante de protesto provocado por milhares e milhares de tunisianos, se viu acuado e obrigado a fugir.
A constatação é: um povo unido e decidido pode derrubar cara feia quando decide...
Já passamos por isso.
Até o nome da praça tem a ver com graça... Tahrir...
Bonito, sim, o exemplo que o povo oprimido do tirano Mubarak está mostrando para o mundo dito civilizado.
Um exemplo e tanto!
E os Estados Unidos que se cuidem.
Tudo começou em fins do ano passado, precisamente no dia 17 de dezembro, na Tunísia, quando o tunisiano Mohamed Bouazizi vendia frutas e vegetais na rua e foi agredido e preso sem razão por uma policial, que lhe confiscou a barraca igual a tanta e tantas que existem no Brasil, em cidades como São Paulo.
Revoltado e cansado de cabresto, Mohamed ateou fogo ao próprio corpo.
A partir daí, o mundo árabe começou a pegar fogo.
O ditador da Tunísia, Zine Bem Ali, diante de protesto provocado por milhares e milhares de tunisianos, se viu acuado e obrigado a fugir.
A constatação é: um povo unido e decidido pode derrubar cara feia quando decide...
Já passamos por isso.
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